Política
Tasso Franco
15/04/2010 às  14:18

O EFEITO MARIA LUIZA

O rompimento da eposa do prefeito com Geddel dará ainda muito o que falar


A decisão da deputada estadual Maria Luiza (PSC), esposa do prefeito João Henrique (PMDB), de afastar-se da vida político-partidária e retornar às suas atividades no campo da assistência social na Prefeitura do Salvador, até que as nuvens fiquem mais claras no horizonte, de pronto, provocou abalos na coligação do PMDB, encabeçada pelo deputado Geddel Vieira Lima, mas, nada que pareça assustar este candidato nem muito menos fraturar a unidade da aliança PMDB/PR/PSC.            
Perde-se de imediato devido ao impacto da notícia, em especial diante das declarações da deputada rejeitando Geddel, porém, a médio-prazo, quando a campanha estiver efervescente lá pra meados de setembro próximo, deixará de ser um fato relevante e perderá seu efeito. Salvo, evidente, se o prefeito João Henrique tivesse concordado com as afirmações e a atitude da deputada, o que considerou um gesto pessoal, e também se posicionasse contra Geddel. Não foi o caso.


           
Maria Luiza é uma deputada ainda sem vôo próprio. Sua eleição a Assembleia Legislativa se deve, basicamente, ao prestígio e votos do seu marido, embora tivesse feito sua parte e conquistado seu espaço próprio para efetivar um resultado eleitoral positivo.



Político algum, salvo raríssimas exceções, elege um "poste". A pessoa que participa do processo eleitoral tem que dizer quem é e a que veio.



E a deputada Maria Luiza é uma dessas pessoas surpreendentes na política. Emite suas opiniões de forma muito franca, diferente do "feijão com arroz" tradicional que alimenta esse caldo de cultura, tem voz própria, personalidade firme e sabe o que quer. Como disse em seu discurso na ALBA: "Aprendi que ser flexível não significa ser fraca ou não ter personalidade, pois, não importa quão delicada e frágil seja uma situação, sempre existem dois lados".



 No momento, devido ao rigor da Lei Eleitoral, a deputada está com as "asas" amarradas porque integra o PSC e este partido alinha-se com Geddel. Não tem como, em hipótese evocativa do outro lado, apoiar Wagner ou Souto porque estes compõem outras coligações, e sua candidatura estaria sujeita à impugnação. A questão é que a deputada já disse estar livre e fora da "farsa" em que vivia, "rodeada de fogo amigo", e pode fazer esse apoio de forma informal porque o mandato para ela perdeu o sentido.



Nada impedirá que possa subir no palanque de Wagner ou de Souto, participar de eventos políticos e outros mais porque, como afirmou que "sou PSC ...sem vocação para refém...) estará dando pouca atenção a este partido, quer ver Eliel Santana à distância, bem longe, e aí, sim, se isso acontecer vai ser um embaralhamento na cabeça do prefeito que ninguém pode prever o resultado.



Pelos dados da história, episódios envolvendo mulheres de políticos na política, e no Brasil são inúmeros casos, sempre resultaram num rolo enorme.  Haja "guerra fria".


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