Miudinhas
Tasso Franco
24/06/2011 às  23:01

SÃO JOÃO COMO PRODUTO TURÍSTICO NA BAHIA CARECE DE UMA CAMPINA GRANDE

Axé Música colocou tentáculos nos festejos juninos da Bahia



Foto: ASCOM
Calcinha Preta, apenas um showzão, no Arraiá do Berimbau, concorrendo com Feira
  MIUDINHAS GLOBAIS:

  1. Louve-se a iniciativa do governo do Estado em incentivar o São João na Bahia e investir uma boa soma de recursos tentando, com isso, transformar os festejos juninos num produto turístico mais organizado. Produto turístico sempre foi (e continua sendo) como um destino doméstico da Bahia há decênios, especialmente os sitios tradicionais dos festejos, São José de Feira e Senhor do Bonfim.

  2. Mais recentemente, ainda na era Paulo Gaudenzi, na Bahiatursa e depois Setur, a festa se expandiu para o Recôncavo, em especial, Cachoeira; e outros recantos dessa região, Amargosa, Maragogipe, São Félix, Muritiba e assim por diante. E, com a expansão da Axé Música e a profissionalização do Carnaval de Salvador, esses grupos dominantes da produção musical baiana, iniciaram uma peregrinação junina.

  3. Tanto que, hoje, a Central do Carnaval já colocou seus tentáculos na festa e cantores como Bell Marques, Daniela Mercury, Xandy do Harmonia, Ivete Sangalo estão integrados nesse esforço mercantil. E, no interior da Bahia, espalha-se uma coisa meio maluca que são os blocos de forró, com trios elétricos e as pessoas dançando e cantando nas ruas, como acontece em Ribeira do Pombal e outras cidades.

  4. Agora, em Wagner/Leonelli tenta-se criar um destino turístico Bahia/São João e até vende-se esse projeto em São Paulo e MG, mas, a Bahia carece de um local tradicional de São João, como Caruaru. em Pernambuco; Campina Grande, na Paraiba; e Aracaju, em Sergipe. Ou seja, a Bahia não tem a cara de São João e esse esforço de marketing, em parte, se perde diante dessa carência.

  5. Veja que a Rede Globo dedicou um Globo Repórter aos festejos juninos do Nordeste, o Fantástico idem-idem, e os espaços reservados à Bahia são mínimos. Todos os destaques se concentram em Caruaru, Campina Grande e Aracaju. A Bahia, que tinha a festa de Cruz das Almas, "Guerra das Espadas", como uma tradição está sendo destruida pela caneta juridica. Como se tradição fosse aniquilada dessa forma.

  6. De sua parte, o governo do Estado investe bastante no São João do interior, e também no insoso São João do Palourinho, porém, há um viés de natureza política e isso não funciona no plano do produto turístico como um todo. Salvador fica vazia no São João e, como não há tradição junina na cidade, salvo alguns sambões juninos nos bairros, o São João do Pelô fica isolado, sem empatia com a cidade.

   7. O governo poderia centralizar esforços em Senhor do Bonfim e Feira de Santana que são as duas cidades que têm a cara do São João. Feira, de sua parte, necessita criar um "forrodromo" na cidade (e não em São José) e conseguir organizar seu produto turístico. Tem a vantagem de estar perto da capital e ter uma rede hoteleira razoável.


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