Política
Tasso Franco
17/04/2010 às  16:16

O MITO MODEMA

Águas de abril levam mito de Moema pela enxurrada


 prefeita de Lauro de Freitas, Moema Gramacho (PT), é uma personalidade política bastante admirada na Bahia. Ex-deputada, aguerrida e sem papas na língua tem atitudes meridianas. Age de forma clara e transparente em relação à sua posição política, sem transigir, está à frente da administração deste município desde 2005 e tem feito um trabalho louvável a ponto de ter amealhado prêmios de eficiência por sua gestão. É uma das pessoas mais queridas da imprensa baiana e, salvo exceções aqui e acolá, trafega nesse meio com bastante desenvoltura.             Credite-se, também, à sua gestão à frente da Prefeitura de Lauro o fato de que não existem, pelo menos não tenho conhecimento, quaisquer mazelas do tipo falcatruas, corrupção ou coisas que valham envolvendo a máquina pública. Moema é bastante rigorosa nesses itens, movimentos que combateu durante sua temporada como deputada na Assembleia Legislativa, e tem pautado sua conduta com seriedade e amor à causa pública.

            Diria até que é uma política apaixonada e expressa seus sentimentos de forma tão intensa, com uma garra incomum aos políticos de uma forma geral, que se assemelha ao modelo La Pasionaria (Isabela Dolores Ibárruri Gómez), a líder comunista basca falecida em 1989, célebre por sua militância, seu amor à causa, seus artigos e a frase mundialmente conhecida "No pasarán!".

            De repente vem 300 milímetros de chuvas no Litoral Norte e o município administrado por Moema fica ilhado. Residências são inundadas, bairros e loteamentos são completamente atingidos pelas enchentes, prejuízos incalculáveis, tudo acontecendo devido a um fenômeno da natureza previsível, repetitivo e que acontece a cada ano. As chuvas de abril na RMS são históricas e quem falar, hoje, que foi surpreendido por tal fenômeno; ou desconhece a história ou está embromando a população.

            Certo de que as chuvas foram intensas, dito por um dos seus secretários municipais como idênticas às que aconteceram na década de 1970, mas, isso posto, revela o quanto a administração pública municipal de Lauro tem que trabalhar, ampliar o foco de sua gestão, sair do feijão com arroz da cesta básica e do asfaltamento de ruas, e observar o município de forma mais abrangente. Caso contrário, é aí que o mito Moema pode ser levado pela enxurrada, e adeus novas conquistas políticas.

            Lauro é o vizinho gêmeo mais próximo de Salvador, (disputam até hoje terras limítrofes um do outro) rico para os padrões do Estado e tem uma prefeita do PT que difunde sua amizade com o presidente da República e o governador do Estado. Além do que, está na prefeita há 6 anos e não deveria se surpreender com chuvas e protestos. Pelo contrário, obras estruturantes que não existem, já deveriam estar em cursos faz tempo. Veja que se fala em 4 passarelas na área urbana da Estrada do Coco há 3 anos.

            Então, minha cara e nobre prefeita, amplie seu horizonte porque mitos só são eternos na oposição. Na situação, na gestão, a população sempre exige o melhor.


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