Veja, por exemplo, o caso de Feira de Santana: o sub-prefeito é o deputado Zé Neto, PT, que indica os integrantes dos cargos governamentais locais e aponta as obras estaduais no município. O prefeito Tarcízio Pimenta (PDT) se tornou uma figura decorativa nas relações com o estado.
A segunda, defendida por ACM Neto (DEM) estabelec uma linha de ação independente, a interdependência dos poderes, considerando que os investimentos dos governo federal e estadual são constitucionais, mas, não é necessário um alinhamento politico com Wagner e Dilma que que isso aconteça. O prefeito teria um papel preponderante nesse processo, independente do alinhamento politico.
Faz contra-ponto exatamente com a tese de Pelegrino e dá como exemplos casos de outras capitais que são bem governadas e os prefeitos não são alinhados politicamente com os governos federal e estadual.
A terceira tese foi defendida pelo candidato do PMDB, Mário Kértész, o qual concorda com a importância do alinhamento com os governos estadual e federal, mas, impõe que essa condição seja administrativa e não politica, preservando a autoridade do prefeito. E mais, como vê uma divisão da cidade entre as forças do DEM x PT, ele é o único candidato que tem experiência administrativa capaz de acabar com essa desunião, pois, trafega bem nos dois segmentos.
Em princípio é a tese mais interessante. Mas, como a politica é movida por paixões, dificilmente o eleitor se entusiasma com teses e sim com as ligações partidárias, afetivas e os interesses politicos arraigados. Portanto, dificilmente algum petista deixará de seguir Pelegrino por entender que a tese de MK é a mais consequente; e muito menos do DEM.
A quarta e última tese foi defendida pelo candidato do PSOL, Hamilton Assis, o qual advoga que há uma obrigatoriedade constitucional dos governos federal e estadual investirem na capital, mas, ao contrários dos outros candidatos, impõe o fim do que chama "máfias" - dos empreiteiros, das empresas do controle da limpeza urbana, do transporte coletivo, dos radares, do Carnaval - e assim por diante. Segundo esta tese, sem isso, a cidade continuará refém desses "senhores", pois, são eles que governam.
A tese de Hamilton tem sentido. De fato, a cidade é movida por esses interesses e o planejamento urbano é feito em função desses "senhores", salvo exceções. Por outro lado, um grande projeto como a Arena Fonte Nova, só para ficar neste caso, seria impossível de ser construido por uma empresa da base periférica, uma construtora de Periperi.
O deputado Márcio Marinho (PRB) e o analista de sistemas Rogério Da Luz (PRTB) não chegaram propriamente a defender teses, mas, sub-teses, Marinho de certa forma concordando com a tese de Pelegrino, pois, o PRB participa da base Dilma/Wagner, numa linha de resolver tudo, "eu vou fazer isso"; "eu vou fazer aquilo"; e Da Luz sem uma proposta consistente, mais folclórica até, de um "gerentão" de informática para a cidade.
Essas quatro teses descritas acima predominaram durante a divulgação das propostas de campanhas dos candidatos e nos debates e o eleitor vai decidir, neste domingo, qual delas e das sub-teses, apoiará.