Miudinhas
Tasso Franco
24/10/2008 às  21:07

PT E PMDB TÊM VISÕES DIFERENTES DO CONCEITO LEALDADE NESTAS ELEIÇÕES

Cardeal Majella recomenda paz e amor aos candidatos, mas eles promovem guerra



`Velha guarda` Renato Ferreira, Antonio Matos, Paulinho Portela, 30 anos da TB (F/BJá)
 
 Miudinhas globais:

  1. O governador Jaques Wagner endureceu um pouco o caldo no almoço do PSB, nesta sexta-feira, 24, quando cobrou lealdade aos seus aliados. Disse que a política baiana passa por um momento de engradecimento, todos devem crescer, mas, o alicerce da sua base de sustentação política tem que ser a lealdade.

  2. Até aí, tudo bem, conceito posto com bastante clareza e endereço certo. A questão é saber donde partiu a insubordinação uma vez que o PMDB, ao expor na telinha o comercial "traição" no horário eleitoral gratuito, relacionando-o a Pinheiro e ao PT, ainda no primeiro turno, o fez, segundo declarações correntes na época, porque o PT lhe faltou com a lealdade.

  3. João Henrique disse várias vezes em declarações à imprensa e nos debates que o PT deixou seu governo aos 45 minutos do segundo tempo, depois de beneficiar-se com cargos durante 3 anos e meio. E mais falou, já na fase mais aguda dos debates, que as mandantes do crime de Neylton são vinculadas ao PT, que o secretário Solla é lerdo e que o governo Wagner idem-idem.
 
  4. Sob essa ótica, quem foi desleal, foi o PT. E, em sendo Pinheiro, Solla, Wagner, integrantes da cúpula do PT, por tabela também seriam desleais.

   5. A versão do PT é outra: saiu do governo de João porque é direito público e o fez diante da inobservância da administração às teses do PT, entre elas, o PDDU mais participativo e o modelo de gestão desordenado então vigente. O PT teria proposto um pacto de governabilidade, mas, com João sendo guiado pelo PMDB, não vingou. Daí deu bye-bye.

  6. O governador entrou de tabela. Até no primeiro turno, manteve-se razoavelmente afastado do embate direto no pleito, com citações a João, Imbassahy e Pinheiro, participando até das Convenções partidárias dos 3 candidatos. No final do primeiro turno, quando o PT censurou a presença de Lula na telinha de João, o PMDB entendeu com uma agressão, situação absurda e partiu para um ataque mais forte.

  7. No segundo turno, com Wagner na TV apoiando Pinheiro de forma mais direta, e a partir do momento em que subiu no palanque de Pinheiro, no Farol da Barra; o PMDB levou Souto, Neto e Borges para o seu palanque, em Periperi, 24 horas depois, e a temperatura entrou em ebulição.

  8. Nesse meio tempo, uma polêmica sobre licenças para construção do Hospital Geral do Subúrbio com críticas a "lerdeza" do governo Wagner, e enorme desgaste à sua imagem, até porque, até agora, apesar do hospital já ter sido anunciado desde maio, nem uma pá de cal foi colocada no local. Pituaçu também encontrou nessa conta da lerdeza.

  9. Para firmar uma posição mais dura junto à opinião pública Wagner também foi a Periperi e classificou o prefeito de "falsário, mentiroso" e outras adjetivações. O cilma então chegou a fervura total. Geddel submergiu. O pai de João, não. Durval classificou Wagner de antiético e, hoje, o senador foi chamado de 'ingrato' pelo presidente da Assembléia, deputado Marcelo Nilo.

  10. Num clima dessa natureza vem o líder do PMDB na Assembléia, deputado Leur Lomanto Jr e levanta uma "bandeira da paz", sustentando que após segunda feira, 27, à situação se acalmar, pois, "uma coisa é a sucessão; a outra coisa é o PMDB com o governo Wagner". 

  11. É claro que "essas coisas" citadas pelo deputado Lomanto Jr são comunicantes, aquele ensinamento científico dos vasos comunicantes, e não se excluem. Pelo contrário. Daí que, neste caso, uma coisa é uma coisa; e a outra coisa é a mesma coisa.  

  12. O governador Wagner avisa que acompanhará  o candidato Walter Pinheiro, da Coligação Salvador - Bahia - Brasil (PT, PSB, PCdoB, PV), na visita à Feira de São Joaquim, às 8 horas deste sábado (25). E também estará com Pinheiro na Grande Caravana em Cajazeiras, às 9 horas, que sairá da Feirinha de Castelo Branco. O trajeto incluirá a Rótula da Cajazeira V, Chiclete da Fazenda Grande II,  Boca da Mata e Fazenda Grande III. 

