28/07/2012 às  08:02

ON THE ROAD: UM BELO FILME SOBRE A LIBERDADE E O AMOR

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Foto: DIV
On the road com direção de Walter Salles mostra a geração beat
    On the road é um belo filme feito pelo sempre excelente Walter Salles. Mostra a criação da geracao Beat, na qual o movimento hippie bebeu muito dessa fonte nos anos 60 e 70 do século passado.
 
   Da geração Beat ou beatinique, que teve como referência os livros do Proust no final dos anos 40, entre 47 a 1951, mais especificamente. A estória conta situações e aventuras de alguns personagens dando mais ênfase a um aspirante a escritor que morava ainda com a sua mãe, um poeta estupendo porra louca e uma ninfomaníaca. Mas do que letras, a fita mexe em sentimentos, de modo que é difícil colocar em linhas a riqueza do material visto.

   A obra mexe com tudo que gostamos: liberdade, amizade, amor sem pudor nem rancor e principalmente aborda a ideia da posse em um relacionamento. Uma coisa que tive a percepção na fita foi à grandeza de ser um poeta.
 
   Esses seres são evoluídos ao ponto de se sentirem desconfortáveis aqui em nosso plano, parece que o espírito de evolução deles está à frente, por isso o admiramos, e linkando isso admiramos também a tal generosidade humana bem representada pelos poetas, escreva-se de passagem.

   Um baita filme bom para quem leu o livro ou não. Saí do cinema com um misto de sangue nos olhos ( pelo poeta) , uma admiração pela generosidade humana ( pelo escritor e pelo poeta ), e claro com uma libido a flor da pele ( pela sua ninfomaníaca ). Um belo filme sensorial que vale muito ser visto.  
                                                           **
   Buena Vista Delivery é uma fita argentina tragicômica do diretor Leonardo Di Cesare, 2004 , onde se mostra a folga do seu povo a fim de defender produtos daquele país.
 
   O produto referido é o famoso Churros, porém o tal do churrito só entra na estória por causa de um falido industriário desse segmento gastronômico que não desiste em reativar a sua indústria e a produção de um alimento originalmente nacional e valorizado por suas íris.

   Com esse pretexto da valorização do churro entra em cena a folga do povo argentino, onde sempre na cabecinha deles, são os donos das razões e verdades absolutas. Pois bem, e para "pagar" as razões existenciais dos antigos portenhos, óbvio que tem sempre alguém para ser "cristo crucificado".

   Neste caso o otário da vez foi um operário pobre que tinha um pequeno apartamento herdado pelo seu pai que teve o azar em se apaixonar por uma frentista, da qual era a filha do pai ex-industriário e totalmente sem noção para recolocar os seus amados e nacionais churros em vigor novamente.

   Achei a fita mais trágica do que cômica, pois o seu protagonista só se dá mal: primeiro se apaixona por uma mulher sem sentimentos e que não gostava dele, como ele gostava dela, depois como bônus ele ganha um sogro que literalmente toma conta de sua casa transformando-a em uma fábrica do fuck churro. Todavia como toda tragédia tem seu lado humorístico ou como diria o ditado: "pimenta no rabo dos outros é refresco, e eles que soprem"; de certa maneira por a fita ser atual o diretor discute valores que estão a serem perdidos naquele país, onde a cultura do fast-food anda cada vez mais sacramentada e enraizada.


   A fita não deixa de passar esse recado vanguardista gastronômico argentino; sempre com seu povo pilantra e interessante: não necessariamente com as mesmas "cargas"; a pilantragem e a "interessantilidade".  
                                                              **
    Ilha das flores, do feliz Jorge Furtado,1989, RS, é uma fita inteligentíssima. Trata-se de um curta que de uma maneira bem gauchescamente mostra um ciclo de uma unidade de tomate, ou seja, da onde ele veio e depois de algumas idas e vindas onde ele acaba.

   Nesse percurso que é curto, é que se torna interessante o curta pelas pitadas de um pouco de tudo: desde o porquê as pessoas plantam tomates (para se alimentar, óbvio), até chegar à sua conclusão, implicação ou protesto que a película aborda de uma maneira bem bolada mostrando que em certos casos os humanos, seres evoluídos, podem ficar em piores situações do que simples animais, como porcos por exemplo.

   A forma em que o filme explica esse despautério da fome no Brasil é que achei genial, pois o roteirista, diretor e produtor coloca explicações intermediárias até chegar a essa teoria da fome que beira a genialidade pelo motivo de explicar coisas como: desde a origem do dinheiro, até como ele foi produzido e passado de mãos em mãos, como também a superioridade que o homem tem em ser um humano que tem cérebro avançado e polegares firmes capazes de tudo que criamos neste planeta, e não temos a capacidade de repartir o que produzimos aqui.

   O curta finaliza com teorias sobre liberdade onde todo homem sabe o que é, mas nem todos são de fato livres. Fora à narrativa do ator Paulo José fazendo um monólogo simplesmente cativante , informante com até direito a teoria de como é formado o tempo, no caso o segundo do minuto da hora, linkando este com o gás Hélio e com o inicial tomate da película que no final acha-se como comida desprezível ao animal porco e aprazível ao homem com cérebro evoluído e dedos polares firmes capazes de criar tudo, menos a consciência. Narrativa esta do Paulo José de uma forma aprazivelmente gaúcha.

   Um curta com mais de duas décadas, mas que se torna atual e de um vigor e qualidade em criação que no Brasil teria mesmo que ter saído da melhor escola de cinema do país: A dos Pampas gaúchos


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