O prêmio Nobel de Economia, 2002, Daniel Kahneman, é o autor de um dos melhores livros sobre esta temática intitulado "Rápido e Devagar - Duas Formas de Pensar (Editora Objetiva, tradução de Cássio Arantes Leite, primeira impressão 2012, 607 páginas, R$39,89 na internet Amazon, oferta) e explica que a mente humana funciona de duas maneiras diferentes: uma rápida e intuitiva; e outra mais devagar - lógica e deliberativa.
Kahneman é israelita e professor emérito de psicologia da Universidade de Priceton. Vê-se, pois, a julgar por sua formação em economia e psicologia, que muitos dos enunciados do livro trazem conceitos e se sustentam baseados em análises recentes da psicologia, os cognitivos e sociais.
Quando expões a teoria de que as mulheres inteligentes tendem a se casar com homens menos inteligentes, não faz uma observação aleatória, mas, baseada em pesquisas e estudos. Da mesma maneira, quando situa que se "você foi abençoado com uma tendência ao otimismo dificilmente precisa de alguém que é uma pessoa de sorte, ou que desempenha um papel desproporcional em moldar nossas vidas".
Não é à toa que as citações bibliográficas do livro estão inseridas em 16 páginas - todas de autores estrangeiros, da Europa, EUA, Canadá, Japão, Ásia - o que demonstra para quem vai ler a obra que Kahneman não fala coisas apenas de sua cabeça e dos experimentos e análises que fez juntamente com Amos Tversky, e sim um entendimento e uma tomada de decisões que foi moldado pelas descobertas das últimas décadas no campo da psicologia. O autor revela que as ideias centrais remontam de 1969 a partir de um Seminário que dirigiu no Departamento de Psicologia da Universidade Hebráica de Isarel.
Portanto, nada é aleatório ou relacionado a partir do senso comum das pessoas e sim de estudos, análises, pesquisas, e não da máxima de que dinheiro é como água do rio que só corre para o mar ou da psicologia do senso comum da loteria Mega Sena de que você ser contemplado (a).
O livro contém a abordagem dos dois sistemas (rápido e devagar) - ideia da complexidade e riqueza dos dois processos e as heurísticas de julgamento; as dificuldades do pensamento estatístico; o dialogo com a disciplina da economia; a pesquisa que distinguiu os dois eus e a medição do bem estar; e um capítulo que explora em ordem inversa as implicações - os eus experimental e recordativo, os agentes das economias clássica e comportamental e o automático e o oneroso.
Aparentemente parecem coisas complexas para o leitor médio (e em certo ponto de vista, são), mas, observando-se a prática nossa de cada dia, as vivências e os estudos que fazemos nos diversos campos profissionais, praticamos muitas dessas coisas ser saber.
Um dos subtemas, a utilidade do dinheiro e a quantia desejável para viver (Daniel Bernoulli) é bem analisada no livro e podemos fazer comparativos conosco mesmos ou com exemploas que vemos diariamente na midia. É recorrente, por exemplo, citações no nsso plano real de que uma atriz está usando uma bolsa de R$50 mil; e um jogador de futebol comprou uma carro de R$2 milhões.
E o que isso tem a ver conosco, com as pessoas? Tem muitos relacionamentos porque a ilusão e o desejo de ser milionário e também ostentar uma dessas peças faz parte das nossas vidas. E está distribuida como desejo do inconsciente em todas as camadas da população.
Há um subtema no livro muito interessante dando conta de que os últimos 5 minutos são os mais interessantes e não estão realacionados ao fim da vida e sim ao fim de um seriado de cinema, a uma peça teatral, a uma expectativa que uma pessoa tem no momento de fazer uma cirurgia ou de ir ao dentista; noutro subitema analisa a avaliação da felicidade e a clássica questão (dinheiro compra a felicidade?) e outras que estão relacionadas ao bem estar.
Outro dia presenciei minha sobrinha dando comida as galinhas em sua fazenda e as aves pousavam nos seus ombrso e até na sua cabeça e ela falava com uma expressão de felicidade que estava havendo "uma chuva de galinhas".
É isso que Daniel Kahneman traz em sau livro desde coisa bem simples da vida a análises mais complexas e conceituais, como por exemplo - se prognósticos servem para alguma coisa?
Eu diria que não; ou que sim. Se faço um prognóstico de que "vai chover na minha horta" (no sentido de que vou ganhar muito dinheiro, inesperadamente, como chuva, tem-se mais é que dar risadas.
Em "Rápido e Devagar", Daniel Kahneman mostra que a vida está cheia dessas metáforas e desejos do inconsciente que somente a psicologia explica com estudos dos novos processos cognitivos.
Livro, pois, que recomendo de olhos fechados. Aliás, bem abertos.
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