31/01/2015 às 20:47
50 DICAS para turistas que visitam Salvador da Bahia
Salvador, a cidade mater
50 dicas de Salvador:
1. Salvador foi a primeira capital do Brasil na época da Colônia de Portugal. Fundada a partir de 1º de maio de 1549 quando começam, de fato, os trabalhos de erguer a fortaleza, os historiadores consideraram a data 29 de março de 1549 como de sua fundação, correspondente a chegada da armada de Tomé de Souza, no atual Porto da Barra, antiga Vila Vellha do Pereira.
2. Portanto, antes de ser a capital do Brasil, sem ainda se chamar Salvador, a localidade se chamou Vila do Caramuru, povoada por Diogo Álvares, português de Viana do Castelo - ao que se supõe a serviço dos franceses - a partir de 1510. Caramuru morava na Barra onde é a área da familia Mariani e ergeu a primeira capela católica da Bahia, em 1528, dedicada a Nossa Senhora da Graça, hoje, Mosteirinho da Graça, onde está sepultada a esposa de Caramuru, Catarina Paraguaçu.
3. Depois, a Coroa de Portugal estabeleceu as capitanias hereditárias - da Bahia, de Itaparica, de Ilhéus e Porto Seguro - a partir de 1534. A da Bahia - área da futura Salvador - foi comandada por Francisco Pereira Coutinho, o Rusticão, que instalou uma Vila Velha (do Pereira) no atual Porto da Barra e adjacências. Pereira se indispôs com Caramuru e os tupinambás e foi morto após uma revolta. Herdou a capitania um dos seus filhos.
4. Dom João III então resolve colonizar de vez o Brasil e instituiu um Governo Geral com Tomé de Souza e a fundação da Cidade do Salvador. Ao que tudo indica o nome da cidade foi sugestão do rei Dom João III, mas, não existe nenhuma comprovação disso. Como era muito católico, alcunha de 'O Piedoso' é provável que tenha sido ideia dele o nome de Salvador.
5. Salvador foi sede da Colônia até 1763 quando a Corte transfere a sede do governo central para o Rio de Janeiro. Claro: Salvador perdeu força e prestígio político. Em 1808, quando a familia real portuguesa foi expulsa de Portugal pelos franceses de Napoleão, a corte se instalou no Rio. Dom João VI e familia ainda passaram por Salvador, houve apelos para que eles ficassem na Bahia, mas, o rei não topou porque a riqueza do país já estava concentrada no eixo Rio-SP-Minas.
6. Salvador é, poratnto, uma cidade histórica, de forte miscigenação nativa tupinambá-européia portuguesa - e africana. Diogo Álvares - o Caramuru - está sepultado na catedral jesuitica do Centro Histórico de Salvador. Catarina Paraguaçu está sepultada na igreja da Graça. Tomé de Souza voltou para Portugal e está seputado em Rates. Há um projeto antigo para trazer os restos mortais de Tomé para Salvador. O descententes de Tomé, Garcia D'Ávila fundou o maior latifúndio do país (Casa da Torre). Seus descendentes e de Caramuru foram as familias da Bahia mais influentes durante mais de 200 anos.
7. A sesmaria que o rei deu a Caramuru e Catarina foi passada para os Beneditinos e engloba bairros da Graça e Chame-Chame. A fonte onde Catarina e Diogo se banhavam - e outros - ainda existe. Fica no bairro da Graça. O Rio dos Seixos onde os tupinambás e os descendentes de Caramuru pescavam e se banhavam virou um esgoto e foi coberto pela Prefeitura. Fica no bairro do Chame-Chame e desagua no mar na altura do Barravento, na orla da Barra.
8. O mosteiro da Graça abre, eventualmente. Tem missas aos domingos. Atualmente, a área da igreja está em reforma pelo IPHAN, restauro. A igreja da Sé fica sempre fechada mas tem local de acesso aos turistas. Quase todos os cardeais que serviram na Bahia - é o cardinalato primaz do Brasil - estão sepultadops neste templo. Na sacristia dessa igreja o padre Antonio Vieira orou e escreveu alguns dos seus escritos. Teria visto a invasão holandesa de 1624, daí, orando.
