. Fecha-se o ano de 2011 e a corrida sucessória à Prefeitura de Salvador, 2012, se apresenta com três blocos praticamente definidos, a pré-candidatura do deputado federal Nelson Pelegrino (PT) lançada oficialmente e irremovível na cabeça-da-chapa, e indefinições no PSD, do vice-governador Otto Alencar, e no PP, do prefeito João Henrique.
2. Desde que iniciamos a série sobre os primeiros movimentos da sucessão na capital, em 11 de junho último, aconteceram algumas mudanças interessantes.
3. Naquela época, o nome de Pelegrino já era citado por Wagner como preferencial do PT, o que motivou sua efetivação neste final de ano em reunião com o governador e o presidente nacional do partido, Rui Falcão; e o deputado ACM Neto colocava o seu nome como o provável de oposição, desde que conseguisse amealhar o consenso entre os partidos DEM/PSDB/PMDB.
4. É também desse momento junho/julho (pouco mais; pouco menos) que surgem as pré-candidaturas de Márcio Marinho (PRB), Alice Portugal (PCdoB), Edivaldo Brito (PTB) e prováveis pré-candidaturas no PSB (capitão Tadeu/Lídice), PDT (Marcos Medrado), PR (Maurício Trindade), PSL (Deraldo Damasceno), PV (Andrea Mendonça).
5. E, fato novo, falou-se com intensidade no âmbito do PMDB, no nome de Mário Kértész; e esparçamento em João Leão (PP).
6. O que mudou de lá para cá?
7. Na atualidade, percebe-se que existem três blocos bem definidos: 1) A candidatura de Pelegrino (PT) com provável aliança ao PSD e (até) o PP (hoje, a votação na Câmara sinalizou isso); 2) Uma candidatura do bloco da base aliada do B do governo Wagner/Dilma (2ª Via), ainda indefinido quem seria a cabeça da chapa; 3) Uma candidatura da oposição como nome a ser definido entre ACM Neto (DEM), Antonio Imbassahy (PSDB) e Mário Kértész (PMDB) após o Carnaval.
8. Haveria, ainda, uma candidatura do deputado João Leão, PP, com apoio do prefeito JH, mas, pouca gente no meio político acredita nisso de forma isolada, pois, poderá ser um fiasco para ambos. JH, de certa forma, joga bem e, para ele, quando mais tardar as definições dos candidatos melhor. Tem tempo, está no poder e o prazo para uma definição segundo a lei eleitoral é no final de junho de 2012, quando acontecem as convenções.
9. A questão, hoje, a ser vista com mais apreeensão, diria por parte do PT, é saber se a Via do B ou 2ª Via da base aliada vai vingar ou não.
10. E, mais sintomático ainda, se a senador Lídice da Mata vai integrar esse bloco (e até ser a cabeça da chapa) ou não. O bloco com Lídice na cabeça é uma coisa; sem Lídice na cabeça é outra coisa ainda que, se o PSB integrar o bloco com o capitão Tadeu, ela, regimentalmente teria que acompanhar esse andor. Embora, acompanhar, não signifique se integrar de corpo e alma.
11. A direção estadual do PT jura de pés-juntos que Lidice não será candidata. Em sendo assim, o Bloco do B, não teria uma força eleitoral expressiva, mas, de toda forma, causaria uma enorme barulho e deixaria Pelegrino atordoado.
12. Na outra ponta está o verdadeiro adversário de Pelegrino a sair após o Carnaval da aliança DEM/PSDB/PMDB, sendo os mais prováveis cabeças-da-chapa ACM Neto e/ou Mário Kértész. Numa eleição de segundo turno, se esse bloco conseguir levar o candidato até lá (ACM Neto ficou de fora, em 2008) e tiver apoio de JH e de dissidentes do B, tem boas chances. Caso contrário, morre na praia.
13. Pelegrino, de certa forma, aposta num ponto crucial: caso o Bloco do B leve uma candidatura pra valer no 1º turno, necessita ter o seu apoio no 2º turno, considerando-se que, sem Lidice, dificilmente a 2ª Via chegaria lá. E mais: vai explorar o quanto poder que a eleição é nacional (projeto Lula/Dilma/Wagner) para fazer o contra-ponto com a oposição real, ainda que possa apresentar propostas para a cidade.
14. Situação que a ala governista do B ou 2ª Via não teria condições de fazê-lo. É só lembrar o que Dilma fez com Geddel na eleição passada ao governo. Com esse precedente pode fazer o mesmo com a Ala do B. Isolá-la e apoiar Pelegrino de forma mais explicita com Lula e Wagner.
15. Pelegrino já deixou claro, ainda assim, suas propostas de campanha serão linkadas com os governos Wagner/Dilma. E a oposição, como não tem outra alternativa, se supõe que vai tratar dos problemas da cidade. É nessa dualidade, que o Bloco do B aliado pode ficar voando e a ver navios, e a disputa pra valer se centralizar entre Pelegrino x o candidato da oposição.
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