Política
Tasso Franco
18/01/2011 às
17:00
WAGNER ADVERTE: QUEM NÃO MELHORAR A GESTÃO DANÇA
Veja comentário do nosso analista político
Foto: Manu Dias |
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Wagner diz que secretários são parte da vontade desse povão aí. Recado dado. |
Em seu programa de rádio desta terça-feira, 15, o governador Jaques Wagner voltou a repetir o que já havia dito sobre a base do seu novo governo (2011/2014), a dualidade "continuidade com renovação", aliando qualificação técnica e capacidade política para executar com mais eficiência as ações do governo. Wagner, no entanto, fez uma reassalva à equipe situando que "agora é hora também de melhorar a gestão" e aquele (a) que não estiver com desempenho a contento será substituido. O texto liberado pela Agecom utiliza a expressão "possibilidade de eventual substituição", em tom bem moderado. Mas, óbvio, fica implítico, com bastante clareza esse ponto.
Situação que é perfeitamente normal e já aconteceu no governo na primeira gestão Wagner, pelo menos nos casos mais explícitos dos secretários da Segurança, Paulo Bezerra; de Educação, Adeum Sauer; e do Planejamento, Ronald Lobato. Isso só para ficar em casos mais notórios, podendo ser acrescidos com mudanças na Agricultura e Infra-Estrutura, em situações de melhoria na eficiência administrativa e no atendimento ao novo aliado, o PP.
O governador insiste na eficiência da máquina administrativa como o grande objetivo do governo, agradece aos secretários que estão saindo e espera que os novos se dediquem, igualmente, ao projeto político do seu governo, de fazer sempre mais para quem mais precisa. "Minha palavra é de agradecimento pela contribuição, pela dedicação ao longo dos quatro anos do nosso primeiro governo e dizer que vocês são parte do resultado eleitoral que significa a aprovação de 64% da população baiana", conclui.
Dos novos, a única peça que o governador mexeu, considerando área que tem relação mais intensa com o público foi na Seinfra, com a saída de Wilson Alves de Brito Filho, vinculado ao deputado João Leão, e a entrada do vice-governador Otto Alencar.
Duas outras peças de áreas que têm esse intenso relacionamento com a população, Saúde e Educação, Wagner manteve Jorge Solla e Osvaldo Barreto, ambos bons técnicos, porém, ainda devendo projetos no item renovação.
Salvo o Topa, que tem bom marketing, mas é um projeto secundário porque de alfabetização de adultos, não atua na base do ensino do segundo grau onde se situa o grande desafio (os jovens), Barreto tem essa missão nos 4 anos seguintes, ele que pegou a "bicicleta" (como dizia Adeum) cambaleando.
Solla também se atrapalhou muito nos dois a três primeiros anos de governo e só conseguiu o equilíbrio no final. Mudou pra melhor, renovou, implantou a PPP nos novos hospitais e deixou aquele ranço dos antigos "cururus" que reinou nos sindicatos dessa categoria.
Na Fazenda, segue Carlos Martins, quase atropelado pela crise internacional de 2009, o qual demorou demais para aplicar mecanismos de socorro como Refis e outros procedimentos, e contou com a colaboração de Walter Pinheiro, na Seplan, instalado em pleno olho do furacão.
Martins comprou uma briga com os auditores fiscais da Sefaz que, felizmente, já no final do primeiro mandato de Wagner, conseguir sentar-se à mesa com a direção do IAF e selou um compromisso de paz.
Se tiver cabeça, livrar-se um pouco mais do engajamento assembleista do Sindsefaz e parte para melhorar o desempenho da Sefaz, ainda tímido em relação a cobrança do ICMS, se compararmos com desempenho de outros estados.
Martins, no entanto, é discreto, politicamente correto com seus pares e a ALBA, e manteve as contas dentro da LRF. Pode avançar muito mais.
Outras áreas que mexe com o público, Trabalho, Renda e Esporte, com Nilton Vasconcelos; Desenvolvimento Urbano, com Cícero Monteiro; e Turismo, com Domingos Leonelli; estão bem servidas.
Nilton me parece o mais tímido e burocrático. Tem que avançar. Desenvolvimento Urbano carece de marketing. E, no turismo, pelo menos em termos de inovação Leonelli saiu-se bem. A Bahiatursa é um fiasco. Ainda faz workshop com fitinha do Senhor do Bonfim. Órgão que precisa se profissionalizar em nível de competitividade internacional.
Manoel Vitório e Eva Chiavon são controleres. Trabalho árduo que pouco aparece. Mas, importante para manter o equilíbrio do governo. Sobre a Secom, Seplan e Segurança ler comentário em outra nossa coluna.
Ainda vale uma palavrinha sobre a Segurança: esse é o calcanhar de Aquiles do governo e o delegado Maurício Barbosa, jovem e atuante na área da inteligência policial, tem essa difícil tarefa. Conseguir um novo sapato para proteger o calcanhar de Wagner.
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