9. Para saber mais sobre a história de Salvador há uima farta literatura. A biblioteca do Mosteiro de São Bento tem bons livros e documentos. O Instituto Geográfico e Histórico da Bahia idem. Ambos ficam no centro da cidade. O Arquivo Público também tem boa documentação. A Fundação Gregório de Mattos tem um bom acervo iconográfico.
10. O maior enigma da história da cidade é Caramuru, o Diogo Álvares. Ninguém conseguiu até hoje provar se ele era portugues ou galego-lingua (espanhol). O certo é que trabalhava para os franceses do navegador Jaques Cartier, de Saint Malo, que o levou para a França para se casar com Catarina Paraguaçu, cujo nome em tupinambá era Quayadin. Faltam estudos mais aprofundados desses personagens.
11. Essas dicas que estamos colocando para vocês são reservadas a turistas. Ou seja, pessoas que visitam a capital baiana e passam entre 3 a 5 dias. Evidente que, quem desejar fazer algum trabalho sobre temas específicos aí são outros quinhentos. A cidade tem um manancial para historiadores enorme. A Ordem Jesuítica, por exemplo, chegou a Bahia - 1549 - 6 anos apenas depois de constituida por Ignácio de Loyola. Os Beneditinos, Carmelitas, Franciscanos, etc, estão na cidade há 4 séculos.
12. Então, o local mais visitado pelos turistas é o centro histórico, especialmente a mancha matriz que vai da Praça Municipal - onde estão a sede da Prefeitura e da Câmara - até o Carmo - convento que é um hotel - na encosta segunda do Pelourinho. Agora, o CH, integral, vai do Porto da Barra até o Santo Antonio Além do Carmo com suas ramificações pela Cidade Baixa, Baixa dos Sapateiros, São Bento, Piedade e Campo Grande. Na Piedade estão os franciscanos menores; e na cidade baixa a basílica de Nossa Senhora da Conceição da Praia, a padroeira da Bahia. Na igreja de São Francisco, no terreiro, tem uma azulejaria fantástica que conta a história de Lisboa.
13. Os turistas normalmente concentram suas visitas entre a praça municipal - onde fica o Elevador Lacerda, que liga as duas cidades - e o Pelourinho - o largo até o Carmo, onde ficam algumas galerias de artistas plásticos. Quem visita Salvador tem que subir e descer o Elevador Lacerda. É quase uma obrigação. Custa R$0.15 e idosos não pagam. Salvador é uma das poucas cidades do mundo com essa caracteristica, com elevadores e planos inclinados que ligam as duas cidades. Lisboa tem um modelito desses em menor escala com o Elevador da Santa Justa. Bruxelas também tem dois planos sem elevadores.
14. As duas cidades são interligadas por ladeiras - da Montanha, da Misericórdia, do Taboão, Conceição, Preguiça, Contorno, etc - mas não se recomenda transitar a pé por esses locais. São áreas perigosas, de prostituição, de comércio, etc - e esses trajetos são feitos pelos nativos. As noites, então, nem pensar. Mas, tem turista que se aventura, desde que seja orientado e com segurança.
15. Na Ladeira da Conceição tem os antigos arcos da cidade e vale a pena conhecer. Desemboca na Basílica de Nossa Senhora da Conceição da Praia - a primeira da cidade - onde está o mar e se iniciou a cidade na época da colônia. Todo o comércio se dava por esse local - um pouco mais adiante - no cais da Ribeira do Góes.
16. A Basílica da Conceição é belíssima. É um dos templos preferidos das familias ricas da cidade para realização de casamentos chiques. Há uma festa popular - de largo - nesse templo dia 8 de dezembro. E, também saí daí a imagem de Bom Jesus dos Navegantes para a procissão maritima de 1º de janeiro de cada ano. É uma espécie de igreja mãe, mais valorizada do que a catedral, que fica na cidade alta. Na festa de Santa Luzia a procissão também, passa para louvar Conceição.
