Pelegrino, o qual foi o candidato questionado, não teve a aptidão necessária e qualificada à resposta, porque a pergunta envolveu a aumento crescente da violência na Bahia e a gestão de Pelegrino quando secretário da Justiça, e Neto cravou uma réplica com bastante força politica.
Como até então, nos outros debates, esse tipo de confronto não acontecera, e Pelegrino perdeu a chance duas vezes de perguntar a Neto na TV Bahia (é sempre bom fazer uma questão complicada e armar uma réplica na veia), optando por escolher Márcio Marinho e MK, foi surpreendido por Neto no final do debate e se deu mal.
Atrapalhou-se na hora de explicar os números dos gastos da era ACM com voos fretados (contra-ponto ao helicóptero de Wagner) e, embora tentando ser convicente ao dizer que foi um secretário bem avaliado na Justiça, faltou-lhe suporte, números.
Na réplica, Neto veio firme, articulado, próprio de quem faz a pergunta e já tem a articulação do contra-ponto na ponta da língua, e aí referendou o bordão "o PT da propaganda é um; o PT do governo é outro" e ainda foi ajudado por Da Luz, candidato que fechou o bloco lhe perguntando, e este (Neto) retomou o tema falando da crescente violência e dos 6 anos do governo Wagner com a clássica pergunta de "por que não fez".
Nos nossos comentários anteriores (debates da TV Itapoan e TV Aratu) achávamos estranho que tanto Neto; quanto Pelegrino estivesse evitando o confronto direto (coisa de marketeiro) quando, ao contrário, deveria ter se testado desde já porque se houver um segundo turno entre ambos, como parece previsto, já teriam acertado algumas arestas e burilado perguntas e respostas.
Como Márcio Marinho não trabalha com enfoque politico este tinha sido o candidato preferido por ambos (Pelegrino e Neto) para perguntas e respostas, sendo que, Mário Kértész, ficou num plano secundário, e Da Luz e Hamilton Assis, em plano terciário. Quando Neto foi para o confronto com Hamilton, na TV Aratu, ao invés de escolher Pelegrino, se deu mal.
Neto fez uma pergunta a Hamilton até parecida com a que produziu para Pelegrino e Hamilton foi firme, em sua veia, dizendo que "seu avô" (ACM) tinha sido um exterminador do povo pobre da periferia.
Então, o último debate da série do primeiro turno ganhou esse contorno novo, que será fatala no segundo turno, e revelou que o candidato petista precisa de uma maior treinamento, mais calma e dicção na hora da resposta, e se assessor com números, com dados convincentes.
Destaco, também, que Mário Kértész, no debate da TV Bahia, conseguiu a sua melhor performance na explicação didática ao eleitor sobre a cidade dividida entre DEM x PT. Fez um apelo bem organizado e de simples compreensão. A sequência de debates é importante por isso, o treinamento levou MK a essa condição. Interessante sua tese. (TF)