O governador Wagner colocou como meta para a eleição presidencial em segundo turno, aumentar a votação de Dilma Rousseff na Bahia entre 6% a 10%. Trata-se, pois, de uma tarefa bastante audaciosa. Tais percentuais considerando a votação que Dilma teve no Estado, em 1º turno (4.188.099 ou 62.62% dos votos válidos) elevariam a votação da candidata petista para 4.440.000 e/ou 4.607.000 votos com pergentuais que se aproximariam de 70%. Sobrariam, portanto, para José Serra 30% dos votos ou algo em torno de 1.920.000 tomando-se como base os válidos totais do 1º turna que foram 6.425.015 votos.
Se o governador conseguir tal objetivo, a diferença de votos entre Dilma e Serra será da ordem de 2.700.000 votos um número bastante expressivo e que pode pesar bastante na balança da candidata petista. E, evidente, alçá-lo à condição do mais expressivo cabo eleitoral de Dilma depois de Lula.
A coligação DEM/PSDB vê o panorama com outra perspectiva entendendo, como realisticamente já afirmou o deputado ACM Neto, "ser impossível Serra ganhar na Bahia", mas, a diferença poderá ser menor entre ele e Dilma. Trabalha-se ou sonha-se com a equação 60x40. Ou seja, Dilma ficaria com 60% dos votos, algo em torno de 3.900.000 a 4.000.000 e Serra entre 2.400.000 a 2.500.000 votos.
Observando-se o que se passa na Bahia, hoje, vê-se que a meta proposta por Wagner está mais factível do que a do DEM/PSDB. A campanha de Dilma está muito mais estruturada na Bahia, borbulha, se movimenta em várias direções, coisa que não se enxerga para Serra.
É óbvio que uma parte do eleitorado se orienta pela consciência, pelos meios de comunicação e pelas propostas dos candidatos. Mas, outra parte, a maior, porque a Bahia é um estado que tem uma das maiores populações rurais do país segue os cabos eleitorais, as lideranças e a movimentação das campanhas.
Nos grotões se o eleitor não for motivado, em alguns casos até conduzido à votar, levado até o local de votação, nada feito. E a campanha de Serra da forma que está sendo conduzida na Bahia, nem papelaria de divulgação tem no comitê do Lucaia, nada feito. O que poderá melhorar a vida de Serra é a migração de votos de parte de lideranças do PMDB e do PR insatisfeitas com a opção preferencial de Dilma à Wagner e aí superar os 20.98% dos votos que teve no estado.
Bom lembrar, ainda, que Marina Silva teve 15.74% dos votos dos baianos e dificilmente esse percentual migrará todo para Dilma. O PV na Bahia está dividido. Agora, então, que o partido abriu a cancela para que cada qual apoie quem quiser, sem usar a sigla do PV, o que, aliás, não tem a menor importância, a banda Bassuma foi para Serra; e a banda Euler e Edson Duarte para Dilma.
O prefeito João Henrique pode dar uma razoável ajuda a Dilma na capital. Não muita coisa porque o pessoal que esteve com seus candidatos a deputados do PMDB e a deputada Maria Luiza já votaram com Dilma. De toda sorte, cada dia mais distante de Geddel, João aproximou-se de Wagner.
Claro, candidato algum despreza ou menospreza apoios. Mas, passada a eleição, quaisquer dos presidenciáveis eleitos, João tem que reorganizar sua vida política. Se fizer um novo pacto com o PT, depois de tudo que aconteceu em 2008, ficará desmoralizado.
Geddel, de sua parte, partidariamente apoia Dilma e só. Já sinalizou através do presidente regional do PMDB, Lúcio Vieira Lima, seu irmão e deputado federal eleito, que será candidato a governador, novamente, em 2014. E, portanto, não passa por sua cabeça dispurar uma eleição majoritária em Salvador para prefeito, em 2012. Vai, evidente, trabalhar, influenciar, participar, mas, nada de cabeça de chapa. Seu objetivo é o governo do estado. E, para tanto, fará oposição ao governo Wagner, independente de quem será o próximo presidente.
Esse é o quadro na Bahia. Daí que a audaciosa proposta de Wagner pelos 70% dos votos para Dilma pode dar certo. Agora, eleitor é mais traçoeiro do que cobra cascavel.
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