Quem deseja, portanto, conhecer a vida de Hemingway contextualizada com maior densidade a partir de sua trajetória em Paris, exatamente quando começa a exercitar a sua carreira de escritor, ele que começou como correspondente de guerra (I Guerra Mundial), 2018, trabalhando para o Toronto Star, jornal canadense, e depois (ou concomitantemente) foi atuando como contista e passou a residir em Paris, a partir de 1921, integrando um grupo que Gertrude Stein classificou da "Geração Perdida", do qual faziam parte John dos Passos, Ezra Pound, Scott Fitzgerald entre outros.
Benjamin cuida de Hemingway e retrata a vida do escritor desde o seu nascimento até a sua morte em pesquisa exaustiva e presencial, sobretudo em Paris, visitando todos os locais onde o norte-americano viveu e frequentou como apaixonado pelas noites e pelos cafés que ia com assiduidade e sorvia drinks a mais ou a menos, assim como revela a personalidade do escritor, seus romances e amores, sua paixão pela Espanha e as touradas, suas aventuras no mar do Caribe, sua estada em Havana, enfim, não deixa escapar nada. E, os leitores, o agradecem penhoradamente pois encontram num único volume toda a trajetória do contista e depois romancista e ensaísta norte-americano.
Não é pouco o que Benjamin colocou à nossa disposição e leitura fácil com linguagem simples e compreensível a qualquer mortal, cuidadoso na colocação dos termos sem pieguismo e erudições, e sem juízo de valores próprios em relação ao escritor um personagem de difícil abordagem por seu gênio irritadiço, por suas mudanças de vida revezando em amores que pareciam eternos, porém eram mutantes (casou-se 3 vezes) e encerrou sua trajetória de vida suicidando-se em pleno auge da sua força literária, em 1961, apenas 7 anos depois de ter conquistado o Nobel de Literatura com o romance "O Velho e o Mar", o qual não compareceu a Estocolmo para receber a láurea e os aplausos.
Vê-se, pois, como foi difícil para Benjamin cuidar deste personagem em sua obra que é considerada, sem sombra de dúvidas, a mais completa sobre Hemingway. E, hoje, se alguém quiser fazer um novo trabalho sobre o autor norte-americano já dispõe desse roteiro, desse manual que Benjamin colocou para seus leitores e estudiosos acadêmicos. Se um estudioso do comportamento humano quiser saber onde Hemingway viveu e como viveu em Paris nos anos 1920, a obra de Benjamin dar-lhe-á a régua e o compasso para que siga a trilha e complemente o que quiser.
Vamos, então, a alguns detalhes pesquisados por Benjamin e exposto em sua obra com bastante clareza: "De sua casa na Rue Cardinal Lemoine até a Rue de Fleurus, onde morava Miss Stein, Hemingway tinha que contornar ou atravessar o Jardin de Luxembourg, que ele já havia descoberto e onde gostava de passear...() muito bem recebido por Miss Stein e sua companheira Alice encantou-se com o salão, cujas paredes exibiam quadros recentes dos mais brilhantes e jovens pintores que viviam em Paris... () Ali Miss Stein recebia visita de Picasso, Braque e Matisse além de poetas como Guillaume Appolinaire".
Foi neste ambiente com forte influência nas artes plásticas e nas letras que EH conviveu e moldou a sua personalidade literária com a ajuda de Sylvia Beach proprietária da livraria "Shakespeare and Companhy", outro pouso do autor no beber e conhecer a cultura dos autores que escreviam em inglês, distante da cultura francesa, uma vez que, embora residisse em Paris seu campo de atuação a conquistar leitores eram os Estados Unidos onde começou a publicar seus contos e a vender suas publicações a editores de NY.
Veja, portanto, como é sutil essa presença de EH em Paris, cidade que amava do ponto de vista de sua beleza, dos seus cafés e da civilização europeia, habitada por gente de todas as fronteiras, porém seu olhar literário (o mercado) era o norte-americano e não o parisiense. Somente depois de famoso e ter escrito "Paris é uma Festa" (hino de amor à cidade) e "O Sol Também se Levanta" - neste último, um terço do livro é um flagrante da vida parisiense nos anos 1920, é que EH passa a ser traduzido pera o francês (e outros idiomas) e vai se tornar um escritor internacional.
Nas páginas elaboradas por Benjamin Santos os leitores vão encontrar o histórico de todas as obras de EH e dos seus amores às mulheres e a Espanha. Diz este autor: "Por quem os Sinos Dobram" foi lançado a 21 de outubro de 1940, em tiragem de 75 mil exemplares, num momento em que estava sendo tratado o seu segundo divórcio. A situação afetiva do casal que agora se divorciava era bem diferente daquela outra, vivida por Hadley e Ernie, quando Ernie era pobre e desconhecido, amava a esposa e era amado por ela.
Agora, tudo estava sendo tratado por advogados. Hemingway era já um homem de posses, escritor de fama internacional e já não amava Pauline...() efetivou-se o divórcio e 16 dias depois EH com Martha Gellborn, também nascida em Saint Louis, e nova anos mais nova que ele".
O livro de Benjamin também abriga todo um apanhado historiográfico da cultura entre os anos 20/50 do século XX, evidente centrada no eixo França/Espanha/Estados Unidos (descrições de alguns safaris na África) e sua peregrinação a Cuba/Havana, até a sua morte, em 1961. Um trabalho completo para quem deseja conhecer a vida e obra de EH.
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