1. Caberá ao novo secretário do Planejamento, Sérgio Garbielli, empossado nesta sexta-feira, 9, substituindo Zezéu Ribeiro, deputado petista que volta ao Congresso Nacional, promover em ação conjunta com a Sefaz o contingenciamento orçamentário de 2012, já anunciado pelo governador Wagner durante leitura de sua mensagem na Assembleia Legislativa, no último dia 15 de fevereiro, mas ainda não quantificado.
2. É medida impopular para quem deseja ser candidato a governador da Bahia, em 2014. Mas, nada assustadora porque Walter Pinheiro, quando da substituição de Ronald Lobato, assumindo a Seplan em 2009, fez o mesmo em contingenciamento de R$1.2 bi diante da crise financeira internacional de 2008/2009 puxada pelos EUA e o mercado imobiliário. E, mesmo assim, foi eleito senador ainda que sejam eleições distintas na percepção do eleitorado.
3. Estima-se que, agora, o contingenciamento deve girar em torno de R$1 bi e Wagner, ao expor seus planos na Assembleia disse que estava aguardando uma sinalização do governo federal para agir, logo depois anunciou um contingencimento de R$50 bilhões. A Bahia trabalha no seu limite orçamentário com capacidade de invstimentos próprios muito baixa e sua planta arrecadadora sofre com a crise internacional provocada pelo mercado comum europeu, ainda sem se dissipar, e China colocando um pouco mais o pé no freio.
4. Os economistas, no entanto, estão otimistas com a economia brasileira e acham que o ano de 2012 será melhor do que o de 2011 quando o PIB nacional empacou em 2.7% (o da Bahia foi ainda mais magro com 2.0%) e inflação de 6.5%. Veja que o governo do Estado só concedeu aos seus servidores públicos a recomposição da inflação aos salários (6.5%) com ganho de reajuste 0%. Para 2012, estima-se uma inflação em torno de 5% e um avanço do PIB para 4%.
5. Então, pelo exposto nas análises dos economistas, teremos um ano melhor. De toda sorte, palavras do governador na Assembleia, o contingenciamento será necessário por precaução e o governo vai afrouxando o cinto na medida em que os indicadores econômicos forem melhorando. Gabrielli, por sinal, vem também com essa missão, de conseguir mais recursos para o estado.
6. O governo aposta em sua experiência como administrador, recentemente deixou o comando da maior empresa estatal do país, a Petrobras, e tem bagagem e conhecimento nas hostes do governo federal e dos mercados financeiros internacionais institucionais tipo Bird e outros. É uma boa aposta e caberá a Gabrielli se esforçar nessa direção e cumprir a meta.
7. Se o fizer com capacidade e visibilidade, sem dúvida, passa a ser o mais forte concorrente ao governo da Bahia, pelo PT, em 2014. Ainda mais que tem o apoio do ex-presidente Lula da Silva.
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