Política
Tasso Franco
11/09/2012 às  08:02

CAMPANHA ELEITORAL ESTÁ RESTRITA A QUEM TEM DINHEIRO

VIDE


Foto: BJÁ
Hylux cabine dupla 4x4, objeto de desejo dos candidatos de todos os partidos
    1. A Justiça Eleitoral proibiu a distribuição de pequenos brindes pelos candidatos a prefeitos e vereadores como já foi praxe na politica nacional. Entendeu que as doações de camisas, chaveiros, porta-títulos, canetas, bonés, etc, representam um abuso de poder econômico. Há quem entenda que essa atitude prejudicou e muito aqueles candidatos da base, de bairros, de grêmios acadêmicos, e que não pode sequer fazer mais uma quermesse. 

   2. Evidente que, por debaixo do pano, dizem que algumas doações ainda acontecem especialmente de materiais de construção que o povo adora. Cimento, por exemplo, é um produto altamente valorizado no interior. Agora, se o camarada for pego numa situção dessas tá frito. Há inúmeros precedentes na politica baiana de prefeitos (as) que perderam mandatos por abuso de poder econômico, inclusive casos recentes na RMS e no Baixo Sul.

   3. Os candidatos, no entanto, usam outras práticas legais para difusão dos seus nomes e, realmente, quem não tem dinheiro sofre bastante na concorrência. O que é mais caro: distribuir 1.000 canetas com o nome do candidato e a marca (o que é proibido) ou plotar 50 veículos (que é legal)? Plotar os veículos.

   4. E, candidato bom, especialmente se for para prefeito, tem que ter Hylux ou outra caminhonete cabine dupla bem plotada. Ora, como todo mundo sabe, uma caminhonete dessas não custa menos de R$150 mil. Virou uma espécie de referência na politica.

   5. Ah! de se dizer que a caminhonete é de um amigo, de um correligionário que foi emprestada ao candidato. Certo! Mas isso não retira a condição do poder econômico. Aqui na RMS tem candidato usando uma estrutura tipo trio elétrico com equipamentos de som, luzes, etc, o que é legal mas representa forte poder de força econômica.

   6. E tem candidato que só vai a rua com a prefeita do seu lado falando de suas obras e da importância de dar continuidade a esse processo, com centenas de pessoas, bandeiras e tudo mais.

   7. Quem passa pela Avenida Paralela tem uma dimensão do que representa o poder econômico. São tantas placas e traquitanas, veiculos e pessoas que põem e tiram essas placas, diariamente, mostrando que, quem tem dinheiro, pode participar desse processo. Quem não tem, babau. Tem um candidato que usa uma estrutura caríssima incluindo um "vigilante" estrutura.

   8. Então, a Justiça Eleitoral com a proibição de pequenos brindes, o que era importante para os iniciantes, para os candidatos de menor poder aquisitivo, acabou prejudicando os mais pobres e favorecendo os mais ricos.
 
   9. Veja o seguinte: hoje, a esnobação maior é dizer que se fez uma carreata "histórica" com 300/500 caros. Então, isso é o que? Poder econômico ou não é!

   10. E as bandeiradas! Militância ao antigo estilo petista acabou faz é tempo. Agora, todo mundo que "segura" bandeira ganha um capilé, mínimo de R$50.00 dia na capital e mais lanche. Aquela conversa de que "vamos convocar a militância espontânea" foi-se.
E isso não representa forte poder econômico. Uma "bandeirada" com 100 pessoas custa, no barato, R$1.000,00.

   11. Pronto. Fecho o comentário dizendo o seguinte: a Justiça Eleitoral cobriu um santo e descobriu o outro, mais rico ainda. Ou seja, campanha politica no Brasil só engrena com capilé. Pobre, nem pensar.


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