02/02/2013 às  12:41

LINCOLN, uma bela aula de história dos Estados Unidos

Lincoln vai ser um papaoscar até para agradar o presidente Barack Obama


 Lincoln, Steven Spielberg, EUA, 2013. O filme é profundo no sentido de expor as relações políticas no final do século XIX nos EUA. Não acho que o Daniel Day-Lewis mereça o Oscar de melhor ator como Lincoln, talvez o protagonista Jean-Louis Trintignant do filme Amor merecesse a estatueta. 

   O que vale na fita é a aula de história norte-americana que temos em mais de duas horas e meia de projeção e não a atuação dos atores individualmente falando. 

   Outra coisa que frustra a maioria dos desavisados é que por se tratar de Spielberg, cria-se uma expectativa de um filme que tenha ação e aventura, e em Lincoln a coisa é bem mais reflexiva do que outros filmes do diretor. Talvez um filme que perceba e pegue a carona do primeiro presidente negro dos Estados Unidos da América, pois conta a trajetória da décima terceira emenda, a fim de abolir a escravatura com os estados do sul contra. 

   O filme acaba por fazer comparações com o nosso mensalão do governo Lula, visto que Lincoln em determinado momento compra políticos a fim de votarem a favor da emenda. Porém isso foi no fim do século XIX lá e o daqui foi há anos poucos atrás. 

    Será que o Brasil anda tão atrasado assim ao ponto de compararmos a dois séculos atrás? De uma coisa tenho certeza: um país só se desenvolve através da democracia e da lucidez dos seus cidadãos. Se nos comparamos com os EUA somos uma criança no sentido de democracia, ainda estamos aprendendo o que é essa palavra, por isso eles são o que são e nós somos o que somos. 

   Enquanto a lucidez do povo, esta está totalmente interligada com a primeira, ou seja, com a democracia: isto que inclui um cenário político mais ficha limpa, políticos na medida do possível ( pois são seres humanos, e por isso cabível a erros ) honestos. 

   Enfim o que percebi neste provável “papador” de estatuetas ao Oscar, incluindo de melhor filme por puxar o saco do Obama e a academia de Hollywood ser altamente tendenciosa em acompanhar a evolução ou não do seu país, é que um país se evoluí com homens corajosos e inteligentes, assim como foi o seu presidente que tem ou tinha sua cara estampada nas moedas de cinco centavos.
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   The Last Stand ou O último desafio, de Kim Jee-woon, com Arnold Schwarzenegger, EUA, 2013 Com frases típicas norte-americanas, como: “você pode ter certeza disso” ou “ você estragou minha folga” o ex-governador da Califórnia volta as telonas em grande estilo. 

   Ele faz o papel de um xerife interiorano sessentão. Quando em determinada cena o perguntam como ele está depois de uma suposta briga, ele secamente responde: “ Old , velho para quem não sabe inglês”. 

   O elenco é uma mistura de países de todos os continentes, sendo que o da América do Sul é o nosso Rodrigo Santoro, que a cada dia se sente mais a vontade em Hollywood. Nessa fita ele faz um ex-guerilheiro do Iraque e Afeganistão cheio de traumas e rancores, mas acaba sucumbindo a ação da trama, ou seja, vai a porrada ou aos tiros para defender o seu distrito a entrada do sucessor de Pablo Scobar no ramo da cocaína. 

   Por ser uma cidade de fronteira entre o México e os EUA, Arnold, Santoro e Cia Ltda sem a suposta ajuda do FBI e da policia daquele país estão agora por conta própria, ou seja, Arnold e Cia têm de comprarem essa briga contra o bando e seu traficante. A fita não é nenhuma coisa cabeça, pelo contrário: ela consegue ir à comédia, com o jeitão de seu xerife velho, a ação sem nenhum tipo de constrangimento, pois consegue cumprir seu objetivo:que é entreter sem a obrigação de pensar.
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   Espremerei ao máximo para resenhar uma fita onde o ainda não assumido e que insiste em ficar no armário ator Tom Cruise é o protagonista. Trata-se do filme policial Jack Reacher – O Último Tiro, Christopher McQuarrie, EUA, 2013

   Sabe aqueles filmes que tem a pretensão de ser maior do que o seu roteiro? Este encaixa perfeitamente neste perfil. A trama expõe aos espectadores a chance de pensar, de colocar o tico e teco dos neurônios pra funcionarem, porém no meio da fita percebe-se que antes de qualquer desvendamento de assassinatos em pessoas supostamente comuns em um lugar público qualquer, a trama não tem contundência, falta-lhe cabimentos e respostas aos fatos ocorridos ou aos assassinatos cometidos. 

   Ademais, o que vemos na fita é uma prisão por parte da estória no tocante em construir seus fatos e ações para única e exclusivamente o seu protagonista: Jack Reacher, vulgo Tom Cruise.

    Não pego no pé de ninguém, até mesmo porque não ganho nada para isso, mas como resenhista da sétima arte tenho a obrigação moral em afirmar que houve erros gravíssimos no roteiro desse policial. Cenas desconectadas e buracos enormes no tocante ao entendimento da trama. 
Acho que o roteirista se empolgou e quis dar um passo maior que a própria perna e acabou se espatifando no chão levando seu roteiro junto consigo. Não colocarei em questão o desempenho dos atores; só direi que parecia um bando de marionetes cúmplices em fazer todas as vontades do seu pífio protagonista, este que com a sua ciência da Cientologia; acha-se acima do bem e do mal e se vacilar até imortal também.

    O fato é que não é possível um julgamento dos atores, pois não se tem uma estória entendível com inicio, meio e fim; com fatos que levariam a outros fatos. 

   O que se tem é um emaranhado de suposições de um suposto assassino em série, em que este quase entrando em coma de tanto apanhar pede: “ Chame o fuck Jack Racher” Daí o tal aparece e a estória que supostamente já estaria esclarecida toma outro rumo com outros culpados bem mais poderosos e perigosos. 

   Então deixemos assim para que essa resenha não fique igual ao filme, ou seja, sem conexões e sentido: Foi um filme infeliz porque quis demais e não tinha barganha ( roteiro conciso ) para tanto. Gostava dos filmes do diretor Christopher McQuarrie, agora terei de rever os meus conceitos sobre ele.


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