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Zé de Jesus Barrêto

BAHIA parecia time de seminaristas leva 2x0 INTER

Veja outros resultados num campeonato em que Corinthians, atual campeão, é um dos favoritos ao título
15/04/2018 às 18:57
 Simplesmente decepcionante o começo do Tricolor no Brasileirão 2018, levando 2 x 0 do Internacional de Porto Alegre, no Beira Rio (2 x 0). O Campeão Baiano não disputou o jogo, parecia de ressaca. Perdeu as divididas, todas, e os rebotes também.  

  Preocupante, não só pelo resultado, mas sobretudo pela postura apática do time, dominada e sem reação, sem vontade. Parecia um timeco de seminaristas em fim de semana, de férias. Não se joga um campeonato nacional assim. E olha que o Inter não é lá essas coisas.   Derrota feia.  Aliás, alguém se lembra quando o Bahia estreou fora de casa com triunfo?

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Bola Rolando

 Um jogo estudado, modorrento, muito totó pra lá e pra cá e nenhuma oportunidade clara de gol até os 30 minutos.  O Colorado com uma postura mais ofensiva, em casa, empurrado pela torcida, aos poucos tentando imprensar o Tricolor, mais retraído, lento e chegando com poucos atletas na frente. As defensivas prevalecendo.

  Aos 33’, o primeiro lance de perigo: uma testada cobrindo o travessão do meia Patrick, após cobrança do escanteio. Assustou.

  - Gol ! 1x 0, Internacional. Nico Lopez, de cabeça, completando na pequena área um cruzamento de Patrick da esquerda, depois de boa jogada de D’Alessandro, jogando à vontade.

  O Colorado com mais apetite, o argentino D’Alessandro, 37 anos, ditou o ritmo. Um Tricolor opaco, displicente, aceitando a marcação e sem incomodar o adversário. Placar justo na primeira etapa.

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 O Tricolor voltou da merenda nos vestiários com Brumado no lugar de Marco Antonio, que nada fez em campo. Um Bahia mais avançado, no começo do segundo tempo, e mais aberto, mais vulnerável também.

 Em contragolpes, com a defesa baiana aberta, D’Alessandro e Nico Lopes chutaram forte, de frente, livres na linha da grande área, mas erraram o alvo.  Aos 9 e 10 minutos.

 - Gol ! 2x 0, Nico Lopes, livre, de cara, completando tabela fácil, aos 15 min, a defensiva baiana só apreciando a trama, faz favor.

  Aos 17 min, tempo final, o Bahia chutou a primeira bola no gol: Zé Rafael, de longe, para defesa fácil de Lomba.  E o Bahia voltou ao ritmo de ressaca. Aos 25’, Guto retirou Vinícius, apagado, e colocou Régis. Aos 35, saiu Ze Rafael, entrou Allione. Nada mudou. O Colorado brigou pela bola até o fim e administrou o placar mais que favorável e justo.

 

 

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  Destaques

  O ‘velhinho’ D’Alessandro mandou no jogo (inclusive na arbitragem), correu mais que o time inteiro do Bahia. Patrick também apareceu bem, incansável ao lado de Rodrigo Dourado e uma zaga de pegada forte.  A 120 por hora.

  Um Bahia sem gana e sem ver a bola, nenhuma inspiração e pouca transpiração. A 60/hora.

 

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  Ficha técnica:

             Inter – Lomba, Fabiano, Moledo, Cuesta e Iago; R. Dourado, Edenílson, Patrick e D’Alessandro (Gabriel) ;  Rossi (Nico Lopez) e Pottker (Brenner).  Técnico, Odair Hellman.

             Bahia -  Douglas, Nino, Tiago, Grolli e Leo; Gregore, Élton, Vinícius (Régis) e Zé Rafael; Marco Antonio e Edigar Junio.   Técnico, Guto Ferreira.

 No apito, Eduardo de Aquino (trio de Goiás).

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  Outros resultados:

  -  Corínthians 2 x 1 Fluminense; Vasco 2 x 1 Atlético (MG). Atlético (PR) e Chapecoense ainda se enfrentam no domingo.

  -  Vitória 2 x 2 Flamengo; Cruzeiro 0 x 1 Grêmio; Santos 2 x 0 Ceará; América (MG) 3 x 0 Sport.

      Nesta segunda jogam São Paulo x Paraná e  Botafogo x Palmeiras, fechando a rodada de abertura.

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   Próximos confrontos

   No fim da semana que entra, o Bahia recebe o Santos, sábado, na Fonte Nova e o Vitória vai a Minas Gerais encarar o Atlético, o Galo, no domingo.

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    CURIOSIDADES:

  - O Brasileirão 2018 tem 20 clubes. Quatro do Nordeste: Bahia, Vitória, Ceará e Sport do Recife.

  - É jogado e decidido por pontos corridos; todos enfrentam todos, em jogos de ida (turno) e volta (returno), em 38 rodadas.

  - Como este ano teremos a Copa do Mundo de Futebol, na Rússia, a competição vai ter uma parada de um mês / meados de junho a meados de julho.

  - O atual campeão é o Corínthians (SP), um dos favoritos ao lado de Palmeiras, Grêmio, Flamengo, Cruzeiro ...  equipes com plantel mais caro e folhas de pagamento mais altas.

  - O Palmeiras é a equipe que mais conquistou o título de Campeão Brasileiro, nove vezes. O Santos vem em segundo, com oito troféus. O Bahia tem dois títulos: o dia 1959 (Primeira Taça Brasil) e o de 1988.  No Nordeste, além do Bahia, só o Sport, campeão em 1987.

  - Os cinco atletas que mais fizeram gols no Campeonato Brasileiro foram Roberto Dinamite, centroavante do Vasco na década de 1970, maior artilheiro com 190 gols.  Romário fez 154, Edmundo 153, Fred 140  e Zico 135 gols. Desses, só Fred ainda está na ativa, pelo Cruzeiro de  Minas, atualmente lesionado no joelho, fora de combate.

  - Nas 61 edições da disputa, o torneio teve vários nomes. Começou como Taça Brasil (de 1959 a 1968); de 1967 a 1970 chamou-se Torneio Roberto Gomes Pedrosa, o Robertão -  como se vê, em 67  e 68 tivemos a Taça Brasil e o Robertão, duas competições valendo o título nacional. De 1970 até os dias de hoje chama-se Campeonato Brasileiro, o tal Brasileirão, em vários formatos e com variável quantidade de times em disputa, a depender dos interesses.

 - Em 1979, por exemplo, 94  equipes participaram da competição, que muito serviu a propósitos políticos, desde os tempos do Regime Militar.  Houve um tempo que se dizia: “Onde a Arena vai mal, um clube no Nacional”. A Arena era o partido do Poder, dos que mandavam no país.

  Ê Brasil !