23/02/2013 às  12:45

OS MISERÁVEIS, de Tom Hooper, as chances no Oscar

Os Miseráveis: A única coisa que ficou tosca no musical fora o fato ter sido feito em língua inglesa. A história contada é da França e se passava lá também.


Os Miseráveis, Tom Hooper, Reino Unido, 2013; É uma obra de pujança pela sua história e de que como fora contada. Por música: sim, um musical que está deveras e justamente no páreo ao Oscar de melhor de 2012, ainda nesse domingoi. 

   Por um pedaço de pão um homem é feito prisioneiro por muitos anos, quase duas décadas ou quase dois invernos como o seu protagonista prefere. Nesses invernos nada vindouros vem a descoberta do ódio e a desconfiança ( mas que isso, convicção ) de que Deus não existe, pois se existisse não permitiria que tal filho dele vivesse naquelas condições.

  Arrepiado é de ficar a atuação da atriz Anne Hathaway : ela se teletransporta genialmente para a época e deve abocanhar a estatueta de atriz coadjuvante se justiça for feita, e será porque além do mais ela é bem bonitinha. 

   Ser homem ou ser santo: essa questão é respondida pelo sofrimento, assim como aquele de Jesus na cruz. Não existe outro meio de evolução humana que não seja penar por esse plano, e isso a fita deixa bem clara com seu protagonista (Hugh Jackman ): um homem amargurado pelas dores da vida que consegue dar a volta por cima depois de literalmente ter comido o pão que o diabo amassou ( ou Deus ). 
   O protagonista torna-se no segundo terço da fita de um fugitivo prisioneiro a um empregador de várias mulheres de costura. Pelo que viveu não consegue se entregar, não tem coração mole pra isso, a outra pessoa, de modo que não conhece o amor carnal, mas sim o paternal adotando uma criança cuja mãe sofrera tanto como ele na época de sua prisão.

   Saí do cinema com essa coisa na cabeça: se tal protagonista teve uma vida tão miserável , ele supostamente era mais santo que homem, e dessa forma ( a de santo que não permite muitos prazeres na vida ) , voltamos ao primeiro terço da fita quando ele é preso por um misero pedaço de pão que nem era pra ele, mas sim para a sua pequena irmã que estava morrendo com o estômago roncando. 

   Essa atitude de roubar para outro o pão legitima ainda mais a comparação dele com Cristo. Acelerando a fita e entrando terço final dela vemos através da obra do Victor Hugo as primeiras revoltas, rebeldias que viriam a ser chamada mais tarde como a famosa revolução francesa contra a burguesia e a favor antes de tudo a matar a fome da maioria dos cidadãos daquele país.

    Quem já gostava ou já tinha lido o livro certamente ficará mais maravilhado com a história, e esta pela primeira vez contada através de um musical nada maçante, apesar de durar quase três horas de relógio ( como se diz aqui em Salvador ). 

   Viva a revolução, viva a França e viva todo país que tenha peito a fazer o que eles fizeram, fato este que o fazem referência mundial quando abordamos e discutimos os assuntos de liberdade democrática e direitos iguais para todos. 

   O filme flerta e tem como idéia principal o tempo todo o tal valor moral que as pessoas julgam ter, tais como: um agente da lei (Russell Crowe ) tem de pensar daquela  mesma maneira “correta” e não existe o mínimo de possibilidade de ele estar errado, assim como o protagonista não dá o mínimo de chance a abrir seu coração de pedra a alguém, pois se abrir para alguém é de fato estar um pouco próximo a Deus (coisa que ele sempre buscara, mas por forças da vida e do ódio não conseguiu e “sucumbiu ?” a uma força maior: a do perdão e ao pensar só no bem estar dos outros esquecendo do dele, pois não se achava merecedor disso ou achava desprezível o seu próprio bem –estar, por sua desgraçada estória de vida como escravo rebelde ). 

  A atuação musical de todos os atores fora um capítulo a parte, porém com maior brilho para Anne Hathaway, como já fora mencionado. O Oscar de melhor filme certamente estaria entregue em boas mãos ao diretor por sua obra magnânima e emocionante. 

