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12/05/2021 às 10:02

40 ANOS SEM BOB MARLEY E SUA INFLUÊNCIA NO OLODUM, por JOÃO JORGE

João Jorge Rodrigues é presidente do Olodum

João Jorge

  Após 40 anos da iluminação de Bob Marley, a inspiração Rastafari, do Reggae, o Olodum a sintonia fina da fé da Etiopia, da Bahia, do Pelourinho e de arte universal estão sendo celebradas mundialmente hoje. O que tem haver tudo isto com a Bahia com Salvador com os negros e com a luta pela igualdade? 


  Podemos comprar a trajetória de Bob Marley e do Olodum suas vitorias e contradições, num mundo que mudou de 1981, ano da morte física do senhor do Reggae e do segundo desfile do Olodum no carnaval de Salvador.

  Ambos os artistas surgiram em bairros pobres de países importantes da diáspora africana, a Jamaica e Salvador no Brasil  espaços criativos da resistência a opressão colonial e de maioria negra e de minoria branca. a influencia de Marcus Garvey, de W.E. Dubois, e dos Pan Africanistas que libertaram vários países africanos moldou os discursos de Bob Marley e do Olodum sobre a vida atual, uma mensagem local através da música que atravessou fronteiras e países, e de um anti racismo atuante.

   Ambos artistas e personalidades tornaram se primeiro adeptos do Rastafarianismo, depois do Pan Africanismo, as ideias e sonho de Garvey, junto com a idéia de que Haile Selassie era o Deus vivo prometido nas falas de esperanças de Moises Garvey.

   “Olhe para África onde surgirá um Rei negro e nesta hora a liberdade triunfará” deu a ambos artistas a oportunidade de gravar canções com as mensagens destes personagens anteriores, muito do conteúdo das musicas de Bob Marley e do Olodum são frases de Marcus Garvey, Haile Selassie, N’Krumah e outros pais da Pátria da libertação africana.

  O Olodum no Maciel Pelourinho, de 1983, em diante mudou a forma de cantar e tocar e foi o criador do Samba Reggae, os cantores Nego, Lazinho, Betão, e outros com o  mestre Neguinho do Samba inventaram a fusão o liquidificador revolucionário de canções que levariam a Banda Olodum a velha Londres e de la para o mundo.  

  Bob Marley foi aos Estados Unido voltou a Jamaica e foi para a velha Londres. O Olodum gravou Lp dedicado ao Rastafarianismo. cantou a Etiópia e o cristianismo ortodoxo, no disco Núbia Axum Etiópia e la estavam Haile Sellasie, a rainha Judith e a senhora Makeda de Axum. 

  Uma das capas de disco mais Rastafari do Olodum tem um leão na capa. O Olodum ficou cosmopolita como dizia Tonho Materia. Bob  Marley não inventou o Reggae apenas tornou o ritmo cosmopolita, para muitos ele era e foi o senhor da marijuana e da música com letras proféticas, para outros, o símbolo dos cabelos trancados, Dreadlocks, e da visão de N’Krumah de Ghana que a África devia se unir..

  Abrimos um bar de Reggae na rua do Maciel de Baixo, hoje, Gregório de Mattos, na Casa do Olodum que se juntou aos bares de Reggae de Albino e de Wilson point dos Rastafaris em Salvador, de tamanha viabilidade dos rastafaris que a folha de Sao Paulo fez uma matéria nos anos 90.

  "A Bahia vira Jamaica", mais não era tudo maravilha, violência, civil e policial, pressão do sistemas de tal forma que hoje não existem mais estes bares. Contudo o legado de Bob Marley ficou e mais forte agora além dos negros, pardos, jovens brancos, surfistas, torcidas do Vasco e do Atletico e em todo o mundo gente usando seus cabelos, é uma vitória que nos satisfaz. 

  Quando em abril de 1980, ele financiou sua ida ao Zimbabwe para tocar no show de independência daquele país africano, com sua música profética A'frica Unite' que falava do Zimbabwe não imaginava que poderia um dia tocar no solo daqui pais livre com sua guitarra e uma multidão gritando e cantando. Generosidade luz esperança paz tolerância, um mestiço, uma metamorfose ambulante.

  Bob Marley escreveu com regras e compasso o caminho do Olodum a seguir, em 1987, Neguinho do samba mudou as cores dos instrumentos que passaram de brancos para as cores do Pan africanismo, os diretores e cantores passaram a usar cabelos rastafari.

  O Pan Africanismo do Olodum se espalhou ancorado em Abdias Nascimento e Elisa Nascimento, Anani de Ghana , Olabyiy do Benin, Daouda Dione do Senegal e nos lideres de países africanos como Angola, Ghana, Benin, Etiópia, Guiné, Tanzania, Moçambique e na America Latina Cuba, sofremos todo tipo de pressão para mudar de lugar sair do Pelourinho, largar as idéias de igualdade e do Pan Africanismo, combatemos a s festas da abolição, cantamos Zumbi dos Palmares, a Revolta dos Búzios, a Revolta dos Malês, e começamos a cantar em cada evento ao término a música N'kossi S’Kelle hino da África do Sul e Namibia, popularizando esta música da nossa campanha liberte Mandela, resistimos no Maciel Pelourinho até hoje..

  Por Olodum ser um grupo da filosofia rastafari e da luta negra por igualdade no mundo, vários artistas do reggae gravaram, cantaram com a nossa banda de Samba Reggae, Jimmy Cliff, Mutabaruka, Linton Kesy Jonshon, Koko Dembele, Alpha Blondy, Andrew Tosh, Zigg Marley, Damien Marley, Edson Gomes, Ponto de Equilibro, Mato Seco, Adão Negro, no Brasil e pelo mundo juntado futebol música e paixão. com a Banda de Ziggy Marley jogamos em Copacabana futebol e tomamos 1 a 0, ja em Hamburgo ganhamos de 2 a1. a linda do tempo da música não para vibra positivamente.

  O tastafarianismo de Bob Marley nos levou a Etiópia em 2020 e ao Palácio do Imperador Haile Sellasie cujo nome original era Ras Tafari, a banda Olodum pode ver todos os espaços do palácio imperial e como viveu o Jah, aquele que realizou a profecia de Marcus Garvey  e por quem vários artistas de Reggae cantam e falam JAH live, Jah Rastafari, a inspiração destes personagens históricos sao uma herança ancestral, fantasia que nos dar forca e anima para vencer na vida do Olodum que nos enche de luz e de paz.

Obrigado Robert Nesta Marley. 1945 - 1981.
Uma canção de liberdade - Rendemption Song.


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