Política
Tasso Franco
22/12/2008 às  18:20

WAGNER USA DEMOCRACIA COMO BANDEIRA EM 2010

É um caso raro na política da Bahia


BJá
Meu projeto político para a Bahia extrapola a questão apenas eleitoral
  Conforme antecipamos neste Bahia Já, hoje, o governador Jaques Wagner , contrariando os pesquisadores do seu governo que não vêem a gestão política lastreadas na democracia e em ideias com ponto forte e bandeira a serem sustentadas e erguidas nas eleições de 2010, quando tentará reeleger-se, entende que, no plano político esta é a sua marca principal.

   E não abrirá mão dela porque será o contra-ponto ao "new carlismo" que se organiza para enfrentá-lo, à frente, o que se está rotulando de novo ACM e integrantes do grupo que dominou a Bahia durante 16 anos, consecutivos. Wagner avalia que a população já 
absorveu esse sentimento de mudança na gestão e ele só precisa consolidar e ampliar essa marca, para que o carimbo seja definitivamente seu.

   Também acredita que o segmento empresarial já teria compartilhado dessa mesma diretriz na medida em que, ao contrário do que existia nas duas últimas décadas, há "mais transparência, jogo aberto e disputa empresarial e não uma carta marcada", da manga do colete.

   Dessa forma, amparado pela população - que, segundo ele, lhe dá a preferência entre todos os cenários pesquisados nas intenções de votos, hoje - e pelo setor empresarial, com ações administrativas que deslancharão, em 2009, e o apoio do presidente Lula da Silva, estará bem na fita, em 2010.

   Prefere não se preocupar com o PMDB, neste momento, uma vez que, a direção deste partido não manifestou qualquer intresse ou sinal de deixar a base de sustentação política do seu governo. "Se acontecer, aconteceu. Mas, não é uma agenda que preenche meu tempo, agora", diz, obviamente, com o olho no padre e o outro na missa, sendo o vigário o PT e o evangeliário o PMDB.

   O que Wagner deseja é campo limpo em 2009 para fazer o seu governo acontecer com mais força e visibilidade, investindo mais em comunicação, andando mais pelo interior e capital e inaugurando obras, para ajustar o modelo democrático ao modelo da vida real.

   Acha que tem farinha no saco para fazer as duas coisas, embora, nenhuma das grandes obras do PAC (salvo a Transposição das Águas do Rio São Francisco, que já tem o carimbo de Geddel) serão inauguradas até lá.

  Mas tem hospitais, estradas, o Topa, o programa das escolas técnicas, o complexo viário Baía de Todos os Santos, muita coisa em infra-estrutura e saneamento básico e isso poderá lhe dar um bom nível de visibilidade com o grande público. Além do que, manterá sob controle a chave do cofre onde revela ter uma gestão financeira confortável, apesar da crise mundial que se avizinha com mais força no primeiro trimestre de 2009.

   Em resumo: o carro chefe ou bandeira a ser empunhada por Wagner, em 2010, chama-se o novo momento em que vive a Bahia, do que considera plena democracia, com transparência e participação de todos.

   Uma aposta, sem dúvida, muito diferente do tradicional feijão com arroz baiano servido, há anos, com possibilidade de um repeteco na base do modelo carlista com "new face". 

   Ganhando ou perdendo, pois, essa é a máxima da política, e Wagner destaca que não está apenas preocupado com um "projeto político eleitoral", e sim, com um "projeto para a Bahia", vai à luta com esse novo momento como ícone.

   É raríssimo esse tipo de comportamento na política. Mas, como se vê, ele existe.


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