O senador ACM Jr (DEM) está sendo apontando pela chapa majoritária PSDB/DEM ao governo da Bahia, encabeçada por Paulo Souto, como uma alternativa natural de candidatura ao Senado, pois, ninguém acredita mais no âmbito dessa coligação que o senador César Borges venha a compor essa frente. O outro nome a ser lançado na próxima semana com a presença de José Serra (é o que se comenta na Assembleia) será o de José Ronaldo de Carvalho, ao Senado, ex-prefeito de Feira de Santana. A chapa só não estaria fechada, confidenciou-me um deputado bem próximo do "carlismo" porque o deputado ACM Neto não concorda com a indicação do senador ACM Jr, seu pai, entendendo que, caso este perca à eleição seria um desgaste enorme ao seu grupo, contabilizando-se, assim, duas derrotas consecutivas, a do próprio ACM Neto, a prefeito de Salvador, em 2008, e esta provável de Jr, em 2010.
Acontece, disse-me essa mesma fonte, que, em sua concepção, as condições eleitorais para o senador ACM Jr se apresentam melhores do que àquelas postas no pleito de 2008 para ACM Neto, em Salvador, porque há palanques nacional e estadual competitivos e o apelo à antiga base "carlista" com o nome ACM Jr, ainda muito viva no interior, remete diretamente ao "velho" ACM e será um entrave ao avanço de César Borges.
Sem segredos, outro deputado, Clovis Ferraz, contou-me que, em Buritirama, município da microrregião de Barra e terras dos confins da Bahia o prefeito local já lhe comunicou que votaria em Souto e César, mas, como César estaria alinhado com Wagner (a notícia já chegou aos grotões eleitorais) ele vai "desconvidar" o senador para uma festa que vai acontecer em breve no município.
Há, portanto, ao que se percebe, ainda sem uma análise mais criteriosa, apesar de que César já foi avisado por uma DataQualy de Lobão, um dos melhores pesquisadores da Bahia, que seu eleitorado cativo não está simpático a sua aliança com o PT, sinais que reforçam uma candidatura ACM Jr ao Senado, com alguma competitividade. Todo mundo sabe que ACM Jr não é um político no modelo profissional e chegou ao Senado diante da morte do pai. Mas tem "recall" e apelo muito forte dessa base "carlista" que ainda existe e tanto está vida que Otto Alencar não desgruda do telefone tentando cooptá-la para a coligação Wagner.
Se ACM Jr vai encarar a campanha ou não são outros quinhentos. Agora, que o cenário é propicio a esse desafio não há dúvidas. Por mais que se queira dizer que o "carlismo" está morto lembro de uma frase de Genebaldo Correia, lá dos anos 1986 quando Waldir ganhou a eleição e perguntaram a ele se ACM estava "morto" politicamente. Genebaldo, que entende bastante de política, disse que "o homem é igual a uma peçonha". Ou seja, veneno puro.
Uma coisa parece consensual na coligação DEM/PSDB: César já foi. Resta, então, ACM Jr recolocar o "veneno" na trilha politica.
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