Miudinhas
Tasso Franco
02/01/2016 às
19:45
AS MUDANÇAS CLIMÁTICAS que assustam 2016 e o aquecimento dos oceanos
Verão chega como a melhor temporada na capital e a pior temporada no interior, em especial no seminárido com seca em mais de 200 municípios
MIUDINHAS GLOBAIS:
1. O ano de 2016 começa quentíssimo na Bahia em termos de temperatura. Aparentemente não há novidade nessa observação uma vez que estamos na temporada de verão. Mas, no planeta Terra de uma forma geral há uma imensa preocucpação sobre as mudanças climáticas e a cada ano que passa, apesar das advertências dos cientistas, novos projetos industriais são implementados, e as mudanças no clima já afetavam milhões de pessoas.
2. É só verificar o que está acontecendo agora no Sul e Extremo-Sul do país como enchentes como nunca se viram e o Nordeste velho de guerra, cansado de tanta seca, vai desertificando seu semiárido com a destruição da caatinga, e a seca - só na Bahia - já atinge mais de 210 municípios.
3. O ano de 2015 foi marcado por efeitos climáticos extremos e temperaturas elevadas em todo o mundo, e cientistas alertam para a possibilidade de um 2016 ainda pior. Isso devido ao fenômeno El Niño, que deverá ser um dos mais intensos da história, causando secas e enchentes maiores e mantendo as temperaturas altas.
4. No Brasil, que tem registrado grandes enchentes na região sul, a temporada de chuvas deverá ser menos aguda, o que poderá agravar a situação de escassez de água.
5. O último mês de julho foi o mais quente na Terra desde que os registros começaram a ser feitos, em 1880, conforme informou a Agência Nacional de Oceanos e Atmosfera dos Estados Unidos (NOAA, sigla em inglês).
6. Segundo a entidade, a temperatura média em nível planetário alcançou em julho os 16,61 graus, o que supera o registro de 1998 em 0,08 graus.
7. "Esse recorde nos mostra que a Terra continua aquecendo", explicou à Agência Efe Jessica Blunden, especialista em clima da NOAA, que alertou sobre as consequências que essa elevação na temperatura terá no aumento do nível do mar e no derretimento das geleiras, entre outros.
8. Segundo o relatório da NOAA, a temperatura média global de julho, tanto na superfície terrestre como na oceânica, foi de 0,81 graus, acima da média do século XX.
9. Blunden explicou que as atuais condições do fenômeno climático El Niño "estão realçando o efeito do aquecimento global que vemos com o passar do tempo".
10. A especialista da NOAA esclareceu que é importante levar em conta que as temperaturas "são só uma parte da história" e que a população mundial já presencia as mudanças causadas por esse aumento.
11. "Vimos recentemente um recorde de temperatura no oceano, recorde no aumento dos níveis do mar e recorde no degelo das geleiras de todo o mundo", precisou Blunden.
12. Blunden afirmou que são cada vez "mais severas" as condições meteorológicas extremas como "secas, ondas de calor e inundações" e enfatizou que nestes incidentes é possível observar os "inúmeros" impactos que das altas temperaturas "na população e nos ecossistemas de todo o mundo".
13. Segundo o relatório da NOAA, nove dos dez meses mais quentes ocorreram desde 2005, e os primeiros sete meses de 2015 são o período mais quente de janeiro a julho desde que se têm registros.
14. Cientistas acreditam ser muito provável que este ano termine como o mais quente da história, superando 2014. Segundo o órgão, a temperatura média durante julho nos Estados Unidos, sem incluir Alasca e Havaí, foi de 23,2 graus, 0,11 graus acima da média do século XX.
15. O planeta está esquentando, não há como negar. Desde 1880, quando começaram os registros formais, a temperatura subiu 0,8 grau, e dois terços desse aumento aconteceu nos últimos 40 anos. Não só treze dos catorze anos mais quentes já documentados ocorreram neste começo de século, como 2014 bateu o recorde dos registros.
16. Detecta-se hoje, porém, um fenômeno que intriga cientistas. Apesar de o calor planetário crescer ano a ano, o ritmo desse aumento vem diminuindo. Isso vai na contramão das previsões de climatologistas, que apontavam que quanto maior fosse a emissão de gás carbônico (o CO2) na atmosfera, índice que só sobe, maior seria também o fator de elevação da temperatura da Terra.
17. A esse estranho acontecimento foi dado o nome de "hiato", justamente por representar uma aparente pausa no aquecimento. Na quinta-feira passada, porém, a Nasa finalmente achou uma resposta para esse fenômeno que negaria as estimativas catastróficas de ambientalistas, e poderia jogar uma pá de cal nos esforços conservacionistas para tentar limitar os efeitos negativos das mudanças climáticas. Em resumo, os pesquisadores descobriram que é só aparente a redução no ritmo do aquecimento global.
18. O hiato era utilizado por estudiosos "céticos" como o principal argumento contrário à ideia da existência de aquecimento global. Diferentemente do que é mais aceito pela comunidade científica, esse grupo não credita as mudanças climáticas à atividade humana, que tem lotado a atmosfera com gases de efeito estufa por meio, por exemplo, da queima de combustíveis fósseis, como petróleo e carvão. Para os céticos, fatores naturais explicariam a oscilação de temperatura, como ciclos esperados do clima da Terra, ou ainda a inconstante atividade do Sol.
19. O estudo da Nasa publicado na revista americana Science acaba com esses argumentos. Segundo cálculos da agência espacial americana, o calor acumulado nos últimos anos na atmosfera e pela água dos mares se deslocou para camadas mais profundas dos oceanos.
20. Esse calor, porém, deve voltar à superfície a curto prazo, aumentando bruscamente a temperatura global. Ou seja, não é que o aquecimento passa por um hiato. As mudanças climáticas continuam a todo vapor, só não se sabia onde estava armazenada parte substancial do calor acumulado nas últimas duas décadas.
21. Uma análise de dados coletados por satélites da Nasa mostrou que os oceanos têm absorvido grande quantidade de calor ao longo do tempo. Os pesquisadores analisaram a distribuição de calor no planeta e descobriram que, ao menos desde 2003, as águas quentes que ocupavam os primeiros 100 metros a partir da superfície do Oceano Pacífico resfriaram - o que condiz com a teoria da pausa do aquecimento.
22. Porém, e aí está a novidade, essa perda de calor foi compensada com o aquecimento de águas mais profundas, de até 300 metros a partir da superfície, nos oceanos Índico, Antártico e do próprio Pacífico.
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