- Justiça se faça. Nunca antes na história do cortejo da Lavagem do Bonfim se viu tantas faixas de políticos estendidas de poste a poste, de coqueiro a coqueiro, em cada esquina, pelas ruas inteiras, um horror no percurso de Roma ao Bonfim, e uma heresia sem limites tomando toda a Colina Sagrada.
E olha que o pessoal da prefeitura andou arrancando muitas faixas dos concorrentes.
Só ficaram as de propaganda do prefeito João, do ministro Geddel e do governador Wagner.
Aos montes, uma atrás da outra pra não se perder.
Um poluição agressora à cidade, à inteligência do cidadão e, sobretudo, à tradição de fé do povo desse cortejo histórico, manifestação da cultura baiana.
Menos, gente, menos!!!
Durante o desfile, era balão pra todo lado, além das faixas, tornando impossível uma imagem limpa, uma foto sem a poluição visual infame.
De uma passante, estarrecida: "Mas não era isso que eles tanto condenavam no carlismo? Pois tá muito pior!"
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- Cansado de esperar pela chegada das autoridades à Colina, o secretário Meirelles, pra lá e pra cá, esbaldava-se em entrevistas realçando, agora sim, a participação popular na festa, uma manifestação, agora sim, democrática, agora sim, republicana!!! Ufa !
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- E teve secretário exagerando na interpretação do tal "sincretismo baiano". Com ares de sabido, diante das câmaras oficiais da TVE, lascou:
"As baianas estão lavando o corpo de Oxalá!"
Senhor do Bonfim há de perdoar, mas o velho Orixá Funfun, do pano branco, resmungou dos assentos dos terreiros baianos.
Será que o sol quentão amoleceu os miolos dele ... ou é isso que eles chamam de "turismo étnico?"
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- Por falar em poluição, sujeira visual e desrespeito à cidade, às suas leis, seu povo ...
Todos os postes urbanos, em cada avenida, tornaram-se suporte de propaganda dos anunciantes patrocinadores do carnaval. São peças feias, de um mau gosto de doer, repetitivas, sem criatividade, num marrom diarréia contínuo, encobrindo a sinalização de trânsito, atrapalhando a leitura urbana do pobre motorista, enfeiando o ambiente.
Nunca se viu isso, em tamanho nível de agressão ao bom gosto e desrespeito oficial à legislação urbana.
Como são espertos esses novos gestores! Os "coronéis" de antes apenas engatinhavam.
É preciso vender a cidade, não é mesmo?
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- Bem, diante do evidente desrespeito do "marketing" carnavalesco e das faixas oficiais no circuito do cortejo do Bonfim, deixo a pergunta:
Quem vai controlar o uso de faixas na cidade durante a campanha eleitoral?
Como regulamentar e coibir o uso dos postes, das paredes, dos monumentos públicos, das passarelas etc ... como suporte de propaganda dos políticos no pique da campanha?
Hum?
Que o Senhor Bom Jesus do Bonfim tenha pena dessa cidade, nossa Mãe-Preta, tão vilipendiada!
https://bahiaja.com.br/artigo/2008/01/18/o-moco-urbano,158,0.html