04/05/2013 às  12:31

CINEMA: AMOR é tudo que você precisa, no comentário de DIOGO BERNI

A fotografia de uma cidadela ou aldeia marítima na Itália é algo como uma pintura em tela de cinema, os locais são belíssimos,


Amor é tudo que você precisa, Susanne Bier, Dinamarca / Suécia / Itália / França / Alemanha, 2013 (falado em dinamarquês, inglês e por raras vezes em italiano ). 

   Pois é, o ditado em que diz “acontece nas melhores famílias” é adequado ao filme. O mais relevante, ao menos a esse que vos escreve, é a beleza estupenda de uma das suas atrizes coadjuvantes (Molly Blixt Egelind ) que parece mais uma mulher de cera pela perfeição de seus traços e pele. 

   Ademais disso o filme é uma comédia romântica e na maioria ou totalidade das vezes não podemos esperar muito de filme do gênero, e esse também não foge da regra, alias por um detalhe ele se torna diferente dos outros que é a exposição de uma mulher de meia idade, casada e com dois filhos que soube de resultados médicos que fizera e detectara um câncer. 

   Por esse personagem ser a protagonista da comédia romântica, essa tem um víez diferente das outras, isso é fato, porém o tal víeis não foge muito do pragmatismo do gênero, colocando o filme como razoável apenas. 

   A fotografia de uma cidadela ou aldeia marítima na Itália é algo como uma pintura em tela de cinema, os locais são belíssimos, muito mais belos que o próprio roteiro do filme, mas vamos a ele senão a critica ficaria incompleta. 

   A protagonista descobre um câncer e começa a fazer quimio. Numa dessas entradas e saídas de casa para o hospital ela encontra seu marido traindo com uma colega de trabalho bem mais jovem que eles. 

   A forma como ela trata essa decepção é algo de grandioso no sentido humano de ser e de certa forma entender o porquê da traição ( pelo sofrimento que o marido teve em ver o estado da sua mulher careca e frágil indo à quimio ).

   O filme segue com essa descoberta e já quase recuperada do câncer, não do baque da traição, ela indo ao aeroporto para presenciar o casamento de sua filha na Itália, bate no carro, que por coincidência ou destino ( há quem crer nisso), do pai do filho de sua filha, ou seja, o pai do seu genro. Ainda debilitada emocionalmente pelo câncer e pela traição ela segue com o cara para o casamento dos filhos de ambos. 

   Com a atmosfera de uma cidade marítima italiana e a presença de sua filha por perto os sintomas pós-quimio dão um tempo, de modo que ela curte o período presente e se descobre como uma mulher feliz e forte. 

   Por usar peruca e esta por vezes sair e a deixar calva a mulher se sente desconfortável com a situação dos outros verem seu novo visual. Fato é que a doença se torna mera coadjuvante na personalidade da tal mulher, e está se torna interessante, agradável, inteligente para o pai do cara que iria se casar com a sua bela filha. Iria, pois no meio das arrumações para o casamento em uma estupenda casa da sua família, ele: o filho se descobre gay com outro carinha que fazia o buffet para o casório. 

  O pai do gay agora descobrira que estava apaixonado pela mãe da sua ex-futura nora. Com a sua moral já lá em cima, pois a essa altura não só o pai do gay, que era um baita empresário do ramo de rabanetes estava apaixonado por ela, mas também o seu ex-marido que a traiu, agora queria voltar acabando de vez o seu rápido relacionamento com a contadora da empresa que trabalhara ( e que levou consigo a dita cuja para o casamento, e isso logicamente não caíra nada bem aos olhos da sua ex-esposa ). Uma comédia romântica com o ar e desfecho do gênero, mas que é melhor que a sessão da tarde na teve isso é. Se vale o ingresso ou não, dependerá do seu estado do espírito para o dia.
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Tudo está padronizado” Karina Buh. Com este trecho da canção da cantora que atua no longa do mesmo diretor de Cinema, Aspirinas e Urubus( Marcelo Gomes, Pernambuco, 2012 ), resume bem essa produção orgulhosamente nacional, que é : Era uma vez eu, Verônica, com Hermila Guedes ( vencedora como melhor atriz em 2012 pelo papel no APCA- Associação paulista dos críticos de arte, um dos principais prêmios nacionais , senão o mais prestigiado prêmio devido ao seu seleto e especial júri ). A fita foi vencedora do festival de Brasília ano passado e com todo mérito, escreva-se de passagem. Com não poderia deixar de ser. 

  O filme do Marcelo é de uma poesia alinhado a uma sensibilidade humana que fica difícil colocar em palavras aquilo que me foi visto. As produções de Pernambuco estão um degrau acima das demais atualmente. Antes o Rio Grande do Sul dava as cartas no quesito criatividade, hoje mais não. 

  Os poetas cineastas recifenses não tem medo de mostrar o homem como ele mesmo: com todas suas nuances, reviravoltas e revoltas; Sejam estas com o meio ou com eles próprios. Não queria pagar pau, mas tenho de escrever: mais uma aula do cinema pernambucano pelo motivo de justamente “cagarem ou obrarem e andarem” para o politicamente correto, deixando suas emoções e percepções de coisas e pessoas falarem mais alto do que a razão careta ou a burguesia falida. Só tenho uma coisa a dizer: Vá, pois estará entrando pura poesia inteligente e instigante pra pensar em suas íris mal acostumadas por produções de Hollywood.
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Barbara, dirigido e roteirizado por Christian Petzold, Alemanha, 2013, premiado como melhor filme e direção pelo júri no sexagésimo segundo festival de Wettbewerb ( o principal festival de cinema independente da Alemanha, o “ Sundance alemão” ), poderia muito bem ter outro título: Barbaridade, tamanho seu grau de “sequidão” por nada parecer claro, entregue com um roteiro redondo com conclusões precipitadas e/ou antecipadas. 

Estamos em uma cidade pequena do lado oriental da Alemanha comunista. De lá acompanhamos a pouco explicativa estória da sua protagonista: uma médica que se mudou obrigatoriamente porquausa do regime a fim de não fugir do país oriental e comunista da época. Os personagens assim como sua protagonista têm um ar sempre misterioso, tudo é bastante pouco diluído para quem assiste absorva quais as pretensões verdadeiras dessa médica promíscua e enigmática. 

O que se dá para perceber ou intuir é que ela é perseguida e controlada pelo governo, ainda que não esteja desobedecendo às leis comunistas. No filme tudo é torto: as relações que a médica faz em seu trabalho com outros companheiros de trabalho médicos no centro de pediatria intensiva, a sua relação com enigmática com outro médico, relação esta que ficamos na dúvida se o tal médico a flerta com ela ou é um agente do governo disfarçado.

 Um filme que tenta e consegue transpor o sentimento do que é viver sob um regime comunista, mas que não obtém sucesso na clareza das idéias do seu roteiro talvez pelo fato de não perder a essência fria germânica, porém frieza tem limites, ao menos em se tratando de filmes, senão como entendê-los?
De qualquer forma ou falta dela de seu roteiro nada explicativo e confuso por vezes o filme tem a marca registrada germânica de obras meticulosamente engendradas em seus detalhes e diálogos secos entre seus personagens que em momento algum conseguem sorrir.

 Fato é que esse é o jeito alemão de fazer cinema e devemos respeitá-los, pois de certa forma se não explica o comportamento e a cultura do seu povo, ao menos tenta fazer isso; Não é a toa que o alemão é tido como o povo mais sem graça do mundo, porém justiça seja feita: eles sabem fazer bons filmes como poucos, talvez não exatamente esse criticado.
 


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