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12/08/2018 às 10:43

A Ordem dos Advogados da Bahia já exige uma presidente

*Leo Varjão foi assessor de comunicação do presidente da OAB/BA, Saul Quadros, entre os anos de 2007 e 2012

Leo Varjão


A primeira vez que trabalhei numa campanha para eleição na Seccional baiana da Ordem dos Advogados do Brasil, deparei-me com uma galeria de ex-presidentes sem nenhuma representação feminina. É claro que essa não é uma realidade apenas da OAB/BA. Infelizmente, no cenário ao nosso redor e em diversos setores da sociedade, ainda persiste uma desigualdade entre homens e mulheres.

Aos poucos, entretanto, isso vem mudando, com as mulheres conseguindo ocupar espaços antes inatingíveis. Daí, quando focamos numa instituição quase centenária, como a Ordem baiana, é preciso olhar adiante, sob pena de não nos adaptarmos aos novos tempos.

A OAB/BA possui em seus quadros uma composição equilibrada entre homens e mulheres em condições de assumir condignamente a presidência da entidade, cada vez mais  preocupada em debater a presença feminina na advocacia.

No último pleito da Ordem estadual, um seminário discutiu o empoderamento da mulher advogada e tive a oportunidade de assistir memoráveis participações de  nomes como Geyse Fiedra, Cristhiane Gurgel, Cláudia Viana, Juliana Damasceno e Sílvia Cerqueira, dentre tantas outras, defendendo a importância de suas atividades.

São muitas as profissionais que estão presentes na história e no presente da advocacia baiana. Sou testemunha, como filho e pai de advogadas e, em razão disso, defendo a importância de se promover um debate sobre o tema. E mais do que isso:  entendo  a importância de, desde agora, se estimular esta instituição de vanguarda a amadurecer a ideia de, já nas próximas eleições, lançar mulheres como candidatas à presidência.

Estamos com o país em meio a um processo eleitoral e, apesar de todas ações realizadas no últimos anos, objetivando ampliar a presença feminina no meio político, ainda é visível o desequilíbrio de gênero. O Congresso Nacional, por exemplo, tem 54 mulheres dentre 513 deputados federais e 12 entre 81 senadores. Neste contexto, vale lembrar que a Assembleia Legislativa do Estado da Bahia e a Câmara Municipal de Salvador jamais tiveram, ao longo da história, uma presidente.   

A OAB/BA é uma das vozes legítimas da sociedade e, em tempos de debates inclusivos em diversas áreas, não se pode esquecer de um campo tão importante como o social, a exemplo do Direito.

*Leo Varjão foi assessor de comunicação do presidente da OAB/BA, Saul Quadros, entre os anos de 2007 e 2012


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