1. O governador Wagner sinalizou para Nelson Pelegrino, pré-candidato do PT lançado oficialmente a prefeito de Salvador, no último domingo, o mesmo enfoque que deu para Sérgio Gabrielli, na eleição de governador, em 2014, de ter maturidade e generosidade, e até à véspera da campannha propriamente dita, que se inicia em julho de 2012, organizar as alianças com as forças homogêneas de sua base política.
2. Wagner deixou claro que vai ajudar, mas não se comportará nem como "chefe" impondo situações; nem muito menos como "babá"(observação nossa) de Pelegrino. O candidato terá, portanto, recado dado, de construir o seu próprio caminho com suas propostas para a cidade e argumentações entre as partes. Tarefa bastante complexa, mas, nada atormentador.
3. O fato de Ruy Falcão, presidente do PT, situar que "Salvador é prioridade nacional do PT", em nada altera essa situação. Não é um discurso que sensibiliza os "homogênos", pois, alguns deles, também já foram lançados oficialmente pré-candidatos, a deputada Alice Portugal, PCdoB; o deputado Márcio Marinho, PRB; e o vice-prefeito Edivaldo Brito e não abririam mão de seus objetivos partidários diante desse chavão marketeiro.
4. Também o fato desses políticos e mais o PSB e o PSD terem participado do encontro de domingo, não significa um apoio a Pelegrino e/ou alinhamento incondicional à sua candidatura. Trata-se mais de um gesto de educação politica do que qualquer outra coisa. Daí a observação de Wagner deixando a Pelegrino a missão de sensibilizar esses personagens a integrarem sua campanha, em primeiro turno, se supõe.
5. Até agora, a caminhada de Pelegrino não enfrenta sobressalvos mesmo com todos esses pré-lançamentos já citados na base governista. A única personagem que pode quebrar essa tranquilidade (as pesquisas apontam Pelegrino à frente de Alice/Edivaldo/Marinho com boa margem) é a senadora Lídice da Mata (PSB), pontuada na última pesquisa divulgada pela imprensa baiana um pouco à frente de Pelegrino.
6. Caso Lidice seja candidata, com certeza, o quadro se modificaria e muito. Pois, uma aliança da senadora com o PCdoB, PRB, PTB e outros certamente tiraria o sono de Pelegrino e ela pode chegar ao segundo turno, fazendo com que o PT tenha que apoiá-la. Essa é uma situação real ainda que a senadora tenha se comportado, até aqui, com bastante discrição.
7. No calor da pré-campanha prioriamente dita, depois do Carnaval, Lídice bem posicionada nas pesquisas são outros quinhentos. Os pedidos afloram, os apelos se sucedem, o PSB nacional vai se posicionar, e aí não tem jeito terá que encarar a missão.
8. O PSD de Otto Alencar não tem nomes competitivos na capital. O PP, pelo exposto no domingo, dá sinais de que deseja trilhar seu próprio caminho, de olho mais em 2014 do que em 2012, na capital e ao governo do estado e/ou Senado, ainda que esteja atuando com firmeza no interior do estado.
9. Vê-se, pois, como Pelegrino tem essa missão especial e preliminar pela frente. Hoje, se convidar Alice para compor sua chapa, os demais ficam de muxoxo. Se chamar o PSB, idem. O PSD, nem pensar. E o PP, seria praticamente romper com seus tradicionais aliados, o PCdoB e o PSB.
10. Por isso, Wagner, "cobra criada", usou duas palavrinhas chaves para "Pelé": maturidade e generosidade.
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