Foto: DIV |
João Jorge é presidente do Olodum |
A partir dos Tambores, Papiros, Twitter vamos contar a História do processo da escrita no carnaval de Salvador em 2011. Historicamente a democracia e a comunicação é para muitos um artigo de luxo ou tão invisível nas comunidades que chegamos a duvidar de sua existência.
Na velha Bahia de São Salvador não é muito diferente. Os afro brasileiros, mulheres, populações tradicionais, homossexuais e os pobres são os que menos acessos tem a comunicação em tempos de novas ferramentas que possibilitam condições de igualdades. Nas essa é também uma realidade da Índia, África do Sul, Sudão, Espanha, França, Tanzania e todos os Estados do planeta onde o conceito de democracia e comunicação é somente para as elites dominantes.
Aqui em terras tupiniquins no período colônial, impérial ou republicano, o direito a liberdade de imprensa e a comunicação foram duramente combatidos ou cerceados para a grande maioria da população. Regras cegas e autoritárias impediram que os pensamentos fluíssem, que fatos simplórios circulassem.
Mas o som que ecoou dos tambores foi uma forma de comunicação tão própria e fundamental para o fortalecimento da identidade afro brasileira, seja na religião ou na festa de momo que foi possível geral e se fortalecer enquanto capital simbólico para os blocos afros, afoxés, percurssionistas, compositores, cantores e carnavalescos.
Resgatamos símbolos civilizatórios que nós possibilitou criar uma literatura musical única, faraónica, malgaxe, aramaica transformando assim a cultura negra local em um produto identitário transnacional.
O Festival de Música e Artes Olodum realizado há 31 anos no Pelourinho é uma arena popular do debate musical sobre democracia e comunicação. Local este de tantos fatos registrado na história do homem negro e também origem dos grandes sucessos do Olodum e do Samba Reggae baiano.
Dos escombros dos velhos casarões e suas rua fédicas para o mundo. Muitos gritaram para que os tambores fossem silenciados, que a Revolta do Olodum também de responsabilidade dos compositores era apenas um simples Protesto Olodum. Mas, "Avisaram lá" que estas e tantas outras seriam canções de Liberdade e Igualdade comunicando novos tempo.
Em 2011 o Festival de Música e Artes Olodum será realizado mais uma vez neste templo sagrado do Samba Reggae e quilombo urbano de resistência dos mais antigo do país. Fundado no útero fértil da cidade mais bela e negra, um local onde os Papiros da Revolta dos Buzios (1798), a Carta da Igualdade foi colada nas janelas e portas dos poderosos sobrados e casas de tempos tão distantes.
Em tempos presente a escrita continua registrando a história e ancorada pelas novas ferramentas ela navega nas redes sociais de forma instantânea e livre. Seus operadores (TV Olodum internet, TVE e Prodeb) estarão presentes no Festival de Música e Artes Olodum transmitido em tempo real a força da percussão e a poderosa música negra (com suas letras de protesto) e os novos ritmos do Rap, Hip Hop, Samba e Pagode, comunicando ao mundo nossa luta por igualdade.
Desta forma convidamos a todos amigos e amigas para celebrar conosco a luta pela democracia e por uma comunicação mais democrática nos meios culturais.
Fé, paixão, amor, transformação, sociabilidade, distribuição, excelência, oportunidade..vamos usar o nosso poder simbolico para estimular uma nova comunicação popular e apoiar a democratização da comunicação.
* João Jorge - Presidente do Olodum - Advogado Mestre em Direito Publico pela UnB
https://bahiaja.com.br/artigo/2011/01/29/democracia-comunicacao-e-a-forca-do-olodum,559,0.html