Miudinhas
Tasso Franco
17/04/2016 às
11:25
IMPEACHMENT avanço de votação na Câmara revela isolamento Dilma (TF)
A luta passa a ser no Senado e grupo ainda sonha com pacto numa situação acirrada desta natureza
MIUDINHAS GLOBAIS:
1. Poucos dias antes da votação da admissibilidade do impeachment na Câmara dos Deputados, a presidente Dilma Rousseff reuniu-se com jornalistas e no resumo da conversa emergiu a frase dita por ela que, se ganhasse no processo partiria para um diálogo amplo (um pacto); e se perdesse seria uma "carta fora do baralho".
2. O que se viu neste domingo foi uma presidente "carta fora do baralho" obtendo apenas 137 votos num colegiado de 513 parlamentares, tendo contra si 367 votos dados pelo SIM ao prosseguimento do impeachment.
3. O processo é longo e ainda vai ao Senado, mas, desde já revelou uma fragilidade muito grande do governo e nem os seus dois principais articuladores politicos, experintes, vitoriosos noutras jornadas, o ministro Jaques Wagner e o ex-presidente Lula conseguiram evitar derrota tão acachapante.
4. A pergunta que se faz no mundo dos normais é o que teria acontecido para fracasso tão retumbante?
5. Há se dizer que, embora o governo tivesse usado todos os meios para tentar agrupar um punhado de votos (176) mínimos para garantir a presidente no poder, não conseguiu. Ou seja, há um desgaste profundo da imagem do governo Dilma, do 'lulopetismo', e o que se ouviu durante os pronunciamentos dos parlamentares foi um apelo pelo fim da corrupção e o retorno do crescimento da economia do país, elementos que a presidente não tem conseguido evitar e reanimar.
6. A Operação Lava Jato revela a situação em que se meteu o Brasil e a presidente Dilma sendo a chefe da Nação embora diga que não sabe de muita coisa que se passava na República, entre possíveis atos de corrupção, tem sido responsabilizada por conviver com esses crimes e nada fazer. Esse é o item fulcral do relatório do impeachment "o crime de responsabilidade" que os petistas dizem não haver e a oposição entende como óbvia.
7. Na votação da bancada baiana deu-se o esperado apenas com as surpresas das abstenções dos votos de Cacá Leão (filho do vice-governador João leão) e Mario Negromonte Jr (filho do ex-deputado Negromonte, investigado na Lava Jato), ambos do PP, partido que, em nível nacional fechou pelo SIM ao impeachment. O PSD tabmém fechou pelo SIM, mas os deputados baianos ligados ao senador Otto Alencar (Antonio Brito, Fernando Torres, Paulo Magalhães, José Nunes e Sérgio Brito) votaram pelo Não. Outros pepistas Roberto Brito e Carletto votaram Não.
8. Quanto aos demais partidos os votos dos seus paralamentares já eram esperados: DEM/PSDB e PMDB disseram SIm; PT e PCdoB firmaram Não. Bacelar, do PTN, disse Não; Félix Mendonça Jr PDT seguiu a direção partidária e disse Não; e Bebeto Galvão, contrariou a decisão partidária do PSB e disse Não.
9. Os baianos que integravam a base do governador Rui Costa optaram pelas peculiaridades regionais e alguns não seguiram a direção nacional dos seus partidos entendo que o processo do impecachment ainda está longe para se findar, a presidente Dilma ainda tem alguma chance no Senado, e o melhor é seguir a orientação politica comandada pelo governador.
10. Dois senadores da Bahia, Lidice da Mata (PSB) e Otto Alencar (PSD) integram essa base e orientaram seus deputados pelo Não. O mesmo aconteceu com o PR de Zé Rocha, Jonga Bacelar (filho) e José Carlos Araújo que votaram Não.
11. em nota, o governador Rui costa lamentou a decisão da Câmara dos Deputados. Mmanifestou solidariedade à presidente Dilma Rousseff e agradeceu o apoio da bancada federal da Bahia, "que teve coragem de dizer não ao golpe". (Da bancada baiana 22 disseram Não; 15 disseram Sim; 2 se abstiveram)
12. "É um momento muito difícil para o país. É triste ver uma sessão na Câmara dos Deputados presidida por alguém como Eduardo Cunha, numa trama orquestrada ao lado vice-presidente Michel Temer, que soube liderar uma verdadeira conspiração", comentou o governador.
13. O governador ainda trata o tema como 'golpe' o que representa uma postura fechada, sectária, sem abertura para diálogo ou pacto como gostaria que fosse Dilma, em caso de vitória.
14. Pra finalizar esse comentário, um grupo de senadores, de vários partidos políticos, entende que a solução para a grave crise, cujo governo Dilma/Temer tem total responsabilidade, não será alcançada sem a participação direta do povo Brasileiro.
15. Por isso, o grupo convoca para uma entrevista coletiva, na próxima segunda-feira, dia 18 de abril, às 17h30, no plenário do Senado Federal, com o objetivo de adotar uma proposta que o momento político do país exige, buscando amplo diálogo para solucionar a crise.
16. Os senadores entendem que qualquer decisão tomada pela Câmara, no domingo (17), não resolve a crise. Pelo contrário, torna-a mais grave e aprofunda a divisão na sociedade.
17. O grupo entende que o caminho está em dialogar e pactuar uma saída, que envolva a sociedade, já que os rumos atuais nos conduzem para um sério impasse e apenas aprofundam a crise política e econômica.
18. O objetivo desse movimento é o de construir um 'instrumento' de decisão visando superar um dos graves erros históricos cometidos por essa coalizão de governo, sem que se assista, mais uma vez em nossa história, um arranjo que remeta para as camadas mais populares os custos e os encargos da crise.
19. Assinam, Senadores João Capiberibe (PSB – AP); Walter Pinheiro (Sem Partido – BA); Randolfe Rodrigues (Rede –AP); Lídice da Mata (PSB – BA); Paulo Paim (PT-RS); Cristovam Buarque (PPS-DF).
20. São os sonhadores de sempre. Ainda não entenderam que o furo é mais abaixo, e que o processo será resolvido no Senado, no voto. Na história politica do país nunca houve pacto dessa natureza que prosperasse.
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