Política
Tasso Franco
18/08/2010 às  15:07

PT NÃO QUER A SOMBRA DE LIDICE EM 2012 E 2014

Eleita, Lidice passa a ser forte candidata a prefeita e/ou a governadora


Foto: ATARDE
Em 2008, Pinheiro e Lídice na sessão de votação, candidatos a prefeito e vice
  A eleição é como a Copa do Mundo de Futebol. Acontece de 4 em 4 anos e desperta paixões, emoções, choro e tudo mais. Quem faz gols e vence segue em frente. Quem perde, entra na fila. É o que está acontecendo com a Seleção Brasileira pós Dunga.

  Na disputa para o Senado na Bahia existem duas vagas em jogo. De acordo com as pesquisas, estão sendo disputadas, favoritáriamente, pelos candidatos César Borges (PR), Walter Pinheiro (PT) e Lídice da Mata (PSB).  Os três têm pretensões futuras na política baiana. Óbvio, após o Senado, ser governador (a) do Estado.

  Daí que tem sentido as críticas que Lídice (e agora também Leonelli) vêm fazendo sobre a preferência que a campanha do PT, leia-se Wagner/Otto, tem dado a Pinheiro, deixando-a de lado, ou não tendo o mesmo espaço de seu companheiro de chapa. O PT desconversa. Mas, essa é uma realidade, senão não haveria queixas. Lídice é uma profissional da política e conhece bem o ramo.

  Olhando o cenário à frente, 2012 (Prefeitura de Salvador) e 2014 (Governo do Estado) caso Lídice seja eleita senadora, o PSB a tem como candidata natural do partido. Isso deveria ter acontecido (Prefeitura), em 2006, mas, sem uma estrutura partidária mais abrangente e sem o apoio do governador, Lídice aceitou ser candidata a vice de Pinheiro, eleição vencida por João Henrique (PMDB), no segundo turno.

  Agora, Lídice disputa com Pinheiro uma vaga ao Senado. Se as eleições fossem hoje, segundo as pesquisas, César Borges (36%) estaria reeleito. E, sobraria, ou Lídice (20%); ou Pinheiro (17%). *DataFolha última. 

  Ora, Pinheiro tem um acordo com Pelegrino que sairia candidato ao Senado e o apoaria para prefeito de Salvador, em 2012. Natural. É o sonho de Pelegrino ser prefeito e se Wagner for reeleito suas chances são boas, sobretudo porque a gestão atual em Salvador desce a ladeira e Geddel, a julgar pelo comportamento de João com ele, não vai lhe dar a mão tão cedo, como aconteceu em 2008.

  Lídice, então, tem justa razão de reclamar. Se perder a eleição para o Senado, Pinheiro sobe a ladeira e se apresentará, em 2014, como candidato a governador. Natural. Vai disputar com Luiz Caetano e outros menos cotados dentro do PT. Mas, tem chances. Socorreu o governo Wagner, em 2009, e são alinhados.

  No caso de uma vitória de Lídice, e aí aposto como o PT não quer para não fazer sombra em Pelegrino/Pinheiro, passa a ser a senadora do PSB a preferencial como candidata a prefeita e/ou governadora. O PT, como todos sabem, não gosta de dar encosto. É igual a mandacaru. Isso já aconteceu com Olívia, com Lídice e outros. Até mesmo internamente, Luis Alberto, pena para ser candidato a prefeito e não consegue.

  Então, meus caros, é por isso que Lídice está com a boca no trombone.


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