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Vânia Galvão (foto) diz que estará na luta como parceira da política Dilma |
O Brasil, pela primeira vez será governado por uma mulher. Esse feito é considerado histórico, dado o perfil da sociedade brasileira, ainda marcado pelo preconceito, pela discriminação e pela cultura patriarcal, que estigmatiza as mulheres e as impede de acessar seus direitos, de acessar espaços de poder e, portanto, alcançar sua cidadania plena.
Ainda estamos em posição aquém do ideal, no que diz respeito ao ‘ranking global de desigualdade entre os sexos' do Relatório Global de Desigualdade de Gênero 2010, elaborado pelo Fórum Econômico Mundial (FEM). Segundo o relatório, o Brasil ocupa a 85ª posição nesse ranking, atrás de outros países da América Latina como o Paraguai, o Panamá e o Equador, por exemplo.
Alguns indicadores podem nos ajudar a entender essa posição do Brasil, a saber: o poder político exercido pelas mulheres nas instâncias de decisão, seja no legislativo, seja no executivo, é quase invisível, devido ao pequeno número de deputadas, senadoras, vereadoras, ministras ou presidentes de empresas, fundações e autarquias; a participação feminina no mercado de trabalho (64%) continua abaixo da masculina (85%) e os salários persistem desiguais entre homens e mulheres que desempenham as mesmas funções; e a renda estimada das mulheres é apenas 2/3 da renda dos homens.
Poderíamos estar em posição pior no ranking, caso o componente racial fosse considerado na análise do FEM. Sabemos que a análise baseada na intersecção entre gênero e raça revela o aprofundamento dessas desigualdades em nosso país.
O Governo Federal tem feito sua parte. Foram criados dois ministérios - SEPPIR e SPM - para tratar das políticas de igualdade racial e de políticas para as mulheres. Políticas Públicas têm sido implementadas nesses quase oito anos do Governo Lula, mas tem se mostrado insuficientes.
Por isso temos que avançar! Nossa futura mandatária terá que assumir um papel que esperamos seja de protagonista na promoção da igualdade racial e de gênero em nosso país, para além do combate a miséria, sabedoras que somos de que o racismo e o sexismo são fortes aliados da pobreza.
Estaremos na luta, como parceiras que somos do governo da Presidenta Dilma, que pretendemos possa construir um pacto político para o empoderamento das mulheres, dos negros (as) e todos os segmentos sociais ainda discriminados e apartados do processo de desenvolvimento político.
A vitória de Dilma é uma vitória de todas nós, mulheres brasileiras, pelo simbolismo e pela renovação da esperança que nos faz festejar um país cada vez mais justo, mais inclusivo e mais democrático!
* Vereadora Vânia Galvão (PT)
2ª Secretária da Câmara Municipal de Salvador
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