Colunistas / Esportes
Zé de Jesus Barrêto

Bahia mantém freguesia contra Sport 1x0 na Arena

Luta de Holefield com Todo Duro foi deprimente
20/08/2015 às 14:11
Um público bem abaixo do esperado foi ver Bahia 1 x 0 Sport do Recife, clássico nordestino, rivalidade histórica, valendo pela Copa Sul-Americana. Bahia, o quarto colocado na Série B, o Sport fazendo elogiada campanha na Série A, 6º colocado.  O tricolor jogou de padrão cinza prateado e o rubro-negro Sport atuou de branco. Arbitragem argentina.

  O tricolor, dono da casa, começou impondo ritmo, marcando na frente, forçando o ataque. Aos 10 minutos criou a primeira boa chance, após cruzamento de Marlon; Alexandro dominou livre na frente da pequena área mas bateu mascado, a bola raspou a trave.  O Bahia melhor, e Maxi Biancucchi fez 1 x 0 em jogada esperta, limpando do goleiro Magrão, aos 25’.  O tricolor continuou na frente, criando e perdendo chances de gol.  Alexandro cabeceou forte, de frente, perto do travessão. Aos 35, Souza, de cara, carimbou Rahyner com Magrão batido. Um Bahia absoluto no primeiro tempo; destacadas atuações de Souza, Pittoni e Maxi.

  Com André e Hernani Brocador, dois centroavantes enfiados, o Sport foi pra cima na segunda etapa, buscando o empate, marcando mais duro, equilibrando o jogo. O tricolor não recuou, mas criou menos. Aos 26, expulsão do lateral Samuel Xavier, que chutou Ze Roberto sem bola. O Bahia não soube aproveitar a superioridade numérica para ampliar, sobretudo pela queda de produção de Maxi e a noite infeliz de Alexandro. O Sport também não ameaçou o gol de Douglas. Pela primeira etapa o tricolor até  merecia um placar elástico. 

*

O jogo de volta, o decisivo Sport x Bahia pela Sul-Americana  será na Ilha do Retiro, dia 26.

O vencedor pega na sequência  da competição o Tigre ou o Huracán, ambos da Argentina.

*

   - A despeito da crítica dos torcedores mais tradicionais, adeptos do uniforme tricolor, as camisas de cor cinza do ‘esquadrão de aço’ estão vendendo bem, sumiram das lojas que vendem os produtos do clube. Novas remessas estão chegando.  

*

  Série B 

  No sábado,  às 16h30, o quarto colocado Bahia recebe o terceiro América (MG), na Fonte Nova. Jogão de seis pontos, que deve ser disputado como uma final de campeonato. Duríssimo, ninguém se engane. O time mineiro é graúdo, entrosado e muito bem treinado por Givanildo.

  No mesmo dia e horário o líder Vitória encara o tinhoso Sampaio Correia em São Luiz do Maranhão. O time da casa quer entrar no G-4, ficar entre os primeiros e costuma jogar com autoridade em seus domínios. Jogo pra pirão.  

*

    Lições da bola

   O torcedor brada, xinga jogadores, diretores e pede cabeça dos  treinadores quando Bahia, Vitória ou qualquer outro time brasileiro perde um, dois jogos para equipes de menor porte. Mas futebol é um jogo surpreendente e os resultados não podem ser explicados por nenhuma  lógica. 

   Vimos essa semana o Barcelona de Messi, Mascherano, Dani Alves, Piquet, Iniesta, Luiz Suarez...  levar 4 x 0 do Atlético de Bilbao, lá nos chamados ‘paises bascos’, ao norte da Espanha, e empatar na Catalunha ( 1 x 1), pleno Nou Camp, dias depois, com o mesmo todo-poderoso Barça, abocanhando a cobiçada Super-Copa da Espanha.  

   Alguém sabe o nome do treinador do Atletic Bilbao? Já conhecia o avante Aduriz, artilheiro do embate? Pois, isso é o futebol.

   Ninguém xingou as estrelas do Barça de ‘desgraças’, ninguém chamou o time de ‘carniça’, ninguém pediu a cabeça do treinador Luiz Henrique.  Porque no jogo de bola se ganha e se perde... e é preciso também saber perder, com dignidade. A bola educa. 

**

Pipoquinhas:

- O centroavante Leo Gamalho rescindiu contrato, não joga mais no Bahia. Deve seguir temporada no Avaí (SC).  Caiu em desgraça perante a exigente torcida tricolor. Nem tanto pela bola jogada, mas sobretudo pela falta de gana, de vontade em campo. Isso o torcedor não perdoa. Jogava com fastio. Pra vestir a camisa tricolor precisa ter fome de bola. 

- Outro que está em baixa e pode deixar o clube é o lateral direito Tony.  Alternou poucas boas jornadas com muitos apagões.  Nem está mais relacionado para a Copa Sul-Americana.  A equipe agora conta com Cicinho, recém chegado, o garoto Rahyner, Adriano,  e a volta de Railan, já treinando com bola depois de meses em recuperação de uma cirurgia no joelho.

- O Vitória conseguiu emprestar o lateral esquerdo Mansur ao Atlético Mineiro. A torcida rubro-negra torcia o nariz pra ele.  Na posição, quem está de volta, com moral, é o garoto Euller, medalha de bronze pela seleção brasileira no Pan-Americano de Toronto. 

- O avante Rogério está na fase do vai-não-vai para o São Paulo. É veloz, driblador mas precisa se aprimorar nas finalizações. Jogar no Morumbi é sorte grande. 
- Os árbitros da Série A e da Série B continuam errando horrores. No mais das vezes favorecem os times grandes e fazem o jogo caseiro, favorecem os que têm mando de campo.  Pressão? 

- O treinador baiano Carlos Amadeu, ex-Vitória e agora na seleção brasileira Sub-17, convocou três atletas do rubro-negro para disputar um torneio na Coréia do Sul entre 29 de agosto e 8 de setembro: o meia Geovane e os atacantes Yan e Eron. Que a meninada aproveite.

- Já a seleção Sub-20, que se prepara para os Jogos Olímpicos em 2016, tem o goleiro Jean, do Bahia convocado para um amistoso contra a França, dia 8 de setembro em Le Mans. A convocação foi feita pela dupla Dunga/Micale, o baiano que esteve no Pan de Toronto e vai dirigir o escrete no amistoso. 

- Achei patética a luta entre o pernambucano Todo Duro  e o baiano Holyfield. Um caça-níquel, apenas, temeroso.  Mas foi surpreendente ver Popó de volta ao ringue derrotando por nocaute o argentino Mateo Verón. O baiano não tem a mesma velocidade de antes mas a pegada do ‘mão-de-pedra’ continua forte.