Política
Tasso Franco
12/01/2007 às  00:26

JOÃO CUIDA DE SUA REELEIÇÃO SEM O PT

O governador Jacques Wagner tem seu candidato, ao que tudo indica, Nelson Pelegrino.


     
         Tem uma música que fala desse refrão: são dois pra lá x dois pra cá. A festa do Bonfim, onde fiéis e, sobretudo infiéis participaram de cortejo entre a basílica de Nossa Senhora da Conceição da Praia e a basílica do Senhor do Bonfim, revelou o que muita gente já desconfiava ou sabia no mundo de bastidores da política, que o prefeito de Salvador, João Henrique (PDT), embora "aliado" do governador Jacques Wagner (PT) deverá marchar, nas próximas eleições por caminho próprio. Ou seja, não seguindo o PT e seu governador.

         Pelo menos foi isso que aconteceu na festa do Bonfim. O governador seguiu com seu bloco à frente do cortejo com as baianas e os potes contendo água de cheiro; e o prefeito caminhou com sua turma, como diriam os franceses, à cotê dos seus fiéis escudeiros Arnando Lessa e Nestor Duarte, secretários do Esporte e de Transportes, respectivamente.

         Wagner e seus adeptos e seguidores mais apaixonados desfraldando a bandeira do PT, na cor vermelha com a estrela em branco; e João com seus sanchos panchas e as bandeiras também encarnadas da era Brizolista só com o dígito PDT. Com Wagner, Nelson Pelegrino, o provável candidato do PT à Prefeitura de Salvador; e com João o próprio João, candidato à reeleição, salvo se uma emenda constituição venha derrubar essa pretensão para que os atuais prefeitos não possam reeleger-se.

         Sem dúvida, o fato de Wagner seguir com seu bloco; e João com o seu sinalizou, numa festa pública da dimensão do Bonfim, onde uma grande parcela da população de Salvador esteve presente, que a unidade entre os dois grupos está tão frágil quanto a possibilidade real do governador atender os pleitos sugeridos por JH na última audiência. É óbvio que o governador vai oferecer alguma coisa, como é o caso do Carnaval, em cima da hora, mas, tudo o mais que possa advir será feito com cautela e cada um fazendo o seu marketing pessoal.

         João foi excessivamente inflacionário com o Carnaval e disse à imprensa que a festa custa algo em torno de 20 milhões, o que não representa a realidade. No máximo, se consomem 10 milhões dos cofres municipais, salvo, se JH estiver considerando os custos do governo do Estado com a segurança e a saúde. Aí, no total, se chega aos 20 milhões. Mas, uma coisa é uma coisa; e outra coisa outra coisa, já dizia o técnico do saudoso Bahia, Evaristo de Macedo.

         O governo do Estado - no caso do Carnaval e outros - não vai permitir que JH coloque na sua contabilidade aquilo que é de sua alçada. Daí que o governador anunciou a provável liberação de 4 milhões reais para o Carnaval, mas sabe que gastará muito mais. Só com a PM e seus mais de 15 mil homens e equipamentos aquartelados em 6 dias de momo o custo é maior do que isso.

         De sorte que, o jogo está começando com os olhos voltados para 2008. João Henrique não é bobo e sabe que o PT dificilmente vai lhe apoiar, o que, isso também só aconteceu em 2004 no segundo turno. Daí que monta seu bloco para o Bonfim e para 2007/08 sabendo que tudo depende mais dele do que do governador e do PT.

         Levou a conta para Wagner, permitiu que A Tarde mostrassem os seus pedidos e valores e aguarda uma resposta de Ondina. Está com enomres dificuldades financeiras na Prefeitura, mas, diz que politicamente está bem. Daí que, para sair de vitima é daqui pra ali. Wagner e o PT que se cuidem. Aliás, nesse jogo não existem amadores nem 1 a 1. Muito menos zumzumzum.


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