17. A principal via que liga as duas cidades - a Ladeira da Montanha - o turista não deve subir e/ou descer caminhando. É uma zona perigosa, parte de prostituição. A noite, então, nem pensar andar por aí. Essa ladeira, no entanto, tem história porque é a maior que separa as duas cidades e vai da área do Comércio, na cidade baixa, até a praça Castro Alves. Deveria ser uma zona turísitca com restraurantes, bares, mas, infelizmente não é.
18. A Praça Castro Alves fica na antiga Porta Sul da cidade Fortaleza de Tomé de Souza e deste local tem-se uma bela vista da Baía de Todos os Santos em direção do Forte do Mar e na outra linha na vista ao Mosteiro de Santa Tereza, onde se situa um museu de Arte Sacra da UFBA/beneditino. A Praça Castro Alves já foi o ponto mais badalado do Carnaval nos anos 1960/80. Hoje, perdeu essa poosição e tenta se recuperar.
19. Logo ai adiante está o Mosteiro de São Bento um dos prédios do barroco mais bonitos da cidade. Salvador tem 4 basílicas: uma delas é a de São Sebastião que fica neste mosteiro; as outras são a da Catedral da Sé; a do Senhor do Bonfim; e a da Conceição da Praia. Basílicas tem status superiores a igrejas. Dessas basílicas, a mais visitada é a do Senhor do Bonfim que fica na Península de Itapagipe, no bairro do Bonfim. É a única fora do centro histórico.
20. É muito famosa porque no sincretismo religioso baiano, Senhor do Bonfim é associado a Oxalá, o pai, e o povo-de-santo (candomblé) frequenta muito este templo. Além disso, há uma tradição que vem do século XVIII - a Lavagem do Bonfim - na segunda quinta-feira do mês de janeiro de cada ano em que reúne milhares de pessoas no trajeto entre as basílicas de Nossa Senhora da Conceição e a do Bonfim. Nesse cortejo não se conduz nenhum santo em andor - é a única da cidade com essa característica - e sim baianas com jarros nas cabeças contendo água de cheiro para lavar o adro da basílica do Bonfim.
21. Senhor do Bonfim é tido, ainda, como milagreiro e na basílica há uma área de ex-votos de pessoas que vão agradecer ao santo por milagres. A colina onde fica a basília é chamada de Colina Sagrada e, sendo o templo mais visitado da cidade, tem missas com frequências e vendedores de fitinhas, amuletos outras lembranças em lojas de souvenis. Diz-se que uma pessoa quando amarra uma fitinha do Senhor do Bonfim no braço faz um pedido ao santo e é atendido.
21. Quem vai ao Bonfim também pode ir ao final de linha da Ribeira, da Peninsula de Itapagipe. A cidade do Salvador na linha Oeste acaba aí. Se a pessoa quiser seguir adiante nessa direção tem que pegar um barco e atravessar em direção ao Subúrbio Ferroviário da cidade. Senão, retorna daí. Na Ribeira tem a sorveteria mais famosa da cidade e o visual do local à beira mar é muito bonito.
22. Ainda na cidade baixa o turista também pode (e deve) parar no Mercado Modelo, um centro comercial onde se comercializam lembranças da Bahia e todos os modelos - joias, batas, prataria, comestíveis, pimentas, etc. É um local muito agradável e tem bares, tendas de pinga, restaurantes, roda de capoeira, etc. Fica na Praça Cairu com visual belissimo do Elevador Lacerda e de parte da Baía de Todos os Santos.
23. Há turistas que adoram passer em feiras livres. Então, na cidade baixa tem a maior feira da cidade - de São Joaquim - um mundo de ruelas, tendas de todo tipo de comércio, bares, restaurantes, casas de pembas, peixarias, vendas de frutas tropicais, artesanato, venda de produtos a grosso, um feirão. Recomenda-se ir ao local com um guia ou um nativo que conheça a feira. É um local bem popular e que vai se conhecer a população mais pobre da cidade e que se abastece aí.
24. Na Cidade Baixa - próximo ao Mercado Modelo - funciona o cais de embarcação para ir a ilha de Itaparica, de barco, ou a Morro de São Paulo. Há ainda o sistema ferry boat, mas, a travessia para Mar Grande de barco é mais pitoresca. Deste local também saem as escunas para passeios fretados pela Baía de Todos os Santos. O Forte do Mar - Forte de São Marcelo - está fechado para visitação, infelizmente. É um dos locais mais pitorescos da Baía de Todos os Santos.