  13. A eleição de Salvador, no próximo domingo, vai demarcar terrenos. O governador já avisou: quem é leal, fica. Quem não é, fineza procurar outro caminho. Ficar pisando em terreno pantanoso, como ocorreu nesta eleição, só se for doido. Ou age firme e rápido antes dos sinos de Belém e do peru do Natal; ou, paciência, vão comer suas passas e depois fumar cohibas.

  14. Tá todo mundo querendo saber o que teriam conversado Pinheiro e João com o arcebispo Geraldo Majella, no início da campanha deste segundo turno. Depois da visita ao bispo, o clima esquentou de tal forma sugerindo que os ensinamentos do 'homem de Deus' não serviram para muita coisa.

  15. Pelo que se conhece da doutrina evangeliária, o bispo deve ter pedido paz, amor, compreensão e coisas do gênero, ensinamentos que não estão acontecendo na campanha.

  16. Falar em bispo, estão as turras, em Serrinha, o bispo da diocese local, dom Otorino Assolari e o radialista e dono de emissoras Antonio Lomes. O que Lomes tem falado do comportamento sexual do bispo não tá no gibi. E ainda diz na sua rádio, na Serra, que o teto da catedral de Serrinha tem telhado vermelho porque foi bancado pelo PT.

  17. Na próxima semana, integrantes da comunidade religiosa católica de Serrinha vão promover uma passeata na cidade protestando contra o radialista. A propósito de toda essa polêmica, Lomes é o esposo da prefeita Tânia, PSDB, candidata à reeleição e que perdeu o último pleito para o professor Osni Cardoso, do PT.

  18. Brizolista histórica, ex-presidente do Movimento de Mulheres do PDT e ex-Delegada da Associação Baiana de Deficientes Físicos (Abadef), Mariangela Bião de Cerqueira, vai desfiliar-se do PDT. A decisão é decorrente de sua decepção do partido em estar apoiando João Henrique, eleito pelo PDT em 2004 e posteriormente filiado ao PMDB.

  19. "Brizola, se vivo fosse jamais permitiria que o PDT apoiasse tal traição", afirma ela. "Agora, sinto-me livre para apoiar Walter Pinheiro, um político fiel ao seu partido, o PT", declarou a ex-Pedetista.
 
  20. Esta coluna tem uma inveja danada: até vai alcançar 1/5 dos leitores de Therezinha Cardozo, de 7 Dias, em A Tarde.

  21. Tem um comerciante de requeijão de Santa Bárbara afiançando que os bois de Kimura fizeram a diferença na eleição do professor Jailson, PT, em Santa Bárbara. Bois do Pará.

  22. E eu imaginava que bois não combinavam com o PT. Em Salvador, quem vai apoiar Pinheiro é o MST. Ô Pinheiro, chama a turma da boiada.

  23. Que mal fazem os pieres na encosta da Vitória? Nenhum. Já ocuparam tudo mesmo. Mas, o pessoal quando quer implicar com os ricos é um negócio sério.

  24. Lula garantiu a Wagner que 'investimentos não faltarão' para a Bahia. Lembra uma frase, salvo melhor juízo, que se dizia nas campanhas de Jequié: "Recursos não faltarão". Agora, o dim-dim nunca chegava.

  25. O secretário da Saúde do Estado, Jorge Solla, foi visto no interior de um hospital público do estado fazendo campanha para Pinheiro, abertamente, inclusive com distribuição de adesivos. 

  26. A Caravana do Cinema chegou a Lauro de Freitas. Na solenidade, ramos de flores, discursos e uma toalha enorme na cor verde. Alguém disse assim: - Uai, viraram João!

  27. Agenda de João Henrique, sábado, 9h, visita ao Mercado do Rio Vermelho; 10h - carreata - concentração no Dique do Tororó; 12h - visita mercado de Itapuã. Nesse pique, daqui a pouco sai uma agenda de João para segunda-feira.
 
  28 - João vota no Colégio Sartre-COC, no Itaigara (antigo Nobel), acompanhado do candidato a vice, Edvaldo Brito, do ministro Geddel Vieira Lima, do presidente do PMDB, Lúcio Vieira Lima. Após votar, João acompanha Brito, que vota no olégio General Braulio Guimarães, na Boca do Rio. O prefeito acompanha ainda sua mulher, a deputada Maria Luiza, que vota no Colégio Edvaldo Boaventura, no conjunto Vale dos Rios, no Stiep, e os filhos Paulo e Luiz. Um vota no Anchieta, no Pituba Ville, e o outro no antigo Anchieta, na Amaralina.

  28. Vão fazer a Cimeira, em Salvador, com censura à imprensa. Quando Portugal e Brasil se reúnem, de fato, o mundo treme. Deve ser isso. Ninguém pode saber o que acontecerá.


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