O presidente Lula da Silva vem a Salvador nesta quinta-feira, 26, com a cidade do Salvador experimentando uma insatisfação popular enorme com a derrubada de centenas de barracas de praias, revolta, choro, chamas, desesperança, falta de bom senso, ausência de diálogo, omissão de governantes, tudo isso junto como poucas vezes esta Cidade da Bahia assistiu.
O presidente vem participar de atos administrativos e políticos. Ao que tudo indica referendará a ordem de serviço para as obras do BRT (Bus Rapid Transit), projeto do Setps/Prefeitura de Salvador para melhorar o transporte numa das áreas mais críticas da cidade, a ligação Iguatemi Aeroporto Luis Eduardo Magalhães visando as copas das Confederações (2013) e do Mundo (2014).
Segundo nota do governo do Estado vai também a Feira de Santana inaugurar o Hospital da Criança, uma promessa de campanha de Wagner, ano 2006.
Tendo chances de falar com o presidente, o prefeito João Henrique certamente vai pedir-lhe socorro em relação ao episódio das barracas. O prefeito sugere uma prioridade em linhas de crédito via Sebrae/BNB para que as pessoas que foram prejudicadas possam contrair esses empréstimos com juros baixos e tocar novos negócios. Solução que demoraria um tempo bastante elástico, mas, é uma luz no final do túnel.
Embora a decisão de derrubar as barracas tenha sido ação conjunta entre a Prefeitura e Justiça Federal, uma vez que esses equipamentos se encontravam em áreas da Marinha, de propriedade da União, as questões administrativas envolvendo a permissão e a permissividade são de responsabilidade do município. Portanto, quem tem que resolver são os cidadãos e o prefeito. Evidente que os governos estadual e federal poderão ajudar, e sendo possível devem fazê-lo, mas, o problema (o pepino) tem que ser solucionado pelo gestor municipal.
Não tem para onde correr. Tudo o que acontece num município para o bem ou para o mal, o prefeito (sobretudo aos olhos da população e da opinião pública) é o responsável. Agora mesmo, em relação ao BRT, foi o governo do Estado que tomou o empréstimo com autorização da Assembleia e vai realizar a obra. Agora, quando estiver pronta, se melhorar o trânsito (como se espera embora o ideal fosse o VLT), o prefeito (a administração pública municipal) ganha com isso politicamente.
Já disse aqui e vou repetir: Salvador já deu muito mais ao presidente Lula do que vice-versa. Essa questão das barracas de praias é importante, em especial porque prejudica as pessoas mais pobres da cidade, mas tem muitas outras coisas mais importantes e a União precisa ajudar Salvador a sair do atraso. Essas obras da mobilidade urbana e da Arena Fonte Nova estão dentro de um contexto que todas as cidades sub-sedes da Copa terão.
Precisa-se de muito mais. É uma questão de justiça e de melhoria das desigualdades regionais. Se for implantando o trem bala (Rio/São Paulo/Campinas) com investimentos de R$35 bilhões num só projeto vê-se, pois, a nossa pobreza. E o que é mais sintomático ainda: vamos andar de buzu sofisticado num sistema obsoleto e fora da contemporaneidade.
Vamos dar vivas a Lula na Praça Castro, e ele até merece pela gestão que faz, mas, vamos cobrar a nossa parte, ter a nossa contrapartida. Ou será que a baianada só serve para dar votos ao seu projeto político!
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