   A única coisa que ficou tosca no musical fora o fato ter sido feito em língua inglesa. A história contada é da França e se passava lá também. Há este que vos escreve: um erro gravíssimo, pois de certo modo toma em certo risco a essência da fita, porém não tomou por o filme ser muito bom, mas que no mínimo foi antagônica essa questão do idioma, isso foi sem dúvidas.

   Talvez tenha sido em inglês para vender mais, mas isto não me convence nenhum um pouco de que o idioma tenha sido escolhido errado para o baita musical. De qualquer sorte ou qualidade a fita nos faz pensarmos em muitas coisas e vale ser conferida.
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   O ramo da animação cinematográfica vem ganhando cada vez mais espaços nas salas comerciais. Isso se deve ao fato da lógica procura para tal gênero, senão esse não se expandiria como acontece.

   Um falso conceito de que animação é coisa de criança a cada dia se desbota com produções pra lá de cabeças, com roteiros concisos e sofisticados. Toda essa introdução se deve para elogiar mais uma animação: As aventuras de Tadeo em 3D, Enrique Gato, Espanha, 2013; que é nada mais ou nada menos um plágio a idéia central dos filmes do Indiana Jones de Spielberg. 

   Agora temos Tadeo: um ajudante de pedreiro que a se deparar com sua inesperada demissão do canteiro de obras, se aventura na jornada de ser arqueólogo viajando para nosso vizinho Peru a fim de achar uma pedra sagrada pelos Incas, pedra que é competido por um conglomerado grupo corrupto do ramo da arqueologia para fazer fortuna.

   Tadeo e seu simpático cãozinho sem perceber e por achar primeiro a tal pedra frustram a empresa a  fim e se metem em um vespeiro de confusão. Ao meio da busca pela pedra ou a manutenção dela, Tadeo conhece uma bela mulher, que viria a ser a namorada do arqueólogo mais cheio de mara que existe: um Cristiano Ronaldo do ramo e filha do maior cientista da arqueologia dos nossos tempos, que infelizmente tanto ele como o “ Cristiano Ronaldo” estão a serviço do conglomerado corrupto que deseja a pedra preciosa a qualquer custo ou vida.

   A animação é ágil e boa de ver, pois sempre o Tadeo tinha que fugir dos seus inimigos e ainda tinha que conquistar o coração de sua amada. Definitivamente uma animação para todas as idades, e o melhor: com qualidade embutida.
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Precisamos Falar Sobre o Kevin, de Lynne Ramsay, 2012, EUA, Reino Unido  Como nasce um mostro? Talvez pelo tratamento que dão a eles, comprovando que o homem nasce bom ( de caráter, natureza) e o meio o corrompe ( sociedade, pessoas, religiões ). 

  Com esta pequena introdução temos a naturalidade e antes de tudo a imparcialidade para resenhar uma fita que mexe com valores humanos morais e principalmente a falta desses tais valores. O início da fita mostra uma mãe curtindo a famosa festa dos tomates na Espanha, festa da qual acho um puta desperdício com tanta gente morrendo de fome na África e que não recordo o nome da cidade. 
 Essa mãe sai da festa dos tomates e vai se “tomatear” com algum festeiro da festa fútil, festa de tradição, mas acima de tudo egoísta. Desse “ tomateamento” , nasce involuntariamente um bebê sem pai e com uma mãe que realmente não estava afim desse ofício. Nasce e se cria então com esse ambiente hostil materno um garoto que aos poucos vai ficando cada vez mais estranho e distante com o passar da sua infância se tornando um adolescente calado e misterioso. 

  A idéia do diretor em fazer o filme com duas toadas, ou seja, com dois tempos distintos foi de fato muito interessante, visto que os tomates da época passada explicavam e davam consistência aos jorros de sangue e explicamentos da época atual da película.

   A fita mais que drama ou qualquer outra coisa é um pedido de socorro para o assunto de adolescentes e jovens serial-killers que volta e meia acontece nos EUA com inúmeras crianças sendo mortas por jovens tão vitimas quanto os que foram assassinados por eles. Pelo teor da estória esse assunto é mais delicado do que simplesmente abrir mão ou não do porte de armas de fogo aos norte-americanos, e sim em uma estruturação mais eficaz e porque não dizer mais humana no tocante da criação dos seus futuros adultos ou monstrinhos. Belíssima atuação da atriz Tilda Swinton fazendo o papel da mãe do Kevin.
 


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