O debate realizado pela TV Aratu na noite deste domingo, 19, serviu para que os candidatos apresentassem seus pontos-de-vista e, desta feita, com um modelo diferenciado ao que foi apresentado pela Band Bahia, não houve uma união entre Souto/Geddel/Bassuma/Marcos Mendes contra Wagner. Cada qual procurou trafegar dentro de uma linha de raciocínio próprio e, o mais eloquente e mais afirmativo foi o candidato do PSOL, Marcos Mendes.
A questão é saber se a mensagem que transmitiu foi absorvida pelos telespectadores com convencimento ou não. Mendes falou o que o telespectador gosta de ouvir e está acostumado a presenciar, o favoritismo a grandes empresas, o jogo do poder sendo manipulado pelos grandes grupos, a morte de jovens negros assassinados na periferia. Enfim, adotou uma linguagem própria ao ambiente televisivo, mas, peca por falta de consistências em suas ações afirmativas de governança.
O governador Wagner esteve melhor do que no debate da Band e manteve a serenidade que lhe é peculiar. Isso é bom para quem está em casa. Preferido do eleitorado voltou a comentar a importância da Bahia seguir adotando o projeto Lula/Dilma, defendeu seu candidato a vice Otto Alencar, bastante criticado, e lembrou da importância de eleger Lídice e Pinheiro senadores. Além do que, esteve melhor treinado e com números na ponta da língua.
Saiu-se bem na resposta sobre uso da propaganda e os números do TOPA e Água Para Todos.
Seu ponto mais frágil foi no momento que perguntou a Souto sobre a geração de empregos e que achava do governo Lula, atribuindo ao seu governo a criação de 240 mil empregos no Estado. Souto decodificou os números e disse que a geração dos novos empregos se enquadra dentro do contexto nacional de crescimento do país, mas, na Bahia, o setor que mais cresceu foi a construção civil que o governo tem quase nada a ver.
Além disso, situou que o governo atual não trouxe novos empreendimentos para o estado e repetiu a frase dita na Band de que, na sua época, as fábricas tinham telhado, máquinas, operários, e, hoje, são virtuais.
Geddel esteve bem no debate. Menos aguerrido do que se costume. Esteve Geddelzinho e pediu uma chance ao eleitorado entendendo que Souto já foi governador e Wagner é o atual mandatário, daí que a Bahia precisa experimentar algo novo e mais dinâmico. Disse, ainda, que não está preocupado com os números das pesquisas e espera que as urnas falem por sí. Lembrou que, em 2008, dizia-se que João Henrique não venceria o pleito em Salvador e hoje é o atual prefeito.
Bassuma esteve bem melhor neste debate do que na Band. É quem melhor faz a mensagem das considerações finais. Tem um jeito de falar messiânico, ao modelo Valdir Pires, que prende a atenção do telespectador. Esclareceu a dissidência interna no PV e disse que seu grupo foi hegemônio no voto e que seus adversários internos queriam fazer a política adesista ao PT.
Para Bassuma, o fato do PV disputar pela primeira vez uma eleição para governador é como cortar o cordão umbilical do PT, ser autônomo e independente. Assim como também falou Geddel, acreditando no segundo turno, situou que a política é feita para se ganhar ou perder, mas, com atitudes e dignidade.
Souto também fez uma boa mensagem final ao situar que é candidato para ser o governo que vai defender os interesses do Estado e que, infelizmente, no momento atual, a Bahia perde a liderança até no Nordeste.
A participação dos jornalistas foi melhor do que na Bahia com Bob Fernandes (Terra), Jairo (Correio), Osvaldo Lyra (TB), Aguirre (A Tarde) e Malu Fontes. A propaganda exaltada pelo apresentador Casemiro Neto, "do mais esperado debate da Bahia", não colou.
O debate foi apenas morno. Diria que foi menos emocionante do que o realizado pela Band. Ainda assim, um bom debate. Mas, não deve mexer na cabeça do eleitorado e alterar o que está posto nas pesquisas até agora.
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