10/03/2013 às 10:50
A HIPOCRISIA DOS Royalties e a mancada de Cabral
Pior que a derrota de Cabral é ver o verdadeiro "Barata voa" que se tornou o Legislativo brasileiro, com homofóbico na Comissão de Direitos Humanos
O ex presidente Lula ao anunciar a descoberta do
pré-sal colocou o Brasil num patamar de riqueza
assombroso, que cinco anos depois se mostrou uma
uma bela jogada de marketing. Até hoje, nenhuma
gota de petróleo do pré-sal saiu dos mares
brasileiros. Zero. Nada.
Ainda assim, os estados não
produtores, que produzem minério, soja, entre outros,
querem dividir essa riqueza inexistente, alterando
contratos firmados e a lei vigente estabelecida em 1997.
No melhor estilo, se não tem cão vamos caçar com gatos.
Essa partilha esdrúxula, coloca em jogo a validade do pacto federativo.
Como disse Merval Pereira em sua coluna no jornal O Globo, o pré-sal até agora
produziu apenas perdedores. Dividiu o país e dinheiro que é bom ...
Faltou força política ao Governo do Rio
do Rio para segurar o motim pró-partilha. O maior
erro de Sergio Cabral foi acreditar que tudo seria como
antes com a eleição de Dilma. Dilma não é Lula. A tão
falada união entre poderes acabou e o que se vê hoje
é o estado do Rio de Janeiro isolado na Federacao.
Pior que a derrota de Cabral é ver o verdadeiro "Barata
voa" que se tornou o Legislativo brasileiro. A semana
foi memorável no PIOR sentido. Um racista homofóbico
foi eleito presidente da Comissão de Direitos Humanos.
Ou seja, vai "defender" mimorias que detesta. A sessão
de votação dos royalties foi uma cena grotesca de
parlamentares aos berros, presidida por Renan
Calheiros, um senador envolvido em uma dezena de
de casos de corrupção.
O Brasil vive uma crise moral e política. Aprovamos
a Lei da Ficha Limpa, mas basta olhar para os
principais cabeças do Congresso e suas comissões para
sentar e chorar. A crise política se dá quando os
"partidos" não apresentam projetos políticos, mas
sim projetos de pessoais de poder. Marina Silva,
Eduardo Campos, Aécio Neves, Dilma Rousseff .
Todos de olhor no poder, menos no Brasil.
Sergio Cabral radicalizou e suspendeu os pagamentos do estado, com exceção
dos servidores. Diz-se nos bastidores do Palácio Guanabara que o rompimento
do PMDB fluminense com o PT. É esperar para ver.
(* Nara Franco é jornalista)
https://bahiaja.com.br/artigo/2013/03/10/a-hipocrisia-dos-royalties-e-a-mancada-de-cabral,702,0.html