Miudinhas
Tasso Franco
02/07/2009 às  20:00

TRÊS CANDIDATOS A GOVERNADOR DESFILAM EM BLOCOS SEPARADOS NO CORTEJO

Protestos mais fortes contra João Henrique marcam cortejo no corredor da Lapinha


Foto: BJÁ
Promessa da baiana solidária em empurrar o carro da Cabocla durante o cortejo
  Miudinhas globais:

  1. O desfile ao 2 de Julho entre a Lapinha e a Praça da Sé, como acontece todos os anos com pequenas variações, deu de tudo: de ovos lançados contra o prefeito João Henrique a aplausos aos símbolos maiores da festa, as imagens dos caboclo e da cabocla, os quais, representam o sentimento nativista, sobretudo os inspirados em Catarina Paraguaçu, a mãe do Brasil.

  2. Muita bobagem tem se falado sobre o 2 de Julho inclusive relacionando essas "divindades" ao candomblé e a Umbanda quando, em 1823, sequer havia um candomblé institucionalizado na Bahia. O primeiro candomblé organizado como tal é de 1830 na Barroquinha quando a festa já corria com o sentimento nativista aos originais donos da Bahia, os tupinambás.

  3. No cortejo da manhã, o que vale politicamente, deu-se uma preliminar do que acontecerá em 2010, o ano eleitoral. Pelo menos até agora, os três candidatos prováveis a governador, em 2010, sairam separados: o governador Wagner, no bloco das autoridades estaduais e sem as municipais de Salvador; o ministro Geddel no bloco do PMDB com João Henrique, este até a Cruz do Pascoal; e Paulo Souto no bloco DEM/PSDB.

  4. Wagner entusiasmado e sem a entourage do PT, que se posicionou em outro bloco, até aliviou nas tintas em relação aos apupos sofridos pelo prefeito ao situar que, o momento não não é de "baianos brigando com baianos". Levantou a bandeira da paz e advogou que o direito ao protesto é louvável, desde que se respeite o direito do outro.

  5. Geddel também entusiasmadíssimo falou que é candidato a governador em 2010 porque essa é a vontade popular. E até recomendou ao editor do BJá que fosse ver e ouvir o povo sobre ele e o PMDB. Perdeu o prefeito no meio do caminho e foi até bom pra ele, pois, no momento, João tá em baixa.

  6. A SECOM ainda teve a desfaçatez de enviar uma nota à imprensa dizendo que o prefeito de Salvador, "João Henrique Carneiro, participou de todo o trajeto dos festejos comemorativos à independência da Bahia, desde o início da solenidade no Largo da Lapinha até o Pelourinho".

  7. Vamos, pois, respeitar o andor porque os jornalistas não são cegos.

  8. O ex-governador Paulo Souto, como sempre mais discreto, preferiu minimizar sua provável candidatura a governador, em 2010, afirmando o mesmo que já dissera no Barbacoa, no encontro que selou a aliança DEM/PSDB, que ainda é cedo para falar em nomes.

  9. O PT e as forças governistas usaram a mesma estratégia da época de ACM, ao inverso claro, "segurando" a oposição na rabeira do desfile. Assim, após o bloco das autoridades dividido entre os estaduais e municipais, daí Geddel ter desgarrado do blocão do PMDB com sua estrutura mais pesada e posta atrás, e seguiu logo depois de Wagner.

  10. Na fila, pela ordem PCdoB se situou bem com o deputado Álvaro Gomes e a vereadora Aladilce puxando o bloco, seguido do PSOL, PSB, PT, PMDB e DEM/PSDB. Só que, entre um e outro bloco partidário, existiam bandas, fanfarras e grupos de toda natureza, desde o Brahama Kumaris ao Os Guaranys.

  11. O prefeito de Camaçari, Luis Caetano, passou uma boa parte do cortejo caminhando sozinho. O mesmo fez o ex-governador Waldir Pires.

  12. Ridículo o chapéu lilás usado pelos petistas. 

  13. A PM apresentou dois ou três mini-blocos distintos, entre eles, o dos coronéis e oficiais e o Nafro PM que enaltece a matriz africana da corporação. 

  14. O carro da cabocla desfilou muito distante do carro do caboclo. Quase uma hora entre um e outro. Ficou sem sentido.  Deveriam estar mais próximo como sempre desfilaram.

  15. As baianas "árvores de Natal" da época de ACM que emolduravam o Pelourinho desapareceram.

  16. A velha esquerda festiva tomou conta da Rua das Laranjeiras após o desfile nas imediações do antigo La Lupa e em Celina. Todo mundo de cabelos brancos. Mas, sem largar o "vrido".

  17. Clarindo Silva, dono da cantina da Lua, feliz da vida. Casa cheia e a língua afiada: "É o Pelô sangrando e nós aqui resistindo".

  18. Neguinho do Samba comandando a Didá e sua turma de baianas à moda escrava Isaura e também de trabalhadoras da construção civil.

  19. O latão de cerveja estava sendo vendido na Sé e adjacências a R$3,00. Inflacionou.

  20. O governo da Bahia foi discreto. Quem usou a camisa com sua marca portava apenas a expressão: - A Bahia é 2 de Julho.

  21. Elias, dos bonecões, com sua tradicional bata azul de quadros.

  22. Bira do Jegue, como sempre, presente ao desfile. Agora, com o jegue zebra.

  23. O bloco do PT, bastante animado, subiu a ladeira do Pelô embalado na música "A flor de laranjeira". Alô Bahia...

  24. O senador ACM Jr, de fato, não leva jeito para a política popular. Tava assim meio deslocado. Mas, cumpriu o percurso.

  25. O Sindprev soltou centenas de panfletos justiuficando porque o INSS está em greve. Não convenceu. A população tá é retada com isso.

  26. Faltou criatividade aos partidos políticos. Todos usaram balões do Carnaval. Uma hora dessas aparece um com a marca da Skol. Santo Pai!

  27. O corredor do Boqueirão, como sempre, com as melhores decorações de casas relacionadas com o 2 de Julho.

  28. O fotógrafo Anizio Carvalho, 80 anos, no batente e clicando a todos.


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