Política
Tasso Franco
23/04/2010 às  09:19

AS JUSTIFICATIVAS DA SEFAZ

Secretário Carlos Martins explica financiamentos


            Recebo informações do secretário estadual da Fazenda, Carlos Martins, diante da polêmica que se estabeleceu na Assembleia Legislativa sobre autorização aprovada para novo empréstimo junto ao BNDES, no valor de R$563.7, milhões e críticas à aplicabilidade deste e de empréstimos anteriores, a oposição acusando o governo de desviar o objeto dos recursos para custeio, que a aplicação desses recursos são "voltados para investimentos". E mais, que a Sefaz cumpre os critérios estabelecidos para aplicação desses recursos conforme prevê a Lei de Responsabilidade Fiscal.

            Argumenta o secretário que durante o ano de 2009, o estado recebeu três parcelas referentes a operações de crédito contratadas junto ao BID e ao BNDES, obedecendo a "regra de ouro" que não pode ser superior ao das despesas de capital constantes no projeto de lei orçamentária. Ou seja, o total das operações foi de R$987.7 milhões e as despesas de capital de R$2.84 bilhões, atendendo com folga esse ponto da LRF. Já os investimentos, ano de 2009, foram de R$1.32 bi, valor superior às operações.

            Esclarece ainda a SEFAZ que, no ano passado, o contrato efetuado junto ao BID, referente ao PROCOFIS (Programa de Consolidação para o Equilíbrio Fiscal) foi no valor de R$409 milhões, previsto para ser liberado em duas parcelas: uma no valor de R$209 milhões no exercício de 2009; e outra de R$200 milhões, em 2010. Por sugestão do próprio BID foi solicitada a liberada a segunda parcela em 2009, mas os recursos desse segundo desembolso só poderiam ser gastos a partir de 2010, o que vem sendo feito.

            Quando ao contrato com o BNDES aprovado pela ALBA ano passado, no valor de R$380 milhões, um primeiro desembolso foi liberado ainda em 2009, no valor de R$192.6 milhões, e, somente agora, em abril de 2010, "devido ao extenso procedimento de tramitação nas várias áreas em que tramitam processos dessa natureza" o dinheiro chegou a SEFAZ. Segundo Martins, ao contrário do que diz a oposição na ALBA, são recursos a serem aplicados para "ampliar investimentos em saúde, educação e segurança pública, feito com muito critério para que nenhum projeto essencial deixe de ser contemplado".

            Estão aí, portanto, as explicações da SEFAZ sobre dúvidas da aplicabilidade dos recursos do BID e BNDES, o anúncio da chegada da segunda parcela do empréstimo BNDES aprovado pela ALBA ano passado e o que fazer com o dinheiro. Agora, o governo vai trabalhar a segunda etapa do processo, ou seja, vencer os trâmites burocráticos do BNDES para retirar os R$563.7 milhões com autorização aprovada no último dia 20.

          Na próxima semana, anuncia-se uma terceira etapa que é a aprovação dos recursos (R$400 milhôes) para a nova Fonte Nova e mais (valor não explicitado) outros tantos milhões para a via Expressa Aeroporto-Centro da cidade visando a Copa do Mundo 2014. Vê-se, pois, que os deputados ainda terão pela frente muito trabalho na Assembleia Legislativa, e a polêmica segue em frente visto que a oposição não acredita na boa fé da SEFAZ e tem suas razões para isso.

         Este final do abril vermelho, com novas ameaças e invasões de terras por parte do MST e marcha batida em direção a Salvador, a fervura política será intensa.


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