Política
Tasso Franco
06/09/2011 às  18:01

SALVADOR SEM FOCO E SEM PANDEIRO

E as duscussões sobre a campanha de 2012 já começaram


 Já tem muita gente falando na sucessão do prefeito João Henrique, em 2012, mas, até agora não ouvi ninguém abordando a questão crucial da capital baiana, qual seja, seu foco, qual é mesmo a diretriz a dar a esta capital sem rumo até os dias atuais, isso em pleno século XXI. Se vai ser mesmo a cidade do turismo e da música alguém precisa organizar esse binômico, pois, está tudo solto, acontecendo eventos aos espasmos e salvando-se apenas o Carnaval.

  2. Salvador não tem condições de ser a capital financeira do país posição já ocupada por SP, cidade que já abocanhou a cultura e o turismo de negócios e feiras. Na área de TI, biotecnologia e assemelhados BH já lhe passou a perna faz tempo. Portão principal do turismo e pólo naval e cultural o Rio é o dono. Novas tecnologias e sistemas web Recife está à frente. Biodiversidade, industrias limpas e qualidade de vida é com Curitba.

  3. Então, a parte que nos cabe, salvo melhor juizo é o Carnaval e a música associando -se essa engrenagem ao turismo, às novas tecnologias a partir do Centro Tenológico da Paralela e a Centro da FIEB e arrumar a casa. O caso do Carnaval é típico. Após o grande evento, único com pequena repercussão internacional, os arautos de mudanças e outros lançam propostas, querem alterações e os debates se encerram antes de acabar a quaresma.

  4. Salvador não consegue sediar uma fábrica de pandeiros. É impressionante. A cidade tem mais de 20 mil pessoas envolvidas com a música, a produção, a difusão, a criação, a execução, e, ainda assim, quando tem que se comprar um pandeiro vai-se a São Paulo. A cidade, sequer, tem uma casa de espetáculo e já tem uns dez anos discutindo esse tema.

  5. Campina Grande, na Paraiba, tem mais casas de shows cobertas, com camarotes, bares, etc, do que Salvador. Aracaju, idem. Fortaleza tem mais de cinco forrodromos privados que Salvador não sonha possuir. A casa de espetáculos de Ivete Sangalo no Iguatemi virou uma novela. Ela então foi investir em nelores. Bell investiu em vinhos. Durval Lélis em arquitetura. 

  6. Há um potencial enorme a cidade vira as costas. O Pestana Hotel do Carmo está fecha não fecha porque só consegue 45% de ocupação. Tem mais de dez anos se falando na construção de um hotel no antigo prédio de A Tarde, na Praça Castro Alves. E o Hilton do Comércio virou uma caveira de burro. 

  7. Agora virou moda. Todo mundo só fala em Copa do Mundo, mobilidade urbana e requalificação. E a música? Nada. E o Carnaval? Nada. E o turismo? Há algum esforço como a Stock Kar, mas, espasmódico. Veja que, mesmo com essa desorganização a midia out-door em Salvador é ocupada quase todo o ano com as bandas musicais. Um evento de pagode consegue reunir 60 pessoas num domingo. E ninguém olha isso!

  8. Virou moda, também, discutir politicamente a afirmação afro, a igualdade, o racismo, as cotas, a ocupação de espaços na sociedade, mas, são os poucos que se ocupam com o básico. Na Assembleia tem um projeto para censurar a música pagodeira, tem outro de cotas para afrodescentes em concurso público e outro de fiscalização na educação. A Câmara de Salvador, às vezes, se situam tão distante da realidade que atormenta.

  9. Então, já que estamos em pré-campanha 2012 que os candidatos apresentem coisas objetivas no plano do foco principal à cidade. Que não me venham falar em tapar-buracos, banho de asfalto, melhorar parques, reurbanizar praças, abrir escolas e colocar os postos de saúde pra funcionarem porque isso é o feijão com arroz, obrigação básica.

 10. A cidade e sua gente quer algo mais inteligente e abrangente. Estamos de olho.


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