A anunciada provável pré-candidatura do deputado João Leão (PP), chefe da Casa Civil da Prefeitura de Salvador, a Prefeitura da capital, em 2012, não tem sido levada ao pé-da-letra no meio político. Ninguém acredita que prospere pra valer uma vez que, salvo melhor juizo, o prefeito João Henrique, o qual foi salvo pelo governador Wagner que permitiu seu ingresso no PP, ao que tudo indica, marchará no apoio à candidatura Pelegrino.
Mas, em política, nunca se sabe. JH já deu um chega pra lá em Geddel Vieira Lima e adotar o mesmo procedimento com Wagner também é admissível, uma vez que João não esconde de ninguém seu desejo de ser candidato a governador da Bahia, em 2014. Recentemente, liberou uma nota sintomática dessa realidade ao situar que, ao contrário do que muita gente pensa, com acentuado desgaste na capital, está bem no interior.
E JH, todo mundo sabe e não custa repetir, é um gestor ruim; mas, um excelente político e nesse campo, senão imbatível, porque isso não existe na política, dá muito trabalho, é ousado, competitivo, e quando entra num pleito age como ator e comove a população. Portanto, o cenário com João Leão a prefeito de Salvador, independente de ninguém levar a sério, deve ser visto com olhos atentos, de lince.
João Leão não sensibliza o eleitorado da capital. Sua praia sempre foi o interior distante, nem Lauro de Freitas o aceita mais como grande votação, e, mesmo como chefe da Casa Civil da Prefeitura de Salvador tem viajado muito para várias regiões da Bahia visando manter seu "milharal" político viçoso, de pé. Até defender a divisão da Bahia, com a criação do Estado do São Francisco já o fez, para não perder seus votos no Oeste do estado.
Ainda assim, como manifestação política combinada com JH tem sentido sua pré-candidatura a prefeito. Já seria mais um passo a ser enfrentado por Nelson Pelegrino (PT), o virtual candidato da base governista principal a ultrapassar, a negociar. E, em todo negócio, há barganha, há o tome lá dá cá, ainda que a eleição de Salvador seja em dois turnos.
No meio político tem-se como remota a possibilidade de Leão enfrentar um primeiro turno, sozinho, apenas com o apoio do prefeito. Talvez seja mais um desgaste para o chefe do Executivo municipal que não gostaria de passar, pois, tem 2014 pela frente e necessita chegar lá liso, sem arestas, e com uma melhor performance administrativa na Prefeitura.
O PP, por exposto, até agora não tem colaborado para isso. Tem muito lero-lero, mas, obras que são boas, nada. A obra mais visível a JH e que está em curso na Avenida Vasco da Gama ainda remonta a Geddel Vieira Lima, quando era Ministro do Desenvolvimento Regional. Claro que pouca gente vai saber disso, na mass midia joanina, porém, esta é a realidade.
Por outro lado, nas relações com o governo do Estado e o PT, ambos deram um by-pass no prefeito com seu projeto do Bus Rapid optando pelo metrô na Avenida Luiz Vianna (Paralela). De sorte que, também em certo sentido, João e Leão estão soltos e livres para optarem por seus caminhos próprios. E Leão se ensaia, desde já, como candidato a prefeito da capital. Viu como tudo se encaixa!
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