Iniciado o quadrangular decisivo do campeonato baiano, comentei com amigos que o Vitória seria campeão se ganhasse o Ba-Vi da Fonte Nova e que o Bahia teria grandes chances de ficar com o título se derrotasse em casa o seu maior adversário no âmbito estadual.
Desprezava, portanto, as chances de Atlético de Alagoinhas e do Poções e ressaltava um diferencial entre as possibilidades do Vitória e do Bahia em cima dos valores individuais do time vermelho e preto e também por ter a base do elenco formado há mais tempo do que a equipe tricolor.
A campanha da dupla Ba-VI na fase de classificação, apesar dos tropeços iniciais do Bahia, foi parelha e a colocação do Vitória em primeiro lugar foi tão somente decorrente do número de gols assinalados, primeiro critério de desempate estabelecido pelo regulamento do certame.
Mesmo sem bola de cristal nem dispondo dos poderes sobrenaturais da falecida Madame Beatriz, famosa cartomante baiana, acertei na mosca. O Ba-Vi da Fonte Nova - aquele 6 x 5 em que Índio só faltou mandar chover - foi decisivo. O Vitória abriu três pontos em relação ao Bahia e acabou desestabilizando (tanto pelo resultado em si, como pelo andamento do placar) o seu arquirrival.
O resto foi conseqüência: o Vitória embalado, fazendo o dever de casa e tirando nota 10, ao golear o Poções (6 x 0) e o Atlético (7 x 0), e vencendo - é certo, com alguma dificuldade - Atlético (1 x 0) e Poções (2 x 1) nos domínios adversários. Ou seja, administrando a diferença alcançada na rodada inicial.
O Bahia, ao contrário, sentindo os efeitos da derrota no clássico da Fonte Nova e ainda lamentando a eliminação da Copa do Brasil, para o Fluminense (RJ), procurava encontrar ânimo para permanecer vivo na competição.
É bem verdade que, sem convencer e com alguns desfalques, conseguiu derrotar o Atlético (1 x 0), no Carneirão, e o Poções (4 x 2) na Fonte Nova e (2 x 0) no Heraldo Curvello, mas já não teve forças (nem futebol) suficientes para derrotar em casa o Atlético, no domingo passado, resultado que antecipadamente deu o título ao Vitória.
Com uma bela campanha, onde ganhou 20 dos 27 jogos e perdeu apenas dois, e ainda tendo em Índio o artilheiro do certame, com 26 gols, o Vitória merecidamente é o campeão baiano de 2007. Seu novo desafio, ainda para este ano, é o seu retorno à Série A do Brasileiro. Agora, voltando ao estadual, é uma pena que o Ba-Vi deste meio de semana, no Barradão, tenha perdido a graça.
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