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09/04/2021 às 13:42

VACINAS: PROBLEMA NÃO É LOGÍSTICA, MAS O GOVERNANTE

Walter Pinheiro é secretário do Planejamento do Estado da Bahia., ex-senador e ex-deputado federal.

Walter Pinheiro

  O governante fala em entregar ao Exército as vacinas para distribuição e aplicação. O Exército tem sido excelente parceiro da sociedade, através dos seus militares, distribuídos em batalhões pelo Brasil, fazendo estradas, combatendo o tráfico de drogas e prestando serviços à população: ótimo. Mas o problema da não chegada da vacina não é de logística.


O Brasil possui mais de 5.000 municípios, todos com secretarias de Saúde. Em todos estes municípios têm equipes de saúde da família, em todos têm programas de Agentes Comunitários de Saúde (ACS). Aonde trabalha, cada ACS conhece bem o bairro, a rua e até a casa do cidadão.

Temos um Exército da Saúde que orgulha a todos nós. Essas pessoas levam vacinas e aplicam em todos os rincões desse país, até em lugares que não chegam comida, água e até sinal de Wi-Fi, que poderia ir com o vento. Seja a nado, de jegue, de bicicleta, a pé ou de carona, esse agente do exército em defesa da vida leva na seringa a esperança.

As vacinas da Covid, quando chegam, são rapidamente distribuídas e aplicadas. No Brasil foram distribuídas pouco mais do que 22 milhões de vacinas. Graças à determinação e perseverança do governador Rui Costa, a Bahia vem sempre figurando entre os estados que lideram o processo de vacinação, com mais de 12% da população já tendo recebido a primeira dose, cerca de 1,9 milhão de pessoas.

O problema reside na estupidez de um governante, que nega veementemente a melhor e, cientificamente, a mais correta forma de combater a 'Peste'. Aliás, peste que no Brasil foi combatida por esse exército da Saúde, que contou por diversas vezes com o apoio do Exército.

O problema reside na lógica perversa de um governante que, para se opor aos que considera seus adversários, pune as pessoas, machuca e destrói famílias e ataca a vida. Reside no governante que deveria lutar na política com armas da política e não com armas de fogo, e nem retirando do cenário de guerra contra a covid o canhão mais eficaz: a Vacina.

Abandone sua ilógica e a perversa forma de agir. Deixe que o povo da Saúde cumpra seu dever. O Exército já ajuda e pode juntar-se mais ainda para continuar dando conta da entrega e aplicação das vacinas, como uma lição de vida, que o governante deveria aprender. A melhor arma para o Exército da Saúde que luta pela Vida, nesse momento de guerra contra a Covid, é a vacina.


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