O governador Jaques Wagner retornou da Suécia empunhando a bandeira paz e amor.
Minimizou o artigo escrito em A Tarde pelo ministro Geddel Vieira Lima, colocando os cargos do PMDB à disposição, e disse que o momento é de união e não de separação.
Inteligente, a postura de Wagner.
Manteve o PMDB sob controle no governo e não deu o discurso político ao ministro Geddel, num provável rompimento sob pressão.
Se assim o fizesse, Wagner poderia incorrer no mesmo erro que o PT cometeu em relação a João Henrique, ser taxado, lá adiante, de "traidor", de "vira camisa", como aconteceu com Walter Pinheiro na campanha de 2008 para prefeito de Salvador.
O governador trabalha visando primeiro fortalecer-se na Assembléia Legislativa, reforçando a base de sustentação do seu governo, se for o caso até sem precisar do PMDB, e reelegendo o presidente Marcelo Nilo, do PSDB.
Em repetidos momentos, o governador já deu sinais nesta direção, ao dar carona a Marcelo até a rampa do prédio da Assembléia Legislativa, onde ficaram conversando dentro do carro para serem vistos durante meia hora, no almoço do encontro de prefeitos e prefeitas eleitas, quando se sentou ao lado do chefe do Executivo, e na conversa com a imprensa, ontem, quando confidenciou que já foi procurado por Marcelo e deu sinal verde ao seu pleito.
No segundo plano, Wagner quer fortalecer-se junto às bases municipais, e o movimento inicial foi o encontro dos prefeitos e prefeitas eleitas, cooptando adesões ao seu governo, e não sendo assim, diretamente, mantendo um canal aberto de apoio aos municípios nos planos, administrativo e político.
Wagner quer fazer de 2009 o ano dos resultados.
Sua avaliação, por ora, com base nas pesquisas divulgadas durante a última campanha eleitoral, são abaixo da média (29% de aprovação ótimo/bom, na capital) e ele sabe que precisa melhorar essa performance para ser competitivo, em 2010.
As tensões entre PMDB e PT não se encerram com o aceno de paz e amor de Wagner, dito ontem, no retorno da Europa.
Além da Presidência da ALBA, em disputa, há, ainda, a presidência da UPB, onde Wagner tem Luis Caetano, prefeito de Camaçari, como candidato, e o PMDB, deve lançar, provavelmente, o nome do prefeito eleito de Jequié, Luis Amaral.
A corda, portanto, continua tencionada.
Na sinuca de bico posta por Geddel, em seu artigo, Wagner saiu-se bem para o jogo e recolocou as bolas na mesa com muita sabedoria política.
Caberá ao PMDB a próxima jogada. E esta pode ser a reforma política e administrativa que deverá ser feita pelo prefeito João Henrique, com o DEM ou sem ele.
O PT mantém a decisão de ser oposição firme e decisiva ao prefeito.
Agora, é aguardar os próximos movimentos.
Enquanto não chega, PMDB e PT vivem como casal moderno, unidos, mas, vivendo em casas separadas
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