Colunistas / Esportes
Zé de Jesus Barrêto

Cobra Coral mata Bahêa na Fonte com gol de Grafite

Bahia esteve bem em todo o campeonato e saiu na semifinal
18/04/2016 às 11:28
 Santa Cruz do Recife e Campinense de Campina Grande (PB) farão a final inédita da Copa do Nordeste 2016, após os resultados do histórico domingo, 17 de abril, com o país inteiro ligado em Brasília onde se decidia pelo impedimento ou não da presidente Dilma em votação na Câmara de Deputados.

   O time ‘Coral’ de Pernambuco venceu o tricolor baiano perante quase 23 mil torcedores nas arquibancadas da Fonte Nova, fim de tarde chuvoso, quebrando a invencibilidade e tirando a equipe baiana da competição com um ‘gude preso’ frustrante para os tricolores – 1 x 0, e muito tititi dentro e fora das quatro  linhas. 

   Em Campina Grande, a partida foi decidida na cobrança de tiros fatais da marca do pênalti, após o placar de 1 x 0 para a equipe da casa nos 90 minutos. Deu Campinense. O Sport tinha vencido o primeiro confronto em Recife também por 1 x 0  e três de seus atletas escolhidos para as cobranças, em Campina Grande, foram infelizes. Paraibanos e pernambucanos decidem o título, assim. 

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  Deu tudo errado

 Não foi um grande jogo, mas aconteceu de tudo, não faltou emoção e motivos para a resenha semanal: Arbitragem confusa e desastrosa, gols perdidos em profusão, um erro defensivo fatal para os baianos, agressões dentro de campo entre atletas, do lado de fora entre profissionais (?) da comissão técnica das duas equipes e também nos vestiários, após o jogo, onde o ‘couro comeu’ e foi preciso a intervenção policial para separar os brigões. Lamentável sob todos os aspectos. 

  O placar foi definido aos 14 minutos do primeiro tempo após uma ‘pixotada’ do becão Robson que vacilou com a bola dominada diante do experimentado Graffite, que lhe roubou a pelota, adiantou demais e dividiu com o goleiro Lomba que entrou  mole na jogada permitindo a penetração livre e complementação do atacante com o gol vazio. 

  Daí em diante, nesse primeiro tempo, o que se viu foi o tricolor baiano em cima, buscando o gol a todo custo, forçando cruzamentos da direita, e o ‘Santinha’ fechado, marcando duro mas leal, explorando raros contragolpes sem ameaçar o gol adversário. O Bahia teve chances claras de marcar num voleio de Hernane (aos 17’, numa finalização para fora de Edigar Júnio aos 29’, de cara e livre de marcação, em duas cabeçadas  a linha da pequena área de Tiago Ribeiro (aos 35’) e Edigar Jr (aos 38), forçando elásticas defesas do goleiro Tiago Cardoso. 

  No mais, Ernane fez uma falta feia no zagueiro Alemão, no meio campo, levou um tapa na cara do becão noutro lance, dentro da área, e o torcedor reclamou muito de um possível pênalti cometido pelo goleiro do Santa no lateral Moisés, que o árbitro ignorou. 

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  Na segunda etapa o Bahia foi pra cima, mesmo que de forma desordenada, sem tranquilidade, buscando o empate de todo jeito, sem êxito. A equipe pernambucana ensebou, catimbou, enervou o quanto pode o adversário e perigou em contragolpes rápidos. Por pouco Graffite não ampliou, aos 8 minutos, após dominar no peito, livre na frente da pequena área, e bater pro alto. O Bahia perdeu uma oportunidade aos 9’, após um cruzamento da esquerda que varou a pequena área adversária e, aos 19’, Hernane jogou pra fora, numa cabeçada quase em cima da linha, um cruzamento da direita. E foi só. 

  Daí por diante, nada mais de bola. Paralizações, empurra-empurra, substituições inócuas, confusão no momento da substituição de Graffite – os baianos querendo a expulsão do atacante que levou cartão amarelo e seria o segundo -, quando o treinador Milton Mendes, do time coral, desferiu uma cabeçada no rosto do auxiliar técnico do Bahia, Eduardo, fato que teria sido o estopim para o quebra-quebra nos vestiários após o apito final. 

  Sob muita chuva, no final, rolaram ainda as expulsões de Robson e Moisés (Bahia) e do meia João Paulo (Santa Cruz). Já não era mais futebol.

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  Destaques

  Não foi uma tarde feliz para o tricolor baiano. Muito esforço dos atletas e pouquíssima inspiração.  A zaga, imatura, foi envolvida pela malícia do veterano Gaffite que ganhou quase todas no corpo a corpo. E mais uma atuação segura do goleirão Tiago garantindo a classificação da equipe ‘Cobra Coral’. 

 Uma arbitragem confusa e contestada, sobretudo pela equipe da casa, perdedora. O trio de árbitro de Alagoas, comandado pelo soprador de apito José Ricardo Laranjeira. 


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  Ao Bahia resta agora se dedicar ao campeonato baiano. Tem um confronto com o Fluminense de Feira, na Fonte Nova, pelas semifinais, com a vantagem de ter ganho o primeiro jogo por 2 x 0.  E segue na Copa do Brasil.  



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