25. Muita gente que vem a Salvador quer visitar um terreiro de candomblé. Isso, de fato, é possível, mas, de preferência deve ser programado com alguém que conheça um dos candomblés. Os mais famosos são os da Casa Branca, o do Gantois, o Axé Opô Afonjá e o do Pai Air, na Boca do Rio. O candomblé é uma religião e nem sempre durante uma visita assiste-se uma cerimônia religiosa nessas e noutras casas. Não é como a igreja católica que tem missa todos os domingos. Há determinadas datas para os cultos e oferendas aos orixás.
26. Pode-se, também, conhecer uma mãe de santo. Para isso tem que ser programado com alguém da casa, pois, são religiosas muito ocupadas com seus terreiros e suas obrigações.
27. A figura mais representativa da Bahia é a baiana que vende acarajé, abará e outros produtos nos tabuleiros. São centenas que existem na cidade, algumas mais famosas do que outras, casos de Cira e Regina, as mais badaladas, ultimamente. Dinha, outra famosa, faleceu, mas, seu ponto no Largo do Rio Vermelho vale a pena conhecer. É interminável a discussão de qual o melhor acarajé vendido em Salvador. Eu tenho o meu mas não vou falar.
28. Essa tradição das baianas dos tabuleiros e dos baianos também datam da Colônia. Naquela época, as baianas e baianos mercavam com tabuleiros nas cabeças - ou em pontos estratégicos da cidade - produtos que iam do acassá a frutas tropicais. Alguns mercavam cantando e atravessaram séculos com esse oficio, pelo menos - nos bairros - até os anos 1970/80. Ainda se vê, mas, são mais raros. Havia também os baianos que levaram as mercadorias nos balaios - bananas, laranjas e até jacas. Tinham pescoços de ferro.
29. Baiana que é baiana autêntica usa roupa branca, colares de santo, balangandãs, saias rodadas e torços também brancos. Há umas baianas estilizadas no centro histórico que são chamadas de 'baianas árvores de Natal' (salvo engano quem colocou esse nome foi o historiador Cid Teixeira) com roupas coloridas, torços que parecem mais indianas, que servem apenas para fazer fotos (pagas) com turistas. Se v quiser uma boa recordação em foto com uma baiana faça ao lado de uma que vende acarajé. Peça licença para fazer a foto. De preferência compre algum produto no seu tabuleiro. Não se gratifica baiana de acarajé ao se fazer uma foto.
30. Há também baianos do acarajé. São os novos tempos. Antigamente eles eram apenas mercadores dos balaios e tabuleiros nas cabeças, mas, hoje, têm pontos de vendas do acarajé. Vir a Salvador e não comer um acarajé é o mesmo que ir a Roma e não experimentar um gellato. De preferência coma o acarjé completo - com pimenta, camarão, vatapá e caruru. As baianas também colocam saladas. Nos tabuleiros têm outros produtos - bolinhos de estudantes (popular punheta), cocadas, passarinhas, etc.
31. Além do Centro Histórico os turistas têm outros pontos de atrações na cidade. Um deles - para quem gosta - são as praias. São 70km de praias da Cidade Baixa a Cidade Alta. Uma maravilha da natureza. Praias de águas mansas - da Baía de Todos os Santos - e praias com águas mais fortes - do mar aberto, do Atlântico, o Mar Tenebroso. A praia mais badalada, central, gostosa de tomar banho, histórica, é a do Porto da Barra.
32. Normalmente, o turista de excurssão não vai a praia. Portanto, esse é um programa para o turista mais avulso. As praias mais ao Norte da Cidade são excelentes - Pituba, Corsário, Boca do Rio, Piatã e Itapuã. Algumas são perigosas - mar bravio - e o turista deve ter cuidado com a sua segurança - há muitos furtos de objetos. De preferência ir com o pessoal da terra que conhece os macetes. A praia de Itapuã é belíssima, um dos visuais mais bonitos da cidade no final da tarde.
