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24/05/2009 às 18:00

EM PITUAÇU FALTARAM INGRESSOS E FUTEBOL

ZédeJesusBarrêto é jornalista

ZédejesusBarrêto


Foto: Agecom/Arquivo
Faltou organização no Pituaçu e sobrou competência da FBF ao abrir portões
 

Tarde chuvosa e fria de sábado, o time do coração prestes a entrar em campo, um jogo importante, clássico nordestino, o público dentro do estádio abaixo do esperado, o torcedor do lado de fora, ainda, ansioso, tomando uma pra esquentar o peito e ... adivinha o que aconteceu? 


Faltou ingresso na bilheteria do estádio !!! 


O jogo começou, o Bahêa fez um gol e nada. Centenas de torcedores do lado de fora querendo entrar, quando os bilheteiros avisaram: quebrou a máquina de imprimir os ingressos!  É mole?  Parece piada de baiano, né?


Inacreditável num futebol que se diz profissional!  O clube tem até um ‘gerente de futebol', com ótimo salário, pra cuidar dessas coisas. E os cofres andam à míngua precisando de renda!


Não fosse a atitude da FBF mandando abrir os portões para a galera, poderia ter uma quebradeira geral em Pituaçu, sob chuvas de protestos, o céu irado.

Incompreensível e injustificável.


A torcida cobra uma atitude do presidente do clube, o deputado Marcelinho Guimarães. No mínimo o distrato, com direito a multa e indenização, com a tal empresa ( ou ‘cacete armado') que seria responsável pela confecção dos ingressos.   Como é que fica, Paulo Carneiro, isso é profissionalismo?


Uma vergonha!


                                                     *

Quanto ao jogo em campo, 1 x 0 ferrado, jogo difícil, encardido, e a torcida saiu chiando muito com a atuação do time tricolor.


O Bahia fez  1 x 0 no primeiro tempo, um golzinho de jogada ensaiada na cobrança de um escanteio, e recuou, esperando o Ceará para contra-atacar com velocidade.

Mas o que se viu foi o time visitante tomar conta do meio-campo, tocar bem a bola, envolver o adversário, embora não tenha criado grandes chances de gol.


No segundo tempo, um Bahia apático, e não fosse duas defesas espetaculares de Marcelo, o time de Fortaleza teria conseguido um empate, justo.


Mas é bom que se diga que o Ceará sempre foi um osso duro de roer para o Bahia, mesmo nos bons tempos do ‘esquadrão de aço'. Há mais de cinco anos o Bahia não vencia o Ceará, nem aqui nem lá.  E o time alencarino não é bobo, há algumas semanas detonou o Santos  pela  Copa do Brasil, inclusive vencendo dentro da Vila Belmiro. Portanto...  vamos comemorar também a ‘quebra de um tabu', o ‘gude preso' e os três pontinhos ganhos, mesmo cientes, todos, de que o time precisa melhorar e muito.


Se a defesa suporta bem, o meio-campo perde muitas divididas, os rebotes na intermediária e cria quase nada. O ataque vive de chutões e correria, nenhuma trama.


De proveitoso, o lançamento do garoto Marcos na lateral-direita, uma boa surpresa. É raçudo, ágil e ousado. O outro estreante, Ernani, apenas correu e marcou.


                                               *


Tem uma parte da torcida que xinga mais do que torce pelo time em campo,exigindo melhor futebol, a saída de Gallo e ‘queimando' o filme de muitos atletas em campo.

Ora, a segundona é dureza, não vai ter show de bola.


E é preciso o torcedor entender que o adversário também joga, e às vezes joga bem.

A camisa tricolor  não mete mais medo a ninguém, como outrora, e os craques que fazem a diferença estão cada dia mais raros.


Se a meta é subir para a Série A, vamos cair na real e dar força a esse plantel... pois é o que vai vestir a camisa até o final.  Entonces...


                                                  *


No fim de semana próximo o Bahia vai enfrentar uma pedreira em São Paulo, a Portuguesa de Desportos que venceu o Figueirense  em Santa Catarina com sobras.

Dizam os sulistas que a ‘lusa' é o melhor time da segundona. Mas cada jogo é uma história, uma batalha ...  Haja coramina ou maracujina pra aquietar os nervos!


                                                  *

Já à noite do mesmo sábado, o Vitória se deu mal em Belo Horizonte e tomou um ‘chocolate' do mistão do Cruzeiro, 2 x 0.


O atacante Kleber fez a diferença, dois gols.


Pra se ter uma idéia, o rubronegro baiano chutou a primeira bola no gol adversário aos 43 minutos do primeiro tempo, umazinha só.


O Cruzeiro puxou o freio-de-mão no segundo tempo, mas a goleada não foi concretizada devido a outra atuação de destaque do goleirão colombiano Viáfara, fazendo seu nome com a camiseta um do rubronegro.


Ou seja, só um time brincou de bola em Minas. O Vitória apreciou, apenas. 

No final, o treinador Carpegiani foi curto  e definitivo : "Não jogamos nada, nos faltou qualidade técnica". Ponto.


Ou seja, se o tri-campeão baiano quiser mesmo almejar alguma coisa no campeonato nacional vai ter de melhorar muito, sobretudo quando atua fora de casa..


No fim de semana que vem o time enfrenta o Grêmio de Porto Alegre, no Barradão. É um osso duro de roer em qualquer gramado, a torcida pode estar ciente.


                                                      *

Vamos ser claros?  O futebol que se vem jogando há alguns anos na Bahia está distante de que é jogado pelos grandes clubes de São Paulo, Rio, Minas, Rio Grande do Sul...  Brigamos com Pernambuco (e olhe lá! o Sport tem sido superior), Ceará, Goiás, Paraná...   por aí.


Jogamos menos do que a torcida baiana espera e, sobretudo, do que a nossa mídia esportiva esbraveja e escreve.

                                                    **


https://bahiaja.com.br/artigo/2009/05/24/em-pituacu-faltaram-ingressos-e-futebol,398,0.html