POSSIBILIDADE DE IMPEACHMENT DE BOLSONARO É REMOTA, MAS EXISTE (TF)

Muita gente não acreditava no impeachment de Dilma Rousseff, mas aconteceu, e Collor, outro que foi apeado do poder, já alertou Bolsonaro que já viu esse filme

MIUDINHAS GLOBAIS:

1. Existem ao menos 28 requerimentos de solicitação de abertura de processos de impeachement contra o presidente Jair Bolsonaro (Sem partido/RJ) na Câmara dos Deputados e o 'start' depende do presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM/RJ).

2. Mas, Rodrigo Maia não tem o perfil de Eduardo Cunha; nem Bolsonaro é Dilma Rousseff. O momento Dilma se configurou propício a Cunha e o inicio do processo contra Dilma deu-se em 2 de dezembro de 2015 com conclusão e afastamento da presidente em agosto de 2016. Dilma era o avesso do avesso ao Congresso deixou a bola rolar sem controle, sem ceder, sem negociar e caiu. Além disso, Dilma não tinha apoio popular.

3. A situação atual é diferente, ainda que Jair Bolsonaro, segundo os juristas, já agrediu mais a Constituição do que Dilma.

4. Imagina-se que Rodrigro Maia só dará inicio ao processo, se der, diante de uma configuração de possível afastamento do presidente. E, desde já, Bolsonaro se movimenta, se articula com o Centrão e seu lider, Artur Lira, perdeu muito o apoio popular mas ainda tem mais do que tinha Dilma, em 2015, e a saída de Sérgio Moro, do Ministério da Justiça, criou um fato novo e prejudicial ao presidente, mas, o PT é radical contra Moro e Lula já colocou um pé no freio e pediu cautela ao partido em relação ao impeachement. E, como se sabe, Lula é o cacique do PT e o que ele fala é ordem unida.

5. Os líderes dos partidos na Câmara acreditam ser remota ainda a chance de um impeachment do presidente Bolsonaro. Para eles, anaálise de um comentarista nacional, a esquerda representada pelo PT não baterá no presidente pelo ex-juiz e ex-ministro Sergio Moro, já que o ex-juiz é o algoz do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

6. O centrão, que além de ter fechado com Bolsonaro, tem membros investigados pela Lava Jato, muito menos. Com isso, a fatia do parlamento que poderia aderir a um processo contra o presidente não é hoje numerosa. Entre os partidos de esquerda, PSB, PDT e Rede eram os únicos que haviam se manifestado nessa direção.

7. O que pode fazer mudar tudo é a comoção da população em relação à saída de Moro do governo. Panelaços foram mostrados pelo Jornal Nacional, da Rede Globo, em várias capitais do Brasil. As próximas pesquisas vão ser determinantes para o futuro de Bolsonaro e, hoje, tem-se quase a certeza de que sua popularidade/credibilidade está em baixa.

8. Ademais, seu governo cria uma crise atrás da outra e ninguém garante que haverá paz no governo na próxima semana, isso interna corporis. As acusações contra os filhos de Bolsonaro se avolumam e o coronavirus está em cena matando brasileiros sem cessar numa escala que ainda é inicial e deverá piorar muito nas duas próximas semanas.

9. E como todos sabem, Bolsonaro deu declarações sobre a pandemia classificando-a de "gripizinha" e não respeitou as normais de isolamento estabelecidas pela OMS. Tudo isso pesa. Hoje, a ação para combater o coronavirus está em mãos dos governadores. Com Mandetta ministro ainda se falava no Ministério da Saúde, agora, com o discreto e contido Teich, o Ministério da Saúde quase sumiu.

10. Posso dar o exemplo aqui da Bahia. Se fizerem uma pesquisa perguntando a população quem está cuidando do povo vão dizer que é o governador Rui Costa e o prefeito ACM Neto, na capital, e os prefeitos de outros municípios no interior. Há até ações do governo federal, do MS, mas, ninguém sabe.

11. E Bolsonaro, envolvido numa briga política, trocando de ministros como se troca de roupa, não tem mais como liderar esse processo. Só vai se desgastar a cada dia.

12. Aí é que mora o perigo para ele: se degringolar o apoio popular de vez o impeachement avança. Quando se vê, um empresário como aquele da Havan que se vestia de verde e amarelo, era Bolsonaro até debaixo d'água, criticar o presidente é porque a coisa não está nada boa.

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