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Zé de Jesus Barrêto

A cidade do Salvador respira o BAxVI

Um clássico como há muito não se via em expectativa
02/10/2015 às 14:25
A procura por ingressos supera as expectativas, espera-se em torno de 40 mil pessoas na Fonte Nova para o vibrar e sofrer das arquibancadas. A semana tem sido de resenhas. No trabalho, nas ruas, nos bares, nas redes...  

  E nas resenhas o Vitória pinta como favorito. Para o torcedor rubro-negro a vitória são favas contadas, resta apostar em mais uma goleada na Fonte dos gols. O torcedor tricolor reage mas parece cabreiro, sem a mesma confiança. 

   O fato é que 90% dos torcedores no estádio serão do Bahia, que tem o mando de campo. A massa vai apoiar a equipe ou ... vai vaiar, pressionar, pedindo a saída do treinador? Ou a ‘mística’ da camisa vai pesar na hora em que a bola rolar? 

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  Acontece que jogo de bola se ganha jogando, em campo, e não de véspera, no bico. E Ba Vi é clássico, imprevisível, tudo pode acontecer. Às vezes os nervos decidem. Às vezes, o ‘sobrenatural de almeida’ interfere...

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  O grande clássico da Série B acontece sábado à tarde na Fonte Nova, com perspectiva de recorde de renda na segundona. O Vitória é o segundo colocado, com 49 pontos e o Bahia é o quinto, mas a dois pontos apenas do grande rival.  

  A briga pelas quatro primeiras colocações, que dão direito ao retorno à Série A no final da competição, tem sido renhida. Estão no páreo : Botafogo, Vitória, Paissandu, Santa Cruz, Bahia, América (MG), Sampaio Correia, Náutico, Bragantino ...   e faltam 10 rodadas apenas, estamos entrando na reta final. De agora em diante qualquer vacilo será fatal. 

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   Para o tricolor, sobretudo, é o jogo mais importante da competição, até agora. Vencendo, ultrapassa o rival, toma-lhe o segundo lugar e se credencia de vera a uma das vagas entre os quatro melhores. O astral sobe.  Se perder, pode cair até para o sétimo lugar a depender de resultados dos concorrentes próximos. Instala-se a tal crise, com os questionamentos da mídia e do torcedor. É um clássico de alto risco, pois, para o Bahia. 

   O Vitória atravessa um melhor momento, é o que todos dizem. Parece mais encaixado num esquema de jogo pragmático, objetivo, mas sem brilho. Vale-se muito das intervenções do bom goleiro Gatito,  das cobranças de bola parada do meia Escudero, da aplicação incansável de Rhayner e lampejos dos laterais. Se faz um gol, fecha-se e explora contragolpes em velocidade. Às vezes se dá bem jogando assim. Vem ganhando, mesmo sem convecer.





  A equipe do Bahia procura trocar mais passes, ter mais posse de bola, mas tem uma pegada mais frouxa no meio campo e uma defesa em fase insegura, infeliz. Vale-se muito do talento do artilheiro Kieza, da habilidade de Maxi, da boa técnica de Pittoni e da inspiração do meia Thiago Real. Tem mais cadência, gosta de entrar tramando, chuta pouco de fora, parece mais previsível. Nem sempre dá certo e a torcida se inquieta, atrapalha.  

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  Ambas as equipes têm buracos na defesa, fraquejam nas bolas altas alçadas na área, os zagueiros costumam dar bicos.  O rubro-negro é mais incisivo, o tricolor mais técnico. Estilos diferentes. O do Vitória tem sido mais eficiente para o modelo de jogo pegado da Série B.


   Mas toda essa análise vale pouco quando a bola rola no clássico.  Vence quem erra menos, quem controla melhor as emoções, quem sabe usar as falhas do adversário, quem aproveita as chances de gol, às vezes raras. Jogo que se decide em detalhes, sempre. Se há um descontrole, até pode rolar uma goleada...  quem sabe? 

Que a arbitragem (gaúcha?) seja feliz e que os torcedores se comportem como gente civilizada. 

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 Pipoquinhas:

- Pra semana começa a saga brasileira nas eliminatórias em busca de uma vaga para disputar a Copa de 2018, na Rússia. Para muitos, nunca foi tão difícil  a classificação. No páreo, Argentina, Chile, Uruguai, Colômbia, Equador, Venezuela, Paraguai ...   O primeiro confronto da seleção de Dunga é contra o Chile, atual campeão da América, em Santiago, dia 8. Sem Neymar, se a lei vigorar.

- Messi está fora dos gramados por, no mínimo, três meses. Estourou um ligamento do joelho esquerdo. Não atua contra o Brasil pelas eliminatórias.  No Barcelona, a cobrança recai agora em Neymar. É hora de ele crescer e assumir o protagonismo. 

- O Corínthians de Tite está sobrando na Série A. Faltando 10 rodadas para o final, abriu sete pontos do segundo colocado, o Galo mineiro (Atlético). É difícil ganhar do ‘timão’, bem armado.

- Pode até não ser o campeão mas tem dado gosto ver a meninada do Santos jogar na Vila famosa. 

- O colombiano Osório, treinador do São Paulo, ao substituir o atacante Pato : ‘Desculpe, Alexandre, mas eu precisava fazer essa substituição’. Simplicidade, educação. 

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Time Olímpico
- A CBF convocou os atletas que deverão compor a seleção olímpica de futebol para dois amistosos na Arena da Amazônia, em Manaus. O primeiro confronto será contra a República Dominicana no dia 9 de outubro (sexta), às 21h. Três dias depois, o adversário será o Haiti, às 19h. No final de semana dos amistosos não haverá rodada do Brasileiro por conta dos confrontos das eliminatórias para a Copa do Mundo de 2018.

Eis os convocados: 

 Goleiros: Ederson, do Benfica e Uílson do Atlético-MG. Laterais : Maicon, do Livorno; Zeca (Santos); Wendell (Bayer Leverkusen) e Douglas Santos, do Atlético-MG. Zagueiros: Marlon(Fluminense), Lucão(São Paulo), Dória (Granada) e Rodrigo Ely, do Milan.   Meias: Lucas Silva(Olympique de Marselha), Rodrigo Caio(São Paulo), Fred, do Shakhtar Donetsk, Walace, do Grêmio, Felipe Anderson(Lazio) e Valdívia, do Internacional. Atacantes: Kenedy (Chelsea), Vitinho (Internacional), Gabriel Jesus, do Palmeiras; Luan(Grêmio), Gabriel(Santos) e Vinícius Araújo, do Cruzeiro. 

Cadê o goleiro Jean? 

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- E o Ronaldinho Gaúcho nem esquentou as turbinas no Fluminense. Picou-se. Fim de linha. Dizem que só quer saber de farra. Em campo, deixou de ser um atleta competitivo faz tempo. Um malabarista da bola. 

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