33. Agora, imbatível é o Por do Sol no Farol da Barra, um morro que foi apelidado de 'ponta do Caramuru'. É um visual deslumbrande da Baía de Todos os Santos ao fundo e o sol se ponto lá em Itaparica, do outro lado da Baía. Rola música com violão, cigarrinhos de maconha, casais enamorados, muiitos nativos e turistas. É uma boa pedida. A galera chega ao local por volta das 16h às 17h e só arreda pé do local depois que o astro rei se põe no horizonte.
34. Com a urbanização dessa área da cidade - o calçadão da Barra que vai da praia do Porto até o Barravento - é o point mais badalado da cidade, mais até do que o Pelourinho, especialmente para a turma mais jovem e de meia idade. Tem vários bares, restaurantes, pizzarias, feira gastronomica, feira de artesanato, música, etc. É uma festa. Uma badalação incrível, dia e noite.
35. A melhor época para se conhecer Salvador é na temporada do verão. Como a cidade está situada no Nordeste do país o verão praticamente começa em julho e vai até após o Carnaval. Agora, a temporada mais quente, mais glamurosa com eventos quase todos os dias é no verão propriamente dito que vai de novembro a inicio de março. Haja fôlego. Tem ensaios de blocos carnavalescos, shows, uma badalação incrível. De abril a julho é a temporada de chuvas na cidade. O astral fica down. No verão fica up. Todo mundo põe as pernas de fora, há brilho no olhar das pessoas, muita gente sarada e bonita, gente estilosa, uma muvuca geral.
36. Claro que toda essa lambança tem seu ápice no Carnaval, o maior momo do planeta, uma festança que dura 8 dias. Não é uma festa barata, salvo se você quiser ficar atrás de um trio elétrico. Agora, se vai sair num bloco, se vai para um hotel, se vai para um camarote, prepare a grana. Programe-se com antecedência como muitos fazem. Há camarotes cujo ingresso diário é da ordem de R$2.000.00. A média gira em torno de R$800,00 a R$1.000,00.
37. A cidade tem três circuitos carnavalescos: Campo Grande-Centro (Osmar); Barra-Ondina (Dodô); Pelourinho (Batatinha). No Pelourinho concentra-se o Carnaval à moda antiga, com bandinhas, pierrôs, colombinas e até confetes e serpentinas. É bom e barato. O circuito Osmar é o mais tradicional com blocos de trios e de samba, além dos afros-baianos; o circuito Dodô é da galera mais jovem e dos endinheirados. É o mais bonito porque fica com vista para o mar e onde estão os melhores camarotes e hotéis.
38. Salvador tem 3 milhões de habitantes. Desta população, segundo o IBGE, 14% são brancos; 14% de negros; e 70% de mestiços - mistura de tupinambás-euros (português) e africanos. Portanto, a cidade é negro-mestiça com 84% de sua população. Os mestiços têm, matrilínea mais para o negro com uma variedade enorme de tipos - curibocas, cabo-verdes, sararas, sararas-crioulos, etc. Os tupinambás desapareceram ao longo dos anos e ainda se vê alguns com essa matrilinea no Recôncavo, na ilha de Itaparica.
39. Diz-se que, no Carnaval, 2 milhões de pessoas vão as ruas. É pouco provável porque da população total tem um número expressivo de crianças e velhos. Ademais, muita gente sai da cidade. Mas, muita gente chega. Os números divulgados pelos órgãos do turismo não são confiáveis. Eles exageram demais. É provável que, pela extensão dos circuitos, largura das ruas, etc, app 1.000.000 vão às ruas, todos os dias, durante o Carnaval.
40. Salvador é uma cidade violenta. Tanto na época do Carnaval quanto fora dela. Em média, são 30 assassinatos nos finais de semana e 20 veiculos furtados e roubados ao dia. Portanto, toda cautela é pouca. É claro que os turistas não vão as áreas mais perigosas, mas, ainda assim, mesmo no Pelourinho - razoavelmente policiado - tenha precauções com os documentos, passaporte, dinheiro, máquinas de filmar e fotográfica, celular, etc. Bobeou, dançou. Não entre em ruas fora dos roteiros: os becos do Pelô.
41. A cidade não tem circuitos para visitar favelas. Em Salvdaor, as favelas - termo que o Rio herdou da Guerra de Canudos, no interior da Bahia (favela é uma planta) - são chamadas de invasões. Existem - cálculos da PMS - mais de 400 tambám chamados de assentamentos subnormais. Muitas estão consolidadas e a Prefeitura, a cada ano, entrega algo em torno de 100.000 titulos da posses dos terrenos. Não tem como tirar as familias desses locais.
42. Exemplo: o bairro da Liberdade vem da Guerra da Independência, 1822, e se chamava Estrada das Boiadas - os bois entravam na cidade para o abate no centro por aí. Desde os anos 1960 está consolidado. Não tem espaço para mais nada em termos de área para lazer. É um bairro de grande comunidade afro-baiana, sede do Ilê Ayê, mas, não é o maior nesse segmento e sim o Pernambués.
43. Vale a pena conhecer a Liberdade, Alagados, Malvinas (Bairro da Paz) para sentir como mora o pessoal mais pobre da cidade. Recomenda-se, óbvio, ir com um guia ou um nativo.
44. Dos 3 milhões de habitantres da cidade estima-se que haja uma classe média na faixa de 1 milhão de habitantes; mais 1 milhão das classes D/E e 1 milhão da C emergente, que reside nos conjuntos habitacionais dos bairros. Interessante observar que alguns bairros, mesmo sendo considerados de periferia, mais pobres, tem uma classe média, caso de São Caetano com muitas residências boas, bem melhores do que qualquer apartamento da classe média tradicional de bairros como Nazaré, Brotas, etc.
45. O sistema de transporte público da cidade é caótico e todo ele feito por ônibus. É uma lata-de-sardinha por onde se usa. Salvador é uma cidade espalhada, sem uma linha Norte-Sul como o Rio de Janeiro, BH, etc. A PMS está tentando organizar o sistema com ônibus em 3 cores, o que já está funcionando parcialmente. É uma barafunda pegar ônibus na cidade. O turista sofre bastante. O melhor é usar táxi que é razoavelmente barato se usado por dois casais, por exemplo. Sair do Pelourinho, por exempo, depois das 11 da noite, só de táxi.
46. O Metrô é 'calça-curta'. Só tem 6 km e atende uma linha restrita para moradores. Na Copa do Mundo até funcionou poara turistas a partir de um shopping porque tem uma de suas estações ao lado da Arena Fonte Nova, o maior estádio da cidade. Hoje, já existe funcionando um sistema de bicicletas que pode ser acessado pelo celular nos modelos que existem mundo à fora. O melhor é o da Barra, do Calçadão, e pode ser usado dia e noite. No centro histórico tem mas recomenda-se usar só de dia.
47. A cidade tem além da Arena Fonte Nova mais dois estádios de futebol: Pituaçu (do governo do Estado) e o Barradão, do Vitória. Temos só dois grandes times de futebol Bahia e Vitóira. Hoje não tão grandes assim Vão disputar o campeonato brasileiro da segunda divisão.
48. A cidade é paupérima em esporte amador. A rigor, nem existem: volei, baskete, handebol, natação, atletismo,. etc. Estamos em baixa há muitos anos e sem perspectivas. A cidade é boa de música. Aí, sim, tem pagode pra todo lado: samba, pagode, regaaes, axé, rock, kuduro, o que você imaginar. É portanto, com todo respeito, uma cidade mundana. Os baianos são atrevidos, ousados, dados, hospitaleiros. Bobeou, o camarada já está convidando a turista para conhecer seu apê.
49. Salvador, mesmo com todos esses problemas - e todas as cidades têm os seus em maior ou menor dimensão - é uma maravilha. Quem não conhece a Bahia nem pode dizer que conhece o Brasil. A cidade mãe, a terra do descobrimento, a terra da felicidade, de grandes nomes da literatura e da música, é um dengo, um amor.
50. Então, como diz a música, se você nunca foi a Bahia, nego, então venha.
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