Decididamente a Secretaria da Fazenda do Estado não está em seus melhores dias, os últimos acontecimentos que envolveram o atual secretario, o professor e sindicalista Carlos Martins, e as entidades de classe que nela atuam atestam isso.
No caso do primeiro, pode ser considerada desastrosa sua atuação na primeira audiência pública ocorrida na assembléia Legislativa, quando por diversas vezes se contradisse com os números apresentados nas demonstrações contábeis por ele aprovadas e publicadas, especialmente no que diz respeito aos restos a pagar, quando ficou claro o saldo positivo de mais de R$ 400 milhões após o pagamento de todas as dívidas.
Técnicos da Sefaz atribuem o milagre das contas públicas à incompetente atuação do Subsecretário Carlos Batista, que confiou à sua velha amiga e confidente, a ex-secretaria soutista Ana Benvinda a tarefa de fechar os demonstrativos das contas públicas.
Também pode ser atribuída ao subsecretário, o projeto de trem da alegria, que pretende transformar em auditores sem concurso público, mais de 900 agentes de tributos estaduais, gerando despesas extras de mais de 100 milhões de reais ainda neste exercício.
A interferência de lideres sindicais na atual gestão também tem sido vista como um componente nefasto, uma vez que subsecretários, assessores e o próprio superintendente (este um caso à parte, tal a sua inércia), foram indicados pela entidade para comporem o grupo de transição de onde se originou a proposta do trem da alegria.
Nos últimos dias o Instituto dos Auditores Fiscais - IAF denunciou à imprensa e a sociedade os fatos, o que gerou um verdadeiro clima de guerra na secretaria.
O Sindsefaz, entidade com mais de 3500 integrantes, que representa os agentes de tributos estaduais, servidores administrativos e os próprios auditores (em sua minoria) contesta a representação do IAF (que só representa os auditores fiscais), alegando que este tem por base servidores que por 16 anos serviram aos governos passados e pretendem desestabilizar à gestão Wagner.
Por sua vez o presidente do IAF, o jurista Helcônio Almeida alega o pleito do trem da alegria é inconstitucional e que não poupará esforços no sentido de sensibilizar à sociedade e aos órgãos de defesa da cidadania.
O curioso disso tudo, é que o próprio secretário Carlos Martins apesar de fincar um pé no Sindsefaz, preferiu administrar com o apoio dos principais colaboradores dos governos passados, buscando sua equipe entre os experientes integrantes de Albérico Mascarenhas e Walter Cairo, a exemplo da Diretoria Geral, Diretoria de Administração Tributária, Corregedoria, Diretoria de Contabilidade, Diretoria de Planejamento Fiscal, isso sem falar no seu Chefe de Gabinete, que ocupava o mesmo posto na Secretaria do Trabalho no governo anterior.
É por essas e outras, que a Secretaria da Fazenda está sendo cotada como o elo mais fraco da atual equipe, e que por isso todos apostam que deve ser o primeiro a se partir.
https://bahiaja.com.br/artigo/2007/03/19/o-elo-mais-fraco,38,0.html