Miudinhas
Tasso Franco
13/02/2013 às
17:49
CARNAVAL em que Estado e Prefeitura se deram as mãos, por Tasso Franco
Na máquina de moer fenômenos musicais, a bola da vez foi Dan Miranda e seu Ziriguidum. O Largadinho não ligou e Magary Lord desaqueceu
MIUDINHAS GLOBAIS:
1. O Carnaval de Salvador chega ao seu encerramento repetindo o que já se conhece dele, empacotado, mercantilizado, camarotizado, com algumas modificações nos seus circuitos e a esdrúxula ideia de se criar um apartheid com o Arfródomo.
2. Neste 2013, em mudanças, o que observamos foram alterações nos camarotes com shows de artistas nos seus interiores, ampliando antes os espaços reservados à DJs e grupos menores, raves e boates; uma revigoração do circuito Osmar, que caiu muito nos últimos três anos com a desorganização JH; uma diversidade maior de ritmos musicais no Pelourinho; e uma ação mais ordenada entre Estado e Prefeitura.
3. Houe também um esforço maior tanto por parte do Estado; quanto da Prefeitura no sentido de melhorar o atendimentos aos foliões e no amparo às pessoas que trabalham na festa, especialmente aqueles de menor renda. O EcoFolia Solidária no apoio às cooperativas de catadores foi um bom exemplo, os abrigos para os menores, outro, e assim por diante.
4. Claro que ainda falta um longo caminho a ser percorrido porque a pobreza é imensa, muitos menores trabalhando na festa sem as mínimas condições, mas, alguns passos foram dados e deverão ser fortalecidos a cada ano.
5. Vale ressaltar que o trabalho da Prefeitura melhorou bastante apesar de algumas declarações autoritárias de personalidades municipais, uma delas, obrigando-se a renovação de frotas de trios e equipamentos em cinco anos de uso como se o Carnaval fosse uma mina de dinheiro, o diálogo foi mais intenso (a reunião com o MP e as empresas que vendem churrasquinhos foi bom exemplo) e a convivência com a pobreza mantida em certo grau de civilidade.
6. Na cena cultural e poética das músicas carnavalescas a axé e o pagode predominaram, com letras infames, nunca mais se produziu um Canto da Cidade (1993) e um tributo a Eva e ou a Oxum, repetindo-se exaustivamente o xarope We Are Salvador e outros hits.
7. O Carnaval é uma máquina de moer fenômenos de temporada e o Bonde do Maluco (2008) ninguem nem ouve mais falar, Motumbá (2010) acabou no Conde e Magary Lord e kalinde (fenômenos de 2012) desaqueceram. A bola da vez foi Dan Miranda, com Ziriguidum.
8. As estrelas e os astros resistem, com destaque para o "eterno" Bell Marques (Durval deu uma caída neste 2013) e as musas Sangalo, Claudia e Daniela ainda que la Mercury fez um Carnaval aquém 2012/2011. Novidade com o pagodarte de Aline Rosa e a entrada em cena de Mari Antunes, do Babado Novo.
9. Os afros cantando para sí mesmos. Músicas muito longas de uma poética engajada e que a cidade não canta. É preciso abrir mais com a contemporaneidade e até incluir a negritude e a África nesse contexto, se sintonizarem mais com a cidade. Se continuarem assim serão engolidos pelos blocos de samba que ganham espaços a cada ano, já dominam a quinta e começam a tomar conta da sexta-feira, e para os blocos de pagodese os afros de trios que já abrigam uma maior quantidade de afrosdescentes do que os chamados afoxés e blocos afros.
10. O Malê é belíssimo. Mas, alguém sabe canta a música tema do Malê? O Ilê Aiyê, idem. Quem melhor está avançando em direção ao gosto da cidade é o Olodum, mas perdeu densidade no abrigo a turistas estrangeiros.
11. A rave não avançou nas ruas. Mas Bob Sinclar mostrou que tem um espaço enorme pela frente e novos grupos podem se dar bem. O rock e seu espaço estão contidos a um público específico.
12. Claro, os politicos vão dizer que esse foi o melhor Carnaval de todos os tempos. Faz parte.
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MICOS CARNAVALESCOS DO AGAPITO:
1. Mico barrigudo vai para Sidney Magal. Spa nela!
2. Mico fashion (fala sério) fica com Xandy, do Harmonia, e a camisa dos tucanos com a pintura do tal no nariz.
3. Mico maravilha vai para Tatau que é a cara do Ara Ketu.
4. Colibri de ouro vai para Jorge Ramos e Aninha no Aconchego da Zuzu, na saída da Mudança do Garcia.
5. Colibri de prata fica com Daniela Mercury menos fashion neste Momo.
6. Colibri de bronze para Jonas Paulo, presidente do PT, usando ainda a camisa do 2 de fevereiro, no Momo.
7. Mico chatura para a despedida de Saulo Fernandes. Contamos pelo menos umas cinco ou seis.
8. Mico caça níquel para algumas feijoadas pré-carnavalescas.
9. Mico arroz de festa vai para o novo diretor de A Tarde. Tá em todas.
10. Colibri de ouro para cantora revelação Mari Antunes.
11. Mico elétrico para Márcio Vitor, do PSY. É o próprio trio em cima do trio.
12. Colibri de ouro para Armandinho que faz o pau elétrico sorrir e chorar, como queiram, desde 1969, com seu bandolim no Flávio Cavalcanti.
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