DEVAGAR COM ANDOR: NÃO HOUVE BATALHA NAVAL NA INDEPENDÊNCIA DA BAHIA

Estamos folclorizando ainda mais a história da Independência da Bahia

Foto: Arquivo

Não houve batalha naval nas lutas pela Independência da Bahia sob comando de Cochrane

Miudinhas globais:

1. Comemora-se neste 2 de Julho os 187 anos da independência da Bahia. Uma história que precisa ser recontada para fazer justiça a quem realmente lutou para expulsar as tropas do Batalhão Lusitano sediadas em Salvador e comandadas pelo brigadeiro Madeira de Melo, e quem está sendo revenrenciado em demasia, até alguns heróis, quando os fatos não revelam essa realidade.

2. Anuncia-se inovações à tarde como o hasteamento de uma bandeira nacional no Forte do Mar para homenagear a Marinha que celebrou a "vitória nos mares", com referência à flotilha de João das Botas. E também uma homenagem a uma incerta ala esquerda do Exército Pacificador, sob comando do coronel Felisberto Caldeira.

3. É bom lembrar que não houve nenhuma batalha naval nas lutas pela Independência da Bahia. O episódio João das Botas se refere, historicamente, a resistência nas imediações da Ilha de Itaparica, para conter um avanço de barcos portugueses que tentaram furar o cerco para o Recôncavo visando trazer alimentos para as tropas sediadas em Salvador.

4. O Admiral Sir Thomas Cochrane, 10th Earl of Dundonald, Marquês do Maranhão, aceitou o convite do imperador Pedro I através do Decreto de 21 de março de 1823, nomeado Primeiro Almirante - única patente na história naval brasileira - e veio para a Bahia comandar uma esquadra, mas, nunca atacou as forças de Madeira de Melo atracadas no cais da Bahia, porque temia uma derrota.

5. Se estabeleceu em Morro de São Paulo aguardando uma oportunidade de atacar quando o cerco à cidade do Salvador enfraquecesse às forças lusitanas. E, diz-se que, algumas de suas embarcações, depois que Madeira de Melo retirou-se da capital em direção à Lisboa, teria perseguido naus portuguesas.

5. Madeira de Melo colocou toda sua tropa nas embarcações e zarpou pelo Atlântico rumo à Europa na madruga de 1º de julho para 2º de julho e quando o Exército Pacificador entrou na capital não havia mais ningéum. Salvo o que aconteceu em Pirajá - uma luta mediana - não aconteceram lutas em Salvador nem Batalha Naval.

6. Mas, como na Bahia espinafra-se a história sem que os historiadores protestem, sem que o IGHB fala alguma coisa, reclame, peça para ajustar os feitos à realidade, tudo pode. Paciência: depois que colocaram uma estátua de Zumbi na Praça da Sé nada será demais doravante.

7. Um resgate cultural das tradicionais quermesses dos anos 1920 e 1930, passando pelas criações artísticas dos dias atuais. É assim que a Prefeitura de Salvador vai brindar os apreciadores da música e da poesia urbana, promovendo três horas de arte popular elaborada, com a realização do Baile da Independência, no próximo sábado (04), a partir das 19h, no Largo do Campo Grande.

8. O evento, que faz parte das comemorações 186º ano do 2 de Julho, nasceu com os intelectuais modernistas baianos na década de 20, como uma alternativa para festejar a separação política de Portugal.

9. Resgatado há nove anos pela administração municipal, através da Fundação Gregório de Mattos (FGM), o baile, segundo o seu coordenador, maestro Fred Dantas, tem a proposta reforçar a habitabilidade do espaço público da cidade. "Nada pode ser usado para tirar o direito das pessoas irem a uma praça dançar e ouvir boa música", explica.

10. "Além do recital de poesias de 1920 até os dias atuais, preparamos um repertório variado que vai de valsas de Johann Strauss até o pop de Glória Gaynon, passando pela participação especial da estrela baiana dos anos 1950, Claudete Macedo", informa o maestro.

11. Além do sucesso que a tornou conhecida, "Flor de Laranjeira" (Vou mandar tirar, vou mandar tirar, flor de laranjeira para o meu benzinho cheirar), a artista também vai cantar músicas que se tornaram símbolos do Estado, como "Retratos da Bahia", de Riachão, e duas composições de Batatinha, "Toalha da Saúde", sucesso na voz de Maria Bethânia, e "Hora da Razão", regravada por Jussara Silveira.

12. Para assegurar a espontaneidade peculiar do evento, a cada edição a Orquestra se abre a participação de outros artistas, como a do "cantor do trânsito", Rogel Reis, figura folclórica da capital baiana que entoará "Me esqueci de Viver", de José Augusto.

13. "O baile tem um enfoque nas manifestações populares, aliando entretenimento à cultura. E isso faz parte da proposta da FGM, que é manter a tradição e o que é vivo na cidade", resume o coordenador da operação 2 de Julho, Júlio Góes, também poeta e participante ativo do evento com a declamação de poesias urbanas.

14. Esse 2 de Julho Lilás inventado pela deputada Neuza Cadore é uma brincadeira de mal gosto.

15. Teve um jornal baiano que disse hoje que a Independência da Bahia marcou a luta contra o Império. Veja a que ponto se chegou.

16. Este site não dá notas de colunas da Folha, Veja, Estadão e outros sites repercutindo fatos gabolas políticos. É norma da casa nem adianta mandar.

17. O professor Ari Guimarães, felecido ontem, foi professor do curso de jornalismo da UFBA.

18. O Bahia Já fechou o mês de junho último com 423.929 page-views registrados pela Locaweb. Foram 74.694 matérias lidas ao dia num total de 2.240.832.

19. Diz-se que está havendo uma enxurrada de pedidos na SETUR para implantar o asfalto "stoock-car" aplicado no CAB em outras ruas de Salvador. Seria um "banho" de asfalto fantástico.

20. O governo do Estado anuncia, mais uma vez, que vai começar a pagar os empreiteiros. Deve ser a 10ª promessa.

21. Na próxima segunda-feira, 6, deve sair o resultado do item preços da licitação da conta governo para as agências de publicidade.

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