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Zé de Jesus Barrêto

BRASIL vence Colombia 2x0 e vai a semifinal

O mito Michael Phelps se despede dos jogos olímpicos
14/08/2016 às 00:22
Sem assombrações. O dia/noite das definições dos semifinalistas do futebol masculino na Olimpíada Rio/2016. E o Brasil está nessas semifinais depois de derrotar a Colômbia ( 2 x 0), no Itaquerão (SP). 
O adversário será a Honduras. Nenhum bicho-papão. Mas mostrou-se uma equipe tinhosa em toda a competição. Traiçoeira, boa pegada. Não esqueçamos que foi ela que detonou a Argentina. 
A outra semifinal será entre a potente Alemanha e a ousada Nigéria. Técnica e conjunto europeus contra a velocidade e a determinação dos africanos. Sem surpresas.
Jogo gostoso, melado 
Mesmo a meia boca, com o tornozelo falseando e gordo, Neymar escalado, em campo. A partida começou pegada, catimbada, os colombianos provocativos, faltosos e a arbitragem frouxa. Numa infração dessas, perto daB área, aos 12 minutos, Neymar bateu com precisão, acertando o canto direito baixo: 1 x 0 Brasil. O astro desencantou, depois de quase um ano sem marcar com a camisa canarinho. 
Aos 25’, numa bola alçada, o goleiro Éwerton saiu dando murrinhos na bola para a frente – mal lembrando o Lombra – no pé do adversário; por sorte o cabra errou o alvo. As divididas disputadas com força e malícia. Bom jogo. Mas, aos 39’, após um rapa de Neymar em revide por uma falta sofrida, os colombianos criaram um tumulto, jogo parado, o brasileiro punido com amarelo e muito bate-boca. Clima de Libertadores de América. Uma caça ao Neymar em campo. E a bola? 
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Torcemos por um segundo tempo mais jogado e menos briguento. A Colômbia foi para o ataque. Por volta dos 10 minutos o goleiro Éwerton fez duas defesas arriscadas. O time brasileiro respondeu com dois bons ataques seguidos, num deles reclamando um pênalti (braço na bola) e noutro o goleiro salvando nos pés de Gabigol. Quase ampliamos numa cabeçada de Rodrigo Caio aos 20’, o goleiro salvou. Mais bola e menos maldades no gramado
Micalle tirou o atacante Gabigol, sumido, e colocou o apoiador Tiago. Cautela. Os colombianos não conseguem penetrar, a marcação justa, e tentam de longe. Os brasileiros tramam mas criam pouco. O contragolpe não encaixava, olho no relógio. Mais 10 minutos. Tenso mas sem sufoco. Aos 38’, Neymar achou Luan livre na frente da área, ele avançou um pouco e arriscou o chute forte, pelo alto, golaço ! 2 x 0. Bonito. 
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Positivo: a nossa defesa não tomou um gol sequer na Olimpíada. Gostei também da atitude da equipe, comandada por Neymar e Renato Augusto, em não se ‘aputar’ diante das provocações e entradas duras do adversário. Se o jogo tá melado, saibamos tirar proveito. 
Com essa postura e vontade chegaremos na final. Quem sabe o primeiro ouro no futebol. 

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Os outros jogos

- Honduras 1 x 0 Coreia do Sul, no Mineirão, já no começo da noite. Valeu a boa malandragem, a malícia sul-americanas. A partida mostrou duas equipes rápidas e determinadas, que buscaram o gol o tempo inteiro. A Coreia criou mais chances, foi melhor no primeiro tempo mas parou no bom goleiro Lopez, hondurenho. Quando os asiáticos pareciam bem mais próximos do gol, já na segunda etapa, Honduras fez 1 x 0 num contragolpe em alta velocidade, e soube segurar o placar até o final. 

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- Alemanha 4 x 0 Portugal, no Mané Garrincha, em Brasília, sol a pino, 13 hs. A nova geração que representa o futebol alemão Campeão do Mundo simplesmente atropelou a equipe portuguesa, com um futebol coletivo eficiente, disciplinado, objetivo e muita força física. Todos os gols na segunda etapa, uma goleada sem contestações. 

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- Na Fonte Nova, à tarde, a esquia e veloz garotada da Nigéria, liderada em campo pelo veterano meia Mikel, engoliu a Dinamarca – 2 x 0, para delírio da torcida baiana, credenciando-se para o confronto contra a poderosa Alemanha, numa das semifinais. 

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A despedida 

Uma noite de sábado especial para Michael Phelps. Quando caiu na água para a disputa do revezamento 4x100m medley da Rio-2016, estava se despedindo. Ele disse que se aposentará no final desses Jogos. Sai consagrado. Mais um ouro dele/equipe. 

São históricas 23 medalhas de ouro olímpicas em 27 conquistadas. 

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Fracasso

No basquete, masculino e feminino, só decepção. As meninas perderam mais uma; dessa vez para a Turquia, de 79 a 76. Saudades que temos de Hortência & Paula ! 

No masculino, após um bom jogo, quando lideramos o placar por um bom tempo, fomos para duas prorrogações e entregamos a partida para os argentinos: 111 x 107. Sem queixas. Fomos incompetentes, só.

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Bolt, o mito 

Estádio lotado para ver o homem mais rápido do mundo, o carismático jamaicano Usain Bolt, que venceu com parcimônia e domínio sua bateria dos 100 metros rasos, no sábado, com a marca de 10”07. Correu observando os adversários, o suficiente para se classificar para a final, neste domingo.

Seu principal concorrente, o norte-americano Justin Galtin, fez o melhor tempo do sábado: 10”01. Esse duelo promete. O mundo inteiro de olho.

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Sem sapatilha

A imagem mais forte nas competições de atletismo do sábado aconteceu na disputa dos três mil metros com barreiras/a classificatória feminina. A atleta campeã Diro, da Etiópia, foi atropelada sem querer, jogou a sapatilha e a meia fora para continuar na disputa, correndo com um pé descalço... e quase chega entre as seis primeiras.

No final, chorando e sentindo dores no pé foi afagada pelas concorrentes solidárias. O Comitê Olímpico considerou o acontecido e a colocou entre as finalistas da prova, neste domingo.

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Um domingo de lua cheia que promete. O Rio